Cinco notícias sobre Petrobras, bancos “na mira” do governo e mais 13 empresas no radar

Estadão confirma informações da Exame de possível elevação da CSLL, mudanças de ratings e noticiário movimentado da Petrobras agitam mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O início desta semana é bastante movimentado no noticiário corporativo, com notícias sobre a Petrobras, bancos, JBS e Marfrig no radar. 

O noticiário para a Petrobras (PETR3;PETR4segue movimentado. Sobre as operações da petrolífera, uma má notícia: a plataforma P-58  da companhia está parada sem previsão de retorno. 

Enquanto isso, olhando para os resultados, a companhia reconhece que as perdas contábeis ainda está sendo avaliadas, mas ainda não há data para divulgação do balanço. Já as indicações dos jornais são de que o resultado pode sair entre o dia 17 e o dia 20. 

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E, com a alta do dólar, o mercado espera nova emissão de ações da Petrobras, segundo a Folha de S. Paulo. A discussão, sempre latente, voltou à mesa depois da empresa ter obtido empréstimo com a China, no valor de US$ 3,5 bilhões, há duas semanas. A estatal não se pronunciou sobre o assunto.

E, segundo o mesmo jornal, o dólar ameaça o ganho da Petrobras com sobrepreço de combustíveis. Após quatro anos de perdas com defasagens nos preços de combustíveis, que lhe causou rombo estimado em até R$ 90 bilhões, a companhia conseguiu recuperar R$ 6,4 bilhões na venda de gasolina e diesel com a queda de 60% na cotação do óleo entre julho e janeiro. Contudo, a alta do dólar está eliminando o benefício. Segundo o CBIE, outro aumento dos preços é urgente, uma vez que a oportunidade com a desafagem positiva esta definitivamente acabando. 

Por fim, o acionista da Petrobras, BRAM (Bradesco Asset Management), onde Joaquim Levy atuava, indicou dois nomes para o Conselho de Administração da companhia: Eduardo Bunker Gentil para membro pelos ordinaristas minoritários e Otávio Yazbek como membro pelos preferencialistas.

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Bancos
Como destacado pela revista Exame na semana passada, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já começou a acionar o plano B para aumentar as receitas e garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano. A ofensiva do governo no campo dos impostos agora mira também os mais ricos – uma estratégia que tem como objetivo garantir apoio político ao pacote de ajuste fiscal, principalmente das lideranças do PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Além de ter elevado, há uma semana, a tributação de PIS e Cofins incidente sobre as receitas das empresas obtidas com aplicações financeiras, o governo estuda aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. A CSLL subiria de 15% para 17% ao ano, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

A medida tem o apoio da Receita Federal, segundo fontes do governo. O Fisco vê margem para esse aumento da carga tributária dos bancos. Em 2014, a arrecadação da CSLL dos bancos somou R$ 10,9 bilhões.

Copasa
A Copasa (CSMG3) informou na última sexta-feira que a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG) autorizou o reajuste das tarifas de água e de esgoto da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para 2015. O índice autorizado é de até 15,04%, com aplicação por um ano a partir de 13 de maio. Segundo a agência, a elevação de 62,22% nos custos de energia elétrica da Copasa foi o principal fator que contribuiu para o aumento das tarifas de água e de esgoto. Só a energia elétrica contribuiu com 5,58 pontos percentuais do índice total autorizado.

Brasil Pharma
A Brasil Pharma (BPHA3), braço de varejo farmacêutico controlado pelo BTG Pactual (BBTG11), poderá receber novo aporte de capital do banco, segundo fontes consultadas pelo ‘Broadcast’, serviço em tempo real da ‘Agência Estado’. Em um amplo processo de reestruturação desde 2013, a companhia anunciou, no mês passado, nova mudança no comando da companhia – a segunda troca em 12 meses.

