“Sobrevivente”, Vale deve suspender dividendos temporariamente em 2016, diz BTG

Banco cortou preço-alvo para as ações da Vale, Bradespar e CSN, além de diminuir projeção para minério de ferro

Lara Rizério

(Divulgação/Vale)

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SÃO PAULO – “Quem teria imaginado que o preço do minério de ferro atingiria a marca de US$ 50 a tonelada já em 2015?” É com essa pergunta que o BTG Pactual descreve o cenário desafiador para o setor de mineração e afirma que, os dados do setor levam a uma pressão no curto prazo, uma vez que os preços se aproximam do que é considerado o “break-even” do setor.

Assim, o banco cortou as estimativas para o preço de minério de ferro de longo prazo, passando de US$ 80 para US$ 60 a dmt (tonelada métrica seca), cortando também as projeções para o setor.

Os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro cortaram o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3;VALE5) de US$ 10 para US$ 6,50 e vê a companhia suspendendo temporariamente dividendos em 2016.

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Além disso, o banco reduziu o cenário de longo prazo para o fluxo de caixa livre potencial de 20% para 7%-10%. Por outro lado, o BTG chamou a companhia de “sobrevivente no setor”. A recomendação para os papéis é neutra.

A Bradespar (BRAP4) também teve o seu preço-alvo cortado de R$ 19 para R$ 12, além de ter a sua recomendação mantida para neutra.

A Bradespar continua com um desconto grande em relação à Vale, consideram os analistas, destacando que isto reflete dois fatores principais: i) as preocupações dos investidores sobre a renovação do acordo de acionistas da Valepar e; (ii) a preocupação de que Bradespar aumentaria a sua participação na Valepar com um prêmio, elevando a alavancagem as preocupações sobre a retenção de dividendos.

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“Nós acreditamos que essas preocupações são exageradas, e avaliamos que a renovação do acordo de acionistas da Valepar é altamente provável (expira apenas em 2017)”, ressaltam os analistas.

Já com relação à CSN (CSNA3), o preço-alvo caiu de R$ 5 para R$ 3,50 e a recomendação seguiu neutra, destacando que a empresa tem liquidez, mas que sua estrutura de capital é bastante desequilibrada.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.