Ibovespa tem maior fechamento do ano puxado por Petrobras; dólar cai

Índice teve pregão positivo com vitória de Levy na questão do indexador da dívida de estados e municípios e falas de Dilma em entrevista

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fecha em alta nesta quarta-feira (1) impulsionado pela vitória do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Congresso e das indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) em entrevista para a Bloomberg, na qual reafirmou a importância do ajuste fiscal e mostrou discurso alinhado com o de Levy.

O benchmark fechou em alta de 2,29%, a 52.321 pontos, o maior nível de fechamento deste ano de 2015. A última vez que o índice fechou acima dos 52 mil pontos foi em 3 de dezembro do ano passado, quando bateu 52.320. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,57%, a R$ 3,1725 na venda. Já no mercado de juros futuros, os contratos para janeiro de 2017 caíam 0,15 ponto percentual, a 13,24%, enquanto os contratos para janeiro 2021 caíam 0,19 ponto percentual, a 12,78%. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 8,092 bilhões. 

Segundo análise da Coinvalores, os números fiscais de ontem, apesar de ruins mostram uma transparência, algo que muitos críticos apontavam que faltava no governo nos últimos anos, quando ficou famosa a famigerada “contabilidade criativa”. Com isso, aumenta a confiança no ajuste fiscal, trazendo a expectativa de que a política monetária pode ser menos restritiva, o que reduz a curva dos juros.  

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Para o analista técnico da Spinelli, Gabriel Mollo, é possível ficar otimista com o Ibovespa, já que ele estaria operando dentro de um canal de alta depois de passar por uma acumulação em 47.320 pontos. “Acho que ele pode romper e buscar os 53.300”, afirma. Agora se ele voltar a ficar abaixo dos 52 mil pontos, ele pode voltar a um suporte de 49.900 dentro da LTA traçada pelo analista. 

Entre os indicadores macroeconômicos, o ritmo de contração da indústria brasileira acelerou com força em março e a produção do setor caiu no ritmo mais rápido desde setembro de 2011 devido à forte queda na entrada de novos pedidos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira. O PMI compilado pelo Markit caiu a 46,2 em março ante 49,6 em fevereiro, com piora das condições em todos os três subsetores monitorados e indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Pesquisa importa?
Para o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, o queda da aprovação de Dilma de 40% para 12% não mexe muito no mercado, porque não estamos mais em época de eleições. “Impacta mais o Levy sendo o grande articulador político do governo, fazendo realmente o meio campo entre governo e Congresso”, diz. 

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As declarações da presidente em uma entrevista para a Bloomberg também trouxeram pressão compradora, ao mostrarem que seu discurso está alinhado ao de Levy. “Eu farei tudo para atingir 1,2% [do PIB],” disse Dilma em entrevista à Bloomberg no Palácio do Planalto em Brasília. “Vamos ter de racionalizar gastos e defasar outros. Vamos criar vários mecanismos. Diria que essa é a parte em que o governo entra e o nosso pedaço vai ser grande”.

Ações em destaque
As ações da Vale (VALE3VALE5) caíram depois que a empresa teve sua recomendação rebaixada de manutenção para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Santander, com preço-alvo passando de US$ 8 para US$ 4,50 por ADR (American Depositary Receipts). Segundo os analistas, o desempenho operacional da Vale continuará sofrendo no curto prazo em meio à queda de preços do minério de ferro. A commodity registra queda hoje, sendo cotada a US$ 49,53 a tonelada. O banco espera fluxo de caixa negativo de US$ 10 bilhões após dividendos no período de 2015-2016. 

As ações da Petrobras (PETR3PETR4) subiram com muita força após a presidente Dilma Rousseff declarar, em entrevista à Bloomberg, que a estatal vai divulgar balanço auditado de 2014 até final de abril. Outras notícias positivas para a empresa, na avaliação do analista da Spinelli, Elad Revi, são as vendas de ativos que a estatal vem realizando e a proximidade da próxima reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pode trazer sinalizações positivas para os preços do combustível como uma possível redução na produção. 