Os recursos terão como finalidade melhorar o caixa da companhia diante do aumento da alavancagem e necessidade de investimentos na integração dos negócios. O valor da possível injeção de capital ainda não está definido. As ações da companhia subiram 21,74% ontem, negociadas a R$ 0,84, com a expectativa desse novo aporte.

No fim do mês passado, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou o rating (nota) da Brasil Pharma para BBB- (bra), saindo de A- (bra). Ao mesmo tempo, a agência colocou sua nota em observação negativa. A classificadora considerou que tais ações de rating “refletem a contínua incapacidade de a Brasil Pharma restaurar sua geração de caixa operacional para patamares positivos e que sustentem a continuidade de suas atividades”.

Óleo e Gás Participações
A Óleo e Gás Participações (OGXP3), ex-OGX, informou na sexta que seus acionistas controladores e determinadas afiliadas celebraram um Contrato de Suporte e Standstill para concessão de período de standstill e acordo junto a certos credores anuentes que, diretamente ou por meio de um intermediário, detêm a maioria das debêntures conversíveis emitidas pela OGX por meio da escritura de emissão datada de 13 de fevereiro do ano passado e dos créditos decorrentes do contrato de pré-pagamento à exportação celebrado ontem. 

“Conforme previamente anunciado no Fato Relevante datado de 9 de abril de 2015, as Companhias ainda não se encontram aptas a realizar a devolução do Empréstimo Adicional, ou satisfazer as condições precedentes para a conversão do Financiamento DIP. A celebração do Contrato de Suporte e Standstill é um importante passo em direção a uma potencial solução destas questões”, completou a companhia no comunicado.

BTG Pactual
O BTG Pactual vai inaugurar ainda neste ano uma gestora de recursos em Miami, dentro dos esforços para fazer a área ter uma parcela cada vez maior nos resultados do grupo, disse nesta sexta-feira uma fonte a par do assunto. A gestora deve começar a operar entre setembro e outubro, disse a fonte à Reuters. O grupo liderado por André Esteves também procura se aproveitar da crescente presença de brasileiros na cidade, que fica no sul do Estado da Flórida. Nesta semana, a Miami Association of Realtors, associação de corretores de imóveis de Miami, informou que brasileiros foram os estrangeiros que mais procuraram imóveis na cidade entre várias nacionalidades.

Banco Pine
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou mais uma vez a nota de crédito do banco Pine (PINE4), que agora está em Ba3. A nota é considerada pela agência como “grau especulativo”. Se houver mais um rebaixamento, a nota de crédito do Pine cai para o nível de uma empresa que “carece de características de um investimento desejável”.

Um dos motivos apresentados pela Moody’s para a nova classificação, apenas dois meses depois de já ter rebaixado a nota do banco, é que o Pine deverá ter de aumentar as provisões contra perdas de crédito. O banco está exposto a empresas construtoras que são alvos da Operação Lava Jato e também ao setor de açúcar e álcool, que tem passado por grandes dificuldades, com dezenas de usinas em recuperação judicial.

A Moody’s também diz que o lucro do banco deverá se deteriorar ainda mais por causa da contínua desaceleração da economia que está se refletindo na retração da carteira de crédito.

No balanço de 2014, o banco divulgou uma queda de 41,6% em suas receitas líquidas. No total, somaram R$ 94,3 milhões, o equivalente a apenas 0,9% dos ativos totais do banco. As provisões para devedores duvidosos subiram 21% em 2014. Com a deterioração da situação financeira dos principais clientes do banco, a Moody’s entende que elas vão aumentar ainda mais. Ao fim de 2014, as provisões somaram R$ 54 milhões, mais que o dobro do que no fim do ano anterior. Somente em créditos para o grupo OAS, que está em recuperação judicial e portanto requer provisões, o Pine tem uma exposição de R$ 52 milhões. 

JBS
A JBS (JBSS3) teve seus ratings de dívida elevados pela Moody’s para “Ba2”, ante “Ba3”, com perspectiva estável. A Moody’s afirmou em nota que a nova classificação da companhia, a maior produtora de carnes do mundo, reflete principalmente os indicadores de crédito da JBS, que melhoraram como resultado do forte desempenho dos principais segmentos da empresa e da rápida expansão do rentável negócio de alimentos processados no Brasil. 

