Ibovespa zera perdas e dólar afunda com Levy ofuscando resultado fiscal

Déficit do governo central e dados fracos da confiança do consumidor não foram o suficiente para apagar o otimismo do investidor com discurso de Levy no Congresso

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa disparou cerca de 1,5% das 10h40 até às 11h20, ou 700 pontos, com forte alta dos bancos e já sobe 0,05%, a 51.269 pontos, às 12h50 (horário de Brasília). Para o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, a disparada se deu por conta das falas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Senado. Para ele, o discurso é o suficiente para amenizar o efeito negativo pela manhã dos resultados fiscais do governo. 

“Os resultados foram piores do que o imaginado, mas se as medidas de ajuste de Levy forem aprovadas, isso fica no retrovisor”, afirma.

Ao mesmo tempo, o dólar comercial caía 1,21%, a R$ 3,1925, na venda. A apreciação do câmbio vinha junto com especulações de que os bancos privados estão se movendo para fechar suas contas no final do trimestre apoiando-se na moeda brasileira. “Temos tido uma entrada de grandes players locais, forçando o dólar para baixo”, disse Reginaldo Galhardo, gerente Treviso Corretora de Câmbio, em uma entrevista por telefone à Bloomberg. 

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Déficit
O déficit nominal do setor público foi de R$ 58,6 bilhões em fevereiro ante uma estimativa mediana do mercado de um resultado negativo em R$ 28 bilhões. No consolidado de 12 meses, o déficit atingiu 0,69% do PIB (Produto Interno Bruto).

O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 7,358 bilhões em fevereiro, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. No acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros estava positiva em R$ 3,093 bilhões. É o primeiro resultado negativo do Governo Central – que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central – apresentado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O resultado de fevereiro foi pior do que a mediana estimada pelo mercado financeiro, positiva em R$ 200 milhões, e também ficou abaixo do piso do intervalo das expectativas, que variaram de déficit de R$ 5,9 bilhões a um superávit primário de R$ 5,9 bilhões.

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Outro indicador, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) brasileira caiu 9,2 por cento em março, segunda queda seguida, e atingiu o menor nível desde janeiro de 2009, destacando as dificuldades enfrentadas pelo setor neste ano.

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) caíam. Como um dos destaques, a Petrobras pediu aos acionistas que aprovem, na próxima assembleia dia 29 de abril, um reajuste de 13% na remuneração dos executivos em relação ao pagamento do ano passado, considerando a média por executivo, informa uma reportagem da Folha de S. Paulo.

Além disso, a companhia vendeu US$ 101 milhões em ativos na Argentina para a CGC (Companhia Geral de Combustíveis), como parte do seu plano de desinvestimento, informou a estatal ontem à noite. Ainda sobre a petrolífera, o conselheiro independente da Petrobras, Mauro Cunha, enviou carta à estatal informando que não pretende concorrer a um novo mandato no conselho de administração da companhia.

As ações da Vale (VALE3; VALE5) têm baixa em um dia movimentado para a China. Na mínima do dia, os papéis preferenciais chegaram a R$ 15,45, o menor valor desde dezembro de 2008. No noticiário chinês, destaque para a Fitch, que reafirmou hoje o rating soberano A+ de longo prazo do país, em moedas local e estrangeira, atribuindo à nota uma perspectiva estável. O rating de bônus seniores não garantidos do gigante asiático também foi mantido em A+. Já teto do país foi mantido em A+ e o rating de curto prazo em moeda estrangeira, em F1.

Por outro lado, a Fitch prevê que a China crescerá 6,8% em 2015 e 6,5% em 2016, bem abaixo da média de 10,5% registrada entre 2001 e 2010, à medida que a economia atravessar um período de ajuste e reequilíbrio.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SBSP3 SABESP ON 17,54 +4,84
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,83 +2,64
 BBAS3 BRASIL ON EJ 23,40 +2,54
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 20,26 +2,32
 DTEX3 DURATEX ON 8,75 +2,10

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRAP4 BRADESPAR PN 10,61 -3,55
 VALE3 VALE ON 17,96 -3,54
 TIMP3 TIM PART S/A ON 10,47 -3,41
 VALE5 VALE PNA 15,53 -3,24
 GOAU4 GERDAU MET PN 10,78 -2,53
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Bolsas mundiais
As principais bolsas asiáticas fecharam em direções diferentes nesta terça-feira, com algumas delas avançando após um rali em Wall Street e medidas da China para reforçar sua economia impulsionarem o apetite por risco.

Os papéis chineses devolveram ganhos do início da sessão, quebrando uma sequência de três dias de altas com alguns investidores que se adiantaram às medidas de Pequim de afrouxamento no setor imobiliário vendendo ações para realizar lucros.

No noticiário asiático, destaque ainda para a Fitch, que reafirmou hoje o rating soberano A+ de longo prazo da China, em moedas local e estrangeira, atribuindo à nota uma perspectiva estável. O rating de bônus seniores não garantidos do gigante asiático também foi mantido em A+. Já teto do país foi mantido em A+ e o rating de curto prazo em moeda estrangeira, em F1.

A Fitch prevê que a China crescerá 6,8% em 2015 e 6,5% em 2016, bem abaixo da média de 10,5% registrada entre 2001 e 2010, à medida que a economia atravessar um período de ajuste e reequilíbrio.

Enquanto isso, as bolsas europeias registram queda, com os investidores reagiram a dados econômicos da zona euro e embolsando lucros depois de um rali na sessão anterior.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,1% em março ante igual mês do ano passado, após recuar em ritmo anual mais forte nos meses anteriores, de 0,3% em fevereiro e 0,6% em janeiro, segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. A prévia de março veio em linha com a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires.

Já a taxa de desemprego da zona do euro caiu para 11,3% em fevereiro, de 11,4% em janeiro, segundo divulgou na manhã desta terça-feira o escritório de estatísticas na União Europeia, o Eurostat. O dado de janeiro, inclusive, foi revisado para 11,4%, de uma leitura anterior de 11,2%.

Sobre a Grécia, as conversas do país com credores internacionais ainda não alcançaram um acordo mas devem continuar, disse a Comissão Europeia nesta terça-feira.

“As conversações construtivas estão em andamento desde sexta-feira, mas ainda não chegamos lá, por isso é que elas devem continuar. Enquanto isso, no mercado de commodities, o petróleo registra baixa superior a 2%, em meioao avanço das negociações sobre o programa nuclear iraniano, que ocorre na Suíça.

(Com Reuters e Agência Estado)

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