De olho na previsão do tempo: ONS afasta racionamento e anima cenário para elétricas

Conforme destaca o relatório do Credit Suisse, Light, CPFL e Eletropaulo podem repercutir positivamente o menor risco de racionamento

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Ontem à noite, o ONS (Operador Nacional do Sistema) deu uma boa notícia ao setor elétrico, ao estimar que os reservatórios da região Sudeste cheguem ao final de abril em níveis superiores a 30%, enquanto o Nordeste deve ter reservatórios com 25% da capacidade dos reservatórios.

A expectativa é de chuva da ONS corresponde a 97% da média histórica para a próxima semana e 95% da média histórica para o mês de abril, materializando-se uma reversão significativa na tendência recente.

Isso porque, até ontem, as chuvas acumuladas para março representam 76% da média história, versus 59% em fevereiro e 38% em janeiro.

E estes números devem impactar positivamente as ações mais afetadas pelo cenário de crise hídrica: as do setor elétrico, conforme ressalta o banco Credit Suisse.

“Esperamos uma reação positiva do setor como um todo, com a percepção de risco de racionamento de energia sendo reduzido, principalmente para empresas alavancadas, como Light (LIGT3), CPFL (CPFE3) e Eletropaulo (ELPL4)”, afirmam os analistas Vinicius Canheu e Pedro Manfredini.

Assumindo as expectativas do ONS de atingir 35% da capacidade dos reservatórios até abril, o risco de racionamento se afasta, uma vez que é 5 pontos percentuais acima do que parece ser o piso do governo federal para considerar um racionamento oficial de energia.

Em comparação ao final de novembro (final da temporada mais seca), os modelos indicam os mesmos reservatórios do Sudeste chegando a 23%, nível operacional este que parece “seguro” (quando está acima de 10%).

Porém, ainda é preciso ter cautela na análise, reforçam os analistas. “Apesar do cenário de melhoria, ainda não podemos dizer que o risco de um racionamento de energia está completamente descartado, uma vez que o ponto de partida da próxima estação chuvosa ainda seria baixa (a média histórica para novembro é de 42%). Na verdade, o peso vai estar em todo o período chuvoso de 2016 e da capacidade adicional esperada para o próximo ano”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.