Cemig
A Cemig (CMIG4) afirmou na sexta que está avaliando “algumas oportunidades” para expandir e agregar valor às operações da unidade Cemig Telecom. O anúncio foi feito em comunicado ao mercado após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem da revista Exame que afirma que a empresa está preparando negócio que poderá “trazer 1 bilhão de reais para o caixa da companhia”. A empresa, porém, afirma que até o momento não firmou qualquer acordo envolvendo a Cemig Telecom. 

ALL
A ALL informou na noite de sexta que aprovou a destituição de todos os membros de seu Conselho de Administração, com exceção de Wilson Ferro de Lara, Riccardo Arduini, Nelson Rozental, Délcio Joaquim Lopes de Brito, Henrique Amaranto da Costa Pinto e Joilson Rodrigues Ferreira, que permanecerão em seus cargos até o dia 24 de abril, quando serão destituídos. A companhia ainda elegeu novos membros para seu conselho, deixando a presidência a cargo de Rubens Ometto Silveira Mello e a vice-presidência para Marcos Marinho Lutz.

Cosan
A Cosan (CSAN3) informou na última sexta que seu Conselho de Administração aprovou a contratação da KPMG Auditores para auditar os resultados da companhia referentes ao exercício de 2015, substituindo a PriceWaterhouse Coopers (PwC). De acordo com o comunicado a KPMG iniciará suas atividades a partir da revisão das informações trimestrais do primeiro trimestre de 2015. 

Gol
A Gol (GOLL4) informou que a empresa de redes de fidelidade de clientes Smiles (SMLE3), do grupo Gol revisou termos do acordo de acionistas acertado com a General Atlantic, reduzindo o percentual mínimo de participação que a companhia de investimentos norte-americana pode ter na empresa brasileira. O percentual inferior a 7,5 por cento necessário para ativar o fim do acordo de acionistas foi reduzido para 2,5 por cento. As empresas ainda combinaram que o acordo somente será terminado 12 meses após a data em que a General Atlantic passar a deter uma fatia inferior aos 2,5 por cento no capital da Smiles.

Em nota a clientes, analistas do Bradesco BBI consideraram o anúncio como negativo uma vez que “sinaliza que a GA deve estar saindo da companhia”.

CCX e Embraer
O Morgan Stanley Uruguay informou que reduziu a fatia para 4,96% das ações ordinárias da CCX Carvão (CCXC3).

Já a Black Rock reduziu a fatia nas ações ordinárias da Embraer (EMBR3) para 4,95%. 

Marfrig
De acordo com informações da Bloomberg, a Moy Park, da Marfrig (MRFG3), pretende captar 100 milhões de libras. Segundo pessoa familiarizada com o assunto, que não está autorizada a falar publicamente e pediu para não

ser identificada, os recursos serão usados para fazer distribuição de dividendos e habilitar a companhia a pagar algumas dívidas e despesas
gerais. 

Anima
A Anima (ANIM3) informou que o processo de captação das instituições de ensino mantidas pelas controladas da Anima Educação alcançou o volume recorde de 26,8 mil novos alunos na graduação presencial, um crescimento de 63,8% em relação à captação do primeiro semestre de 2014. Em uma análise Pro Forma, considerando a São Judas desde o início de 2014, o crescimento foi de 2,8% em relação ao mesmo período em 2014.

“Com relação à base de alunos de Graduação Presencial, também atingimos um novo recorde com 82,8 mil alunos matriculados no primeiro semestre de 2015, crescendo 58,5% em relação à base de alunos do primeiro semestre de 2014. O crescimento Pro Forma foi de 6,1% em relação à base do primeiro semestre do ano passado”, informou a empresa em comunicado ao mercado.

(Com Reuters e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.