Nova tributação faz vítimas na Bolsa: veja quem tem a perder com as medidas

Entre as mais penalizadas, BTG Pactual lista Linx e Totvs (setor de tecnologia), Gol (aviação) e Marcopolo (fabricante de carrocerias de ônibus)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O governo anunciou na sexta-feira duas medidas para tentar melhorar as contas públicas: redução na alíquota do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários) e o fim do programa da desoneração da folha de pagamento (que, primeiramente, havia sido entregue como Medida Provisória, mas após ter sido devolvida ao governo, foi apresentada por meio de um projeto de lei). Os anúncios, que num primeiro momento até geraram certo otimismo no mercado, em função do efeito positivo das medidas no cumprimento da meta de superávit fiscal do governo neste ano, transformaram-se em preocupação, uma vez que as empresas terão sua lucratividade reduzida pelo aumento da carga tributária. 

A leitura que se abriu no mercado é de que o governo estaria pressionando as empresas para cumprir a meta fiscal. Não para menos, as empresas que mais sofreriam com a notícia desabaram na Bolsa na sexta: Linx (LINX3, -8,03%) e Totvs (TOTS3, -5,33%) (setor de tecnologia), Gol (GOLL4, -4,29%) (aviação) e Marcopolo (POMO4, -9,68%) (fabricante de carrocerias de ônibus). Pelos cálculos do BTG Pactual, essas companhia terão seu Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) reduzido em aproximadamente 10% por conta do fim do programa de desoneração da folha.

Já o impacto do Reitegra não deve exceder 4% do Ebitda, mas ainda assim pesará sobre algumas empresas, disse Carlos Sequeira, chefe da equipe de análise do BTG. Para ele, as mais penalizadas por essa medida serão: Fibria (FIBR3) e Tupy (TUPY3), com estimativa de redução de 4% da geração de caixa deste ano, seguidas por Braskem (BRKM5) e Usiminas (USIM5), que devem ser penalizadas em 3,3%, aproximadamente.  

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Um caso especial são as exportadoras, que são impactadas pelas duas medidas, diz o banco. O BTG avalia um efeito negativo na Marcopolo de 13% de redução no Ebitda, enquanto na Tupy seria de aproximadamente 6,5%, Weg, de 6,3%, Fibria, 5% e Randon, 4,5%. 

Confira como cada medida impacta o Ebitda das empresas:

Empresas Fim da desoneração Reintegra Empresa Fim da desoneração Reintegra
Matériais básicos Suzano 1% – 2% 2,5% Varejo Via Varejo 4,3%
Klabin <2% 1,4% Magazine Luiza 1,7% – 2,5%
Fibria <1% 4% Marisa 2%
Usiminas 0% 3,5% Lojas Renner 1,5%
CSN 0% 1% Hypermarcas
Gerdau 0% 0,64% Natura
Transportes e bens de capital Marcopolo 11% 2% Construção Rossi 6,9%
Gol 10% – 15% Gafisa 4,9% 
Weg 4,3% 2%  PDG Realty 3,9% – 
Iochpe-Maxion 3,9%  MRV Engenharia 3,6% – 
Randon 3,1% 1,5%  Direcional 3,2%
Tupy 2,5% 4%  Even 3,1% – 
Embraer 1,6% 2%  Cyrela 2,7% – 
Tecnologia Totvs 11%    Helbor 2,2% – 
Linx 10%    Eztec 1,4% – 
Agronegócio Biosev –  3%  Petroquímica Braskem 3,4%
São Martinho 2%  Alimentos BRF 3% – 4%
Cosan 1%  JBS  <1% – 
Tereos 1%  MDias Branco 2% –