Usiminas ON dispara 14% e puxa alta de CSN; Petrobras sobe pela 5ª sessão e Vale tem ganhos

Confira as principais variações da Bovespa nesta quarta-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um dia de euforia e fechou em alta de 1,74%, com destaque para as siderúrgicas. Além disso, estão os papéis da Petrobras, que superam os R$ 13,00, disparando com a alta do preço do petróleo, aos US$ 56 o barril e alta de quase 6%, e com a expectativa da divulgação do balanço e venda de ativos.

Confira os principais destaques do dia:

Usiminas (USIM3, R$ 19,15, +13,99%; USIM5, R$ 5,27, +7,33%)
As ações da Usiminas dispararam, com destaque para as ações ordinárias, em meio a notícia de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu que a operação de compra da participação da Previ na Usiminas pelaTernium, anunciada em outubro, disparou a obrigação de OPA pelas ações ordinárias da siderúrgica brasileira. A Ternium anunciou em outubro a compra de ações, em uma operação de 616,7 milhões de reais e que envolveu 51,5 milhões de papéis.

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A Ternium disse que vai interpor recurso contra entendimento da CVM sobre a obrigatoriedade de que a companhia realize oferta pública de aquisição de ações da Usiminas.”Reafirmamos nossa absoluta convicção no entendimento manifestado em 2 de outubro de 2014, no sentido de que a referida aquisição de ações não enseja a obrigação de realizar uma OPA”, acrescentou.

As ações da CSN (CSNA3, R$ 6,34, +8,56%) também registram forte alta. Entre os principais minoritários da Usiminas está a CSN, sua rival, que tem cerca de 14%¨das ações ordinárias e 20,7% das preferenciais da maior produtora de aços planos do país. Já a Gerdau fechou em alta de 3,08%.

Porém, o cenário sobre uma eventual OPA da Usiminas ainda é controverso. De acordo com análise da Concórdia, dado o preço atual da ação – R$ 16,80 no fechamento de ontem – uma eventual OPA, que dá direito a 80% de tag along, não deverá ter adesão. “Além disso, a Ternium poderia vender parte das ações, extinguindo a necessidade da OPA. As discussões em torno do controle da Usiminas permanecem acaloradas, fazendo com que a volatilidade das ações ordinárias continue elevada”, ressalta a corretora. 

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Petrobras (PETR3, R$ 13,33, +6,73%; PETR4, R$ 13,37, +7,87%)
O noticiário segue movimentado para a Petrobras, que subiu forte após registrar mais uma sessão de alta, a quinta seguida. No noticiário da companhia, estão a venda de ativos, o relatório da agência internacional de energia e a expectativa pelo balanço. Vale lembrar ainda que as ações ON da companhia registram ganhos superiores a da PN, com alta superior a 7%. No mês de abril, as ações PETR3 sobem 40,19% e as PETR4, 37%. Além das notícias da estatal, destaque para a alta do preço do petróleo, com ganhos de quase 6%%. 

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, às vésperas da reunião do conselho de administração que, finalmente, poderá pôr um fim à novela do atraso na divulgação do balanço financeiro de 2014, a diretoria Financeira da Petrobras corre contra o tempo para conseguir unanimidade na aprovação dos números que serão apresentados. O diretor Financeiro da petroleira, Ivan Monteiro, tem se reunido previamente com os conselheiros para detalhar o trabalho feito para chegar aos números que devem ser divulgados, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Sobre a questão do plano de desinvestimentos da companhia, o jornal Valor Econômico destacou que os blocos de exploração de petróleo que a Petrobras decidiu colocar à venda incluem reservas do pré-sal. A venda dos blocos pode corresponder a 30% do valor total do programa – que planeja desinvestimentos de US$ 13,7 bilhões entre 2015 e 2016 – chegando a cerca de US$ 4 bilhões. De acordo com o Valor, a empresa decidiu colocar blocos de boa qualidade no pacote para torná-lo mais atrativo aos investidores. 

Ainda no noticiário da companhia, a empresa assinou nesta terça-feira com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) um convênio para impulsionar a exploração de gás natural em três áreas na região sulina de Tarija, na Bolívia. O documento foi assinado pelo representante da Petrobras na Bolívia, Erick Portela, e o presidente da YPFB, Guillermo Achá, em um ato na cidade de Tarija. 

