Ibovespa futuro cai e dólar sobe após péssimo resultado do governo central

Contrato futuro do benchmark devolve parte dos ganhos da segunda-feira diante de perspectivas de crescimento mais modesto da China e com déficit do governo central

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em baixa nesta terça-feira (31) com fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Senado no radar dos investidores. O discurso alinhado do ministro com a presidente Dilma Rousseff (PT) ontem será posto a prova quando Levy for questionado pela oposição. Resultados fiscais também ficam sob os olhares atentos do mercado. Ao mesmo tempo, Fitch prevê crescimento abaixo de 7% para a China e pressiona ações ligadas a commodities. 

Às 9h28 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para abril caía 1,02%, a 50.955 pontos, enquanto o dólar futuro para o mesmo período subia 0,70%,a R$ 3,255. Para o câmbio, pesava o fato de que hoje é o último dia do programa de leilão de swaps. 

O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 7,358 bilhões em fevereiro, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. No acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros estava positiva em R$ 3,093 bilhões. É o primeiro resultado negativo do Governo Central – que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central – apresentado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy

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O resultado de fevereiro foi pior do que a mediana estimada pelo mercado financeiro, positiva em R$ 200 milhões, e também ficou abaixo do piso do intervalo das expectativas, que variaram de déficit de R$ 5,9 bilhões a um superávit primário de R$ 5,9 bilhões.

Outro indicador, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) brasileira caiu 9,2 por cento em março, segunda queda seguida, e atingiu o menor nível desde janeiro de 2009, destacando as dificuldades enfrentadas pelo setor neste ano.

No noticiário corporativo, a Petrobras (PETR3PETR4) pede aos acionistas que aprovem, na próxima assembleia dia 29 de abril, um reajuste de 13% na remuneração dos executivos em relação ao pagamento do ano passado, considerando a média por executivo, informa uma reportagem da Folha de S. Paulo.

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Além disso, a companhia vendeu US$ 101 milhões em ativos na Argentina para a CGC (Companhia Geral de Combustíveis), como parte do seu plano de desinvestimento, informou a estatal ontem à noite. Ainda sobre a petrolífera, o conselheiro independente da Petrobras, Mauro Cunha, enviou carta à estatal informando que não pretende concorrer a um novo mandato no conselho de administração da companhia. Os ADRs (American Depositary Receipts) da petroleira negociados no pré-market da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) caíam 0,84%, a US$ 5,88.

Bolsas mundiais
As principais bolsas asiáticas fecharam em direções diferentes nesta terça-feira, com algumas delas avançando após um rali em Wall Street e medidas da China para reforçar sua economia impulsionarem o apetite por risco. 

Os papéis chineses devolveram ganhos do início da sessão, quebrando uma sequência de três dias de altas com alguns investidores que se adiantaram às medidas de Pequim de afrouxamento no setor imobiliário vendendo ações para realizar lucros.

No noticiário asiático, destaque ainda para a Fitch, que reafirmou hoje o rating soberano A+ de longo prazo da China, em moedas local e estrangeira, atribuindo à nota uma perspectiva estável. O rating de bônus seniores não garantidos do gigante asiático também foi mantido em A+. Já teto do país foi mantido em A+ e o rating de curto prazo em moeda estrangeira, em F1.

A Fitch prevê que a China crescerá 6,8% em 2015 e 6,5% em 2016, bem abaixo da média de 10,5% registrada entre 2001 e 2010, à medida que a economia atravessar um período de ajuste e reequilíbrio.

Enquanto isso, as bolsas europeias registram queda, com os investidores reagiram a dados econômicos da zona euro e embolsando lucros depois de um rali na sessão anterior.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,1% em março ante igual mês do ano passado, após recuar em ritmo anual mais forte nos meses anteriores, de 0,3% em fevereiro e 0,6% em janeiro, segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. A prévia de março veio em linha com a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires. 

Já a taxa de desemprego da zona do euro caiu para 11,3% em fevereiro, de 11,4% em janeiro, segundo divulgou na manhã desta terça-feira o escritório de estatísticas na União Europeia, o Eurostat. O dado de janeiro, inclusive, foi revisado para 11,4%, de uma leitura anterior de 11,2%.

Sobre a Grécia, as conversas do país com credores internacionais ainda não alcançaram um acordo mas devem continuar, disse a Comissão Europeia nesta terça-feira.

“As conversações construtivas estão em andamento desde sexta-feira, mas ainda não chegamos lá, por isso é que elas devem continuar. Enquanto isso, no mercado de commodities, o petróleo registra baixa superior a 2%, em meioao avanço das negociações sobre o programa nuclear iraniano, que ocorre na Suíça.

(Com Reuters e Agência Estado)