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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em forte queda nesta quinta-feira (26) em meio a tensões geopolíticas no Oriente Médio e o aumento do desemprego aqui no Brasil. Além disso, o Banco Central divulgou o relatório trimestral de inflação, no qual admitiu pela primeira vez que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechará 2015 acima do teto da meta.
Às 15h14 (horário de Brasília), o benchmark caía 2,17%, a 50.732 pontos. No mesmo horário, o dólar ficava praticamente estável, com leve variação negativa de 0,14%, a R$ 3,1990 na venda.
Lá fora, a Arábia Saudita e aliados bombaredearam alvos do Iêmen. “O país só produz 0,2% do combustível no mundo, mas está localizado perto da passagem de navios com muito petróleo”, diz o analista independente Flávio Conde. O mercado receia que as tensões afetem a passagem desses navios. O barril do petróleo WTI (West Texas Intermediate) sobe 2,05%, a US$ 50.22.
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Segundo o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo, o dia tem todos os motivos para ser negativo, com o cenário externo contribuindo para o ambiente de aversão ao risco e fraquezas nos indicadores do cenário doméstico. “A Europa devolve parte dos ganhos recentes e EUA trabalham com algum receio do impacto do dólar mais forte para as empresas. Tudo isso se juntou à questão da Arábia Saudita para criar este quadro ruim para o mercado financeiro no exterior”, diz.
Além disso, hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a taxa de desemprego no Brasil, que subiu de 5,7% para 5,9% em fevereiro. “É a segunda vez que sobe, mostrando uma piora substancial no mercado de trabalho, o que deve bater mais forte no consumo e nas vendas do varejo”, explica Crespo.
Também impacta na Bolsa hoje o relatório trimestral de inflação do Banco Central, no qual a autarquia disse haver 90% de chance da inflação estourar a meta em 2015 e 12% de o fazer em 2016. Atualmente, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação está em 7,7% no acumulado de 12 meses ante o teto da meta estabelecido pelo BC de 6,5%.
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Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram na abertura, mas viraram para queda. Os investidores ficam de olho na reunião do Conselho de Administração da estatal para descobrir quando será divulgado o balanço auditado do terceiro trimestre de 2014 e em quanto estarão as baixas contábeis por conta da corrupção revelada pela Operação Lava Jato.
O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) negou, em julgamento realizado ontem, o recurso da BM&FBovespa (BVMF3) sobre a decisão tomada pelo órgão no fim de 2013, e manteve, assim, uma autuação que, se somando o principal, multa e juros, pode superar R$ 840 milhões, segundo fontes. Em comunicado enviado ao mercado, a Bolsa afirmou que aguardará a publicação da decisão para “analisar, em conjunto com seus assessores legais, a estratégia recursal mais apropriada a ser adotada, reiterando, por fim, que continuará amortizando o ágio para fins fiscais”.
As ações do setor de educação Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3) caem forte hoje. Ontem, o ministro interino de Educação, Luís Cláudio Costa, disse que não é possível garantir que o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) abrirá novas vagas no segundo semestre. Ele voltou a afirmar durante audiência pública na Câmara dos Deputados que os contratos já existentes serão mantidos e novos firmados de acordo com a qualidade dos cursos.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Cenário externo
As bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quinta-feira uma vez que perdas lideradas pelo setor de tecnologia em Wall Street e uma escalada das tensões no Oriente Médio levaram a uma alta dos preços do petróleo e da cotação do iene. As bolsas europeias também tem baixa repercutindo o cenário geopolítico complicado.
O apetite por risco sofreu um impacto com notícias de que a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo Árabe lançaram ataques aéreos no Iêmen contra combatentes Houthi, que fortaleceram o domínio que exercem sobre a cidade de Aden, no sul do país. Os ataques aéreos envolvem mais de dez países e as informações são de que pelo menos 18 civis foram mortos e 24 foram feridos durante as primeiras horas de operação, de acordo com informações do Ministério da Saúde citadas pela Al-Jazeera.
A potencial ameaça ao fornecimento de petróleo do Golfo foi o bastante para fazer o petróleo subir. Às 7h52 (horário de Brasília), o petróleo negociado nos EUA subia 3,7 por cento, a 51,03 dólares, enquanto o Brent avançava 3,59 por cento, para 58,51 dólares. Já o dólar chegou à mínima de um mês contra o iene, a 118,94 ienes.
Já o índice japonês Nikkei teve queda de 1,4 por cento, maior perda em 10 semanas, recuando da máxima de 15 anos atingida na segunda-feira. Os mercados na China, como muitas vezes, seguiram o próprio caminho com a bolsa em Xangai subindo 0,6 por cento.
Na Europa, o índice FTSE registra queda de 1,22%, enquanto o alemão DAX tem baixa de 1,40%.
(Com Reuters)