Vale (VALE3, R$ 18,60, +1,98%; VALE5, R$ 15,49, +0,79%)
Depois de um dia volátil, as ações da Vale conseguiram se manter em alta e fecharam com ganhos. Enquanto a companhia aprovou o pagamento da primeira da parcela de remuneração mínima aos acionistas em 2015, no valor bruto de R$ 3,1 bilhões, o que corresponde a R$ 0,601760991 por ação ordinária ou preferencial em circulação, além de ter conseguido benefício fiscal para ampliar terminal no Pará, a companhia foi cortada pelo JPMorgan.

O corte foi de overweight para neutro e, segundo o relatório do banco, reflete a queda do preço do minério de ferro. 

Ainda há novidades sobre o Código de Mineração. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quarta-feira, 15, que trabalha para que o Código de Mineração possa ser pautado pelo presidente da Câmara no plenário no fim de maio. Segundo ele, a expectativa é de que o projeto possa ser votado na Casa até o começo de junho para depois ser levado ao Senado.

JBS (JBSS3, R$ 15,30, +0,92%) e Light (LIGT3, R$ 14,95, +3,68%)
Tanto a JBS quanto a Light registram alta na sessão desta quarta-feira. Ambas divulgaram esclarecimentos negando haver qualquer envolvimento com irregularidades investigadas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal, em resposta a reportagem do jornal O Globo sob o título “Zelotes: JBS e BRF aparecem nas gravações”. 

Cabe lembrar que, ontem, a JBS foi citada em reportagem do Estadão por conta da Operação Lava Jato, com a matéria destacando que a JBS pagou R$ 200 mil a uma empresa de fachada do ex-deputado André Vargas, que foi preso na 11ª fase da Lava Jato. A companhia confirmou o pagamento, mas afirmou que eles foram feitos dentro da legalidade. 

Cyrela (CYRE3, R$ 13,16, +0,69%)
Após cair 2,68% ontem, as ações da Cyrela têm leve alta em meio a divulgação dos dados operacionais.

A empresa teve queda de 53,3% nas vendas contratadas do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 723 milhões, informou a companhia nesta terça-feira. Já os lançamentos da empresa recuaram 75,8% no período, para R$ 463 milhões. Os dados incluem os parceiros da companhia.

Segundo a Cyrela, no primeiro trimestre o foco foi no lançamento de novas fases de empreendimentos já lançados, que representaram 57% do valor geral de vendas (VGV) total lançado no período.

De acordo com a Elite Corretora, os números foram bem fracos, mas dentro do esperado. Em destaque, está a redução muito forte nos lançamentos e, por conta disso, as vendas se concentraram nos estoques.

GOL (GOLL4, R$ 8,37, -0,48%)
Após dispararem mais de 7% na véspera após a queda do dólar, as ações da Gol devolvem parte dos ganhos e registram queda de 1%. Hoje, apesar da queda do dólar, que beneficia a companhia, a alta do petróleo afeta os papéis da empresa. 

Sabesp (SBSP3, R$ 17,82, +3,48%)
As ações da Sabesp fecharam em alta em meio à discussão sobre o reajuste das tarifas pela Arsesp. O superintendente de regulação, custos e tarifas da companhia, 
José Sílvio Xavier, afirmou que a revisão tarifária extraordinária de 13,8% concedida pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) à estatal garante o equilíbrio econômico da companhia, “mas não o financeiro”. A Sabesp pede um aumento de 22,70%.

A proposta da Sabesp considera uma revisão tarifária extraordinária de 13,82%, que leva em conta o aumento de custos com energia elétrica e a queda do volume faturado – e um reajuste tarifário de 7,80%, composto pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 8,13%, menos o fator de produtividade de 0,94% e mais o resíduo de 0,57% do ajuste compensatório retroativo.

Bancos
Após algumas sessões de cautela em meio ao cenário de incerteza macroeconômica e redução da perspectiva das instituições financeiras pela Fitch Ratings para negativa, os bancos tiveram uma sessão de alívio e registraram ganhos. O Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 1,44%, o Bradesco PN (BBDC4) teve alta de 1,34% e o Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 3,99%. 

Exportadores
Em meio à queda do dólar de quase 1%, as ações da Fibria (FIBR3, R$ 43,07, -0,99%) e Embraer (EMBR3, R$ 24,03, -0,62%) também registram baixa, já que as suas receitas são atreladas à moeda americana. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.