Bolsas no exterior recuam aguardando dados de emprego nos EUA; China avança

Investidores mantiveram-se cautelosos antes do relatório de fevereiro de empregos fora do setor agrícola nos EUA, que pode fornecer pistas sobre o momento em que o Fed elevará os juros

Rodrigo Tolotti

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TÓQUIO – Ásia e Europa seguiram o mesmo movimento nesta quarta-feira (4) uma vez que investidores mostraram-se cautelosos antes de reuniões de bancos centrais e dos dados de empregos nos Estados Unidos. A exceção ficou com o mercado chinês, que contrariando a tendência fecharam em alta.

Às 7h41 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 0,53 por cento, enquanto o índice japonês Nikkei fechou com queda de 0,6 por cento após investidores realizarem lucros de sua recente escalada para máximas de 15 anos.

Investidores mantiveram-se cautelosos antes do relatório de fevereiro de empregos fora do setor agrícola nos EUA, que pode fornecer pistas sobre o momento em que o Federal Reserve, banco central do país, elevará a taxa de juros.

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“Se essa venda se trata de realização de lucros de curto prazo ou se pode levar a uma forte correção, isso depende de como o mercado verá os dados de emprego nos EUA”, disse o estrategista de ações da Nissay Asset Management Isao Kubo. “Se os salários forem melhores que o esperado e causarem preocupações sobre uma alta antecipada de juros, pode haver mais venda de ações”.

As ações chinesas subiram após fortes perdas na sessão anterior, com a bolsa em Xangai avançando 0,5 por cento. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do HSBC/Markit sobre o setor de serviços avançou para 52,0 no mês passado ante 51,8 em janeiro, mostrando que a atividade no setor chinês de serviço cresceu de modo modesto uma vez que as novas encomendas avançaram ao ritmo mais rápido em três meses.

Europa
Na zona do euro, as vendas no varejo subiram pelo quarto mês consecutivo em janeiro, com ganho de 1,1% ante dezembro, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado, o melhor desde maio de 2013, veio bem acima do esperado por analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que previam uma modesta alta de 0,1% no confronto mensal. 

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Na comparação anual, o setor varejista da região vendeu 3,7% mais em janeiro que em igual mês do ano passado, garantindo seu melhor desempenho desde agosto de 2005.

Enquanto isso, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediu pessoalmente ao ministro de Finanças do país, Yanis Varoufakis, que restrinja seus comentários públicos, informou o jornal alemão Bild nesta quarta-feira. Segundo a publicação, Varoufakis criticou em várias ocasiões o resultado das negociações recentes entre o governo grego e o Eurogrupo, que é formado por ministros de Finanças da zona do euro.

O vice-primeiro-ministro grego, Yanis Dragasakis, vai acompanhar Varoufakis na próxima reunião de ministros de Finanças da União Europeia – que formam o Ecofin – marcada para o dia 9, em Bruxelas, de acordo com o Bild. A explicação oficial é que Dragasakis tem muito mais experiência internacional do que Varoufakis.

Nas últimas semanas, as muitas entrevistas e comentários conflitantes de Varoufakis com frequência confundiram e causaram indignação aos credores da Grécia. Na segunda-feira, o porta-voz do Ministério de Finanças da Alemanha, Martin Jaeger, disse que o “ministro de Finanças grego faz comentários sobre tantas coisas que fica quase difícil acompanhá-lo”.

Austrália
A economia da Austrália cresceu menos do que o necessário no quarto trimestre de 2014 para prevenir uma nova alta do desemprego este ano, mostraram dados divulgados hoje pelo governo australiano. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,5% no quarto trimestre, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. O resultado vem em linha com a expectativa dos analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires. Já na comparação com mesmo período de 2013, o desempenho da economia australiana ficou um pouco acima do esperado, crescendo 2,5%. Analistas previam 2,4%.

O crescimento apresentado pela economia australiana no quarto trimestre do ano passado é insuficiente para prevenir uma alta do desemprego no país, afirmou nesta quarta-feira o economista John Edwards, membro do conselho de política monetária do banco central da Austrália.

O desemprego no país subiu de 6,1% em dezembro para 6,4% em janeiro, o maior nível em 12 anos. Em relatório recente, o banco central estimou que a taxa de desemprego pode subir a no máximo 6,5%, em um horizonte que abrange os próximos dois anos.

Na terça-feira, o banco central decidiu manter a taxa de juros a 2,25% ao ano, quando o mercado esperava uma nova redução, para estimular a economia. No entanto, a autoridade monetária teme que juros mais baixos causem um superaquecimento do mercado imobiliário, que já passa por uma forte alta dos preços.

Com Reuters e Agência Estado

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.