Para Lauro Vilares, no entanto, é preciso ter cautela com os papéis da estatal, já que ela bateu duas vezes no maior patamar do ano, em R$ 10,25 e depois caiu até encontrar suporte. Se ela avançar até os R$ 10,35 nos próximos dias, contudo, daria para pensar num objetivo de R$ 10,95, que é a próxima resistência, apesar de fraca. “Ela só vai encontrar uma resistência forte mesmo aos R$ 15”, explica. 

Já a CSN (CSNA3) subiu depois de informar na noite de ontem que seu Conselho de Administração aprovou a abertura de um novo programa de recompra de até 32.770.055 ações para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. De acordo com a CSN, o objetivo da recompra é para maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital. O prazo para a realização da recompra é entre os dias 1º de abril e 30 de junho de 2015. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 PDGR3 PDG REALT ON 0,60 +20,00 -30,23
 OIBR4 OI PN 5,95 +15,98 -30,89
 ELET6 ELETROBRAS PNB 7,29 +7,21 -10,88
 PETR3 PETROBRAS ON 10,08 +5,22 +5,11
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 10,88 +5,12 +21,29

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 GOLL4 GOL PN N2 7,41 -5,24 -51,19
 VALE5 VALE PNA 15,01 -2,85 -21,94
 BRAP4 BRADESPAR PN 10,31 -2,64 -27,90
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 14,43 -2,43 +28,27
 VALE3 VALE ON 17,54 -2,23 -19,95

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 10,21 +4,93 590,28M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 36,50 +3,41 546,42M
 VALE5 VALE PNA 15,01 -2,85 467,36M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,88 +2,33 357,17M
 BBDC4 BRADESCO PN EB 30,61 +3,17 271,61M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 11,70 +4,84 264,94M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 23,77 +3,75 244,24M
 CIEL3 CIELO ON 47,06 +3,00 213,70M
 CESP6 CESP PNB 24,27 +2,58 213,03M
 ITSA4 ITAUSA PN 10,33 +3,51 212,15M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Cenário externo
O principal índice europeu de ações iniciou o trimestre com ganhos nesta quarta-feira, após dados mostrarem que a atividade industrial na zona do euro acelerou mais rápido que o estimado inicialmente no mês passado. O índice saltou 16 por cento no primeiro trimestre com o programa de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) e o enfraquecimento do euro.

A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) final de indústria da zona do euro para março chegou à máxima de 10 meses, de 52,2, acima da leitura preliminar de 51,9, ampliando os sinais de que a economia do bloco está se recuperando.

O PMI ajudou o índice espanhol IBEX a subir 0,42 por cento e o italiano FTSE MIB a ganhar 0,87 por cento. Ambos chegaram a atingir o maior nível desde 2010. Os bancos foram os que mais ganharam, com o subíndice bancário do STOXX Europe 600 avançando 0,93 por cento.

“A Espanha em geral parece muito bem, e dados recentes têm vindo melhor que o esperado”, disse o operador de vendas do Peregrine & Black Markus Huber. “Os bancos parecem cada vez mais atrativos, porque eles têm muita recuperação a fazer.”

No cenário externo impactava a notícia de que a Grécia deva chegar a um acordo na semana que vem com seus parceiros da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um pacote de reformas que ajudará a destravar fundos remanescentes do resgate, disse nesta quarta-feira à Skai TV o ministro grego da Economia, George Stathakis.

Na Ásia, a exceção foi a bolsa em Xangai, que contrariou a tendência após uma leitura fraca do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) reforçar o argumento por mais afrouxamento. 

O índice em Xangai subiu quase 1,7 por cento com uma leitura fraca do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), o mais recente indicador favorecendo o argumento por mais afrouxamento. O índice japonês Nikkei fechou em queda de 0,9 por cento depois de chegar a cair 1,4 por cento numa sessão vólatil com investidores vendendo para realizar lucros no primeiro dia do ano fiscal do Japão.

(Com Reuters)

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