Vale cai 4%, Sabesp dispara com reajuste de 14% e Bradesco sobe 2%; veja mais

Entre os destaques ainda estiveram as ações que divulgaram seus resultados para o quarto trimestre de 2014 nesta terça

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Bolsa teve dia morno nesta terça-feira (31), com o Ibovespa fechando praticamente estável, com leves perdas de 0,18%, a 51.150 pontos. Entre os destaques desta sessão ficaram as ações dos bancos, que fecharam entre os ganhos em meio à fala de Joaquim Levy, ministro da Fazenda, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. 

Hoje, o ministro reforçou a importância do ajuste fiscal e não descartou novas medidas para atingir a meta fiscal com superávit primário de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Entre os principais ganhos estiveram Bradesco (BBDC3, R$ 30,13, +2,24%; BBDC4, R$ 29,67, +1,61%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,31, +0,91%).

Ainda chamaram atenção nesta terça as ações da Sabesp, que fecharam no topo dos ganhos da carteira teórica da Bovespa no pregão. As altas vieram após a companhia ter sido autorizada pela Arsesp a reajustar suas tarifas em 14%. A Vale, no entanto, fechou no vermelho, em meio à forte queda do preço do minério de ferro.

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Confira os principais destaques desta terça:

Vale (VALE3, R$ 17,94, -3,65%; VALE5, R$ 15,45, -3,74%) 
As ações da Vale fecharam com queda em um dia movimentado para a China e também com a queda do preço do minério. No noticiário chinês, destaque para a Fitch, que reafirmou hoje o rating soberano A+ de longo prazo do país, em moedas local e estrangeira, atribuindo à nota uma perspectiva estável. O rating de bônus seniores não garantidos do gigante asiático também foi mantido em A+. Já teto do país foi mantido em A+ e o rating de curto prazo em moeda estrangeira, em F1.

Por outro lado, a Fitch prevê que a China crescerá 6,8% em 2015 e 6,5% em 2016, bem abaixo da média de 10,5% registrada entre 2001 e 2010, à medida que a economia atravessar um período de ajuste e reequilíbrio.

O preço do minério de ferro recuou 3,6% no mercado a vista chinês e foi para US$ 51 a tonelada, renovando a mínima desde o início de sua precificação em 2008, conforme destaca a Rico Corretora. Apenas em março, o preço da matéria prima acumulou queda de 19%. Em 2015 o valor registra retração de 28,4%. Esse valor segue a referência do minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado no Porto de Tianjin, na China.

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As ações das siderúrgicas, com destaque para a Gerdau (GGBR4, R$ 10,16, -1,74%), também fecharam com fortes quedas nesta sessão. 

Petrobras (PETR3, R$ 9,58, -0,10%; PETR4; R$ 9,73, +0,10%
As ações da Petrobras fecharam entre ganhos e perdas do Ibovespa nesta terça-feira. As falas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, destacando a importância do ajuste fiscal, ajudaram a animar o mercado. 

Como um dos destaques no noticiário da estatal, a Petrobras pediu aos acionistas que aprovem, na próxima assembleia dia 29 de abril, um reajuste de 13% na remuneração dos executivos em relação ao pagamento do ano passado, considerando a média por executivo, informa uma reportagem da Folha de S. Paulo.

Além disso, a companhia vendeu US$ 101 milhões em ativos na Argentina para a CGC (Companhia Geral de Combustíveis), como parte do seu plano de desinvestimento, informou a estatal ontem à noite. Ainda sobre a petrolífera, o conselheiro independente da Petrobras, Mauro Cunha, enviou carta à estatal informando que não pretende concorrer a um novo mandato no conselho de administração da companhia.  

Além disso, a Corte de Nova York divulgou a ação coletiva consolidada da Petrobras, que além da petroleira inclui como réus os ex-presidentes Graça Foster e José Sergio Gabrielli, além de outros 13 executivos, 15 bancos que coordenaram emissões de papéis da empresa, a firma de auditoria Price e duas subsidiárias da companhia brasileira no exterior que emitiram títulos no mercado internacional.

Sabesp (SBSP3, R$ 17,71, +5,86%)
As ações da Sabesp fecharam com fortes ganhos após a companhia ter sido autorizada pela Arsesp a reajustar suas tarifas em 13,8%. O índice contempla reajuste anual de 2015 e a revisão extraordinária. O aumento deve acontecer 30 dias após a Nota Técnica Final ser publicada, diz a agência reguladora de São Paulo.

