Fibria e Suzano sobem com novidade, bancos caem 4% e Usiminas ON derrete 12%

Entre os destaques ainda estiveram os ativos da Petrobras, que dispararam 9% com os investidores na expectativa de que os resultados da companhia saiam até o dia 20 deste mês

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quinta-feira (9) foi de leve alta para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com ganhos de 0,26%, a 53.802 pontos. Entre os destaques desta sessão estiveram as blue chips, em dia que a Fitch Ratings manteve a nota do Brasil em BBB, mas revisou a perspectiva para negativa. As ações da Petrobras chamaram atenção dos investidores após fecharem com ganhos de 9% em meio à expectativa do mercado de que o balanço auditado da companhia seja divulgado antes do dia 20 deste mês. 

Ainda estiveram entre os destaques desta quinta as ações do setor de papel e celulose, que fecharam entre os ganhos do Ibovespa nesta sessão em meio à liberação do plantio comercial de eucaliptos geneticamente modificados da Suzano pelo CTNBio. O Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil tiveram fortes baixas e também ficaram no radar do mercado.

Confira abaixo os principais destaques desta quinta: 

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Papel e celulose
As ações do setor de papel e celulose fecharam com forte alta nesta quinta-feira (9) em meio à notícia de que o CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou hoje a liberação comercial do eucalipto geneticamente modificado da FuturaGene, empresa de biotecnologia da Suzano Papel e Celulose (SUZB5, R$ 14,52, +2,61%), tornando o Brasil o primeiro país a aprovar o plantio de eucalipto transgênico para fins comerciais.

A Futuragene afirma que o eucalipto geneticamente modificado traz ganhos de produtividade da ordem de 20 por cento em relação ao eucalipto convencional devido ao maior crescimento da planta. Mas a tecnologia é questionada por movimentos sociais e pela indústria de mel. A liberação foi aprovada pela comissão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por 18 votos favoráveis e três contrários. Com a notícia, os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 45,11, +4,18%) também reagiram com forte valorização.

Petrobras (PETR3, R$ 11,54, +9,28%; PETR4, R$ 11,56, +9,06%)
As ações da Petrobras tiveram dia de disparada nesta quinta em meio à expectativa pela divulgação do balanço corporativo até o dia 20. De acordo com informações do Valor Econômico, a estatal deve divulgar o balanço até o fim da próxima semana (até dia 17). A Reuters também destacou que, segundo fontes, o balanço sairá até dia 17. Já segundo a Folha de S. Paulo, a companhia pretende divulgar o balanço até 20 de abril. Contudo, a empresa afirmou que “não há data definida para a divulgação” das demonstrações contábeis auditadas do terceiro e do quarto trimestre de 2014. Em e-mail a Reuters, a petroleira reafirmou que continua trabalhando para divulgar os resultados financeiros “o mais breve possível”. 

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E, segundo operadores destacaram à companhia, os ganhos fortes ocorrem com a cobertura de posições vendidas (short squeeze) em meio à chance da divulgação do balanço auditado da petroleira em cerca de dez dias. Soma-se a isso uma notícia sobre possíveis mudanças no sistema de partilha. Em meio às dificuldades de caixa da Petrobras e o temor de parte do mercado de que a companhia assolada por escândalos de corrupção não consiga arcar com seu ambicioso plano de investimentos, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, acenou nesta quarta-feira, 8, pela primeira vez que o governo pode “revisitar” as regras do regime de partilha na exploração do pré-sal e da política de exigência de conteúdo local na indústria de petróleo.

Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, Braga avaliou que, apesar de terem ajudado o País a chegar a um patamar avançado no setor, essas regras podem ser rediscutidas pelo governo futuramente. “Essas políticas não podem ser taxadas de ineficientes, porque foram pilares do nosso desenvolvimento no setor de petróleo e gás”, disse, em resposta a questionamentos de parlamentares.

Vale (VALE3, R$ 18,80, +0,27%; VALE5, R$ 15,59, +0,38%) 
As ações da Vale fecharam com leves ganhos nesta quinta. O noticiário para a companhia não é o dos mais positivos, em meio ao corte de recomendação (desta vez para “underperform”) pela BMO e também com novas notícias sobre a China. Já o Credit Suisse reduziu o preço-alvo dos ADRs de US$ 7 para US$ 5. A China se movimenta para apoiar sua indústria de minério de ferro, que enfrenta dificuldades, cortando impostos, potencialmente ampliando um excesso de oferta global e enfraquecendo a estratégia das mega mineradoras de forçar concorrentes de alto custo para fora do mercado.

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A mineradora brasileira Vale e as australianas Rio Tinto e BHP Billiton têm buscado forçar a saída das mineradoras com custos mais altos e menos eficientes na China, para abrir caminho para um novo fluxo de produção. Porém, o gabinete da China disse na quarta-feira que cortará o imposto que cobra de produtoras domésticas de minério de ferro pela metade para 40 por cento da taxa básica a partir de 1o de maio, em uma tentativa de ajudar mineradoras que têm acumulado prejuízos em meio à queda dos preços globais.

Bancos
Uma notícia mexeu com as ações do setor bancário nesta sessão. Segundo a Exame, a Febraban foi informada que o ministro da Fazenda Joaquim Levy planeja aumentar o imposto CSLL para instituições financeiras de 15% para 17%. O aumento do imposto pode elevar a arrecadação em R$ 1,5 bilhão. Segundo a Exame , o ministro não quis comentar sobre o assunto. 