A Sabesp informou, contudo, que pedirá um reajuste ainda maior, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. O diretor financeiro e de relação com investidores da empresa, Rui Affonso, disse que o fator x-índice do desempenho da empresa para avaliar o reajuste foi pequeno e que “não parece apropriado”. 

Gol (GOLL4, R$ 7,82, -4,75%)
Após a divulgação de resultados, as ações da Gol fecharam em queda mais amena, após chegarem a cair 4% na mínima intradiária. A companhia teve prejuízo líquido acima do esperado no quarto trimestre, sob impacto da variação cambial e perdas com derivativos, enquanto espera um resultado operacional positivo em 2015.

A companhia aérea informou nesta segunda-feira que seu prejuízo entre outubro e dezembro foi de R$ 631 milhões, ante um resultado negativo de R$ 19,3 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas apontava prejuízo de R$ 227,5 milhões.

Vale ressaltar que, após a divulgação de resultados, a Gol foi cortada pelo Citi e pelo BTG Pactual para recomendação neutra.  E, conforme destaca a Elite Corretora de Câmbio e Valores, o resultado operacional fraco e o resultado final foi muito afetado pelas operações de hedge (principalmente combustíveis). Apesar disso, mesmo com um cenário macro bem abaixo do projetado pela empresa, a GOL conseguiu atingir sua meta final de rentabilidade operacional em 2014.

Ser Educacional (SEER3, R$ 12,58, +7,43%) 
A ação da Ser Educacional disparou após a divulgação de resultados, em que a companhia registrou lucro líquido de R$ 43,8 milhões no quarto trimestre. Na máxima do dia, a alta chegou a ser superior a 8%. 

De acordo com a XP investimentos, o resultado foi levemente acima do esperado, com destaque para o crescimento orgânico na base de alunos de graduação presencial, que atingiu 17% na comparação anual. A combinação do aumento de ticket médio, dado o melhor mix de cursos e consolidação da Unama (tem ticket médio maior), além das recentes aquisições, proporcionaram um aumento de quase 64% na receita líquida da Ser. E, em termos de margem, a empresa segue diluindo custos, chegando a uma margem Ebitda de 27%. Apesar da leve desaceleração no ritmo de incremento de margem, o patamar se mantém em níveis satisfatórios.

Dentro do setor educacional, as ações da Anima (ANIM3) também fecharam alta, de 0,95%, a R$ 15,22, enquanto Kroton (KROT3) fechou quase estável, com alta de 0,19% e Estácio (ESTC3) fechou com queda superior a 2%. 

PetroRio (HRTP3, R$ 4,51, -4,45%)
A PetroRio, ex-HRT, registrou prejuízo de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2014 e receita líquida de R$ 82 milhões, o que faz suas ações registrarem forte queda nesta sessão. Na mínima do dia, os papéis registraram queda de 6,78%. 

MRV (MRVE3, R$ 8,03, +0,50%)
As ações da MRV Engenharia fecharam em alta nesta sessão. A companhia prevê elevar os gastos para manter o ritmo de expansão de lançamentos do ano passado, segundo Valor. A incorporadora projeta desembolsos totais de R$ 8 bilhões neste ano e no próximo, 18% superior aos R$ 6,8 bilhões do biênio 2013-2014. 

MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,66, +1,54%)
A MMX Mineração fechou com alta após a divulgação de resultados. A companhia encerrou o quarto trimestre com prejuízo de R$ 171,9 milhões, resultado 51% abaixo do registrado no mesmo período de 2013. Segundo a empresa, o resultado negativo no último trimestre do ano passado foi consequência do teste de recuperabilidade de ativos realizado pela companhia no segundo trimestre de 2014, desdobrando em um reconhecimento de baixa contábil de R$ 1,807 bilhão, valor ajustado no quarto trimestre para R$ 1,739 bilhão.  

Tractebel (TBLE3, R$ 35,30, -0,56%)
A Tractebel viu suas ações fecharem no positivo após o resultado, com a companhia vendo seu lucro líquido subir 68% na comparação anual para R$ 481,9 milhões no quarto trimestre do ano passado. Segundo o Santander, o resultado foi acima do esperado, favoravelmente impactado pela alocação de energia e melhores resultados no mercado spot (à vista), além de ganho não recorrente. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.