Além disso, o Credit Suisse rebaixou a recomendação para as ações do Itaú, Itaúsa, Bradesco e Banco do Brasil de outperform para marketperform destacando que o potencial de valorização para as ações é limitado e os desafios no âmbito macroeconômico pioraram. “Acreditamos que é hora de adotar uma postura mais conservadora”. No negativo estiveram os papéis do Bradesco (BBDC3, R$ 31,20, -2,07%; BBDC4, R$30,75, -1,79%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,75, -2,00%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,46, -3,66%).

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Eletrobras (ELET3, R$ 6,03, 0,00%; ELET6, R$ 7,43, -0,67%)
As ações da companhia elétrica fecharam entre a estabilidade e perda em meio ao possível envolvimento em esquemas investigados pela Operação Lava Jato. Segundo informações do Valor, os investigadores da Lava Jato vão aprofundar as apurações sobre a montagem eletromecânica da terceira usina do Complexo Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis. Os investigadores suspeitam que o edital para a montagem da mais conhecida Angra 3, publicada pela Eletrobras originalmente em agosto de 2011 foi elaborada de forma a priveligar poucas empresas. 

GP Investments (GPIV33, R$ 5,75, +1,23%)
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da companhia fecharam com alta em meio a sinalizações de que poderá anunciar em breve planos para levantar 1,5 bilhão de dólares para quatro fundos envolvidos em private equity, imóveis e investimentos em infraestrutura, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à agência Reuters. 

Usiminas (USIM3, R$ 15,93, -12,04%; USIM5, R$ 4,63, +0,65%) 
As ações ordinárias da Usiminas tiveram mais um dia de expressiva baixa, enquanto os papéis PN da companhia fecharam com leve alta. Em entrevista a Reuters, o novo presidente do Conselho de Administração da companhia, Marcelo Gasparino, afirmou que a briga entre os dois acionistas controladores da empresa não vai ser resolvida facilmente, mas não poderá interferir nos trabalhos do Conselho da maior produtora de aços planos do Brasil.

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Conforme destaca a equipe de análise do Itaú BBA, a cotação da USIM3 não se justifica e os papéis devem cair. “A nosso ver, os últimos desdobramentos no conselho da Usiminas indicam que a disputa entre os controladores Ternium e Nippon Steel pode perdurar. Enxergamos dois potenciais desfechos após os últimos acontecimentos: i) se a disputa continuar, pode haver uma oferta pelas ações ON que ainda circulam; ou ii) no caso de um acerto entre as partes, o prêmio ON-PN pode diminuir bastante. Seja o desfecho uma oferta ou um cessar-fogo, achamos que o atual preço da ação ON é injustificável do ponto de vista dos fundamentos e que foi inflado por uma corrida para comprar ações antes da assembleia de acionistas”.

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,58, 0,00%)
Após fecharem no topo dos ganhos das últimas duas semanas em meio a um “short squeeze” em seus papéis, que fizeram com que os investidores em meio ao temor pela falta de ações em aluguel passassem a comprar os ativos, as ações da PDG Realty tiveram um novo dia de queda forte, após caírem 16% na sessão anterior.

OGX SA (OGSA3, R$ 38,00, -1,02%)
Após disparada de até 3.600% em dois dias, os ativos da OGX SA fecharam com leve queda, após chegarem a perdas de 52% em sua mínima intradiária. O InfoMoney procurou diversos analistas, mas todos afirmaram que não acompanham mais esses papéis e que não sabiam e nem tinham visto nenhuma informação que pudesse justificar tal movimento. Muitos, porém, deram destaque ao baixo número de negócios feito com o papel, com o spread sendo explicado pela baixa liquidez das ações.

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No radar de hoje da empresa, uma notícia negativa. A Óleo e Gás Participações e a OGX SA afirmaram não possuir os recursos necessários para pagar empréstimo de até 73,2 milhões de dólares obtido no ano passado para financiar exportações e pagar custos e despesas, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira.

Copasa (CSMG3, R$ 18,85, +0,53%)
Após queda na sessão anterior, as ações da Copasa tiveram ganhos superiores a 1% após a companhia mineira descartar racionamento, segundo a Folha de S. Paulo. Contudo, em meio à escassez hídrica, a expectativa é de que haja sobretaxa aos consumidores.  

Estácio (ESTC3, R$ 20,70, +3,86%)
As ações da Estácio fecharam em seu sexto pregão consecutivo de alta em meio à estimativa de queda das matrículas e a recomendação de compra das ações pelo BTG Pactual. A Estácio estima queda de até 43% em matrículas com Fies em 2014, segundo informações do jornal Valor Econômico de hoje. Por outro lado, o BTG Pactual reitera recomendação de compra para as ações da empresa após encontro da companhia com analistas ontem.

A avaliação é de que a Estácio não alterou suas metas após mudanças no Fies e as iniciativas de crescimento de base de alunos e cortes de custos devem se traduzir em expansão de margem e crescimento sólido do Ebitda em 2015. Ainda estiveram nos ganhos os ativos da Kroton (KROT3, R$ 12,00, +1,61%), que acumulam em 8 pregões valorização de 20%.

CVC (CVCB3, R$ 16,24, +4,10%)
As ações da CVC tiveram mais um dia de alta, a sexta em sete pregões e acumulando ganhos de 20% no período, atingindo o maior patamar desde 15 de outubro do ano passado. A companhia divulgou nesta semana os dados operacionais, considerado positivos. No primeiro trimestre de 2015, as reservas confirmadas cresceram 11,3% em relação ao mesmo período de 2014, totalizando R$ 1.268,7 milhões. O crescimento foi registrado também individualmente por cada um dos três diferentes canais de vendas da operadora: vendas pelas lojas franqueadas (lojas exclusivas), pelos agentes independentes e pelo canal online.

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.