Ibovespa cai 1,09% puxado por Petrobras e Vale; dólar vai a R$ 2,90

Índice acelerou o movimento negativo em meio à projeção mais fraca para economia e com balança comercial registrando pior resultado para fevereiro da série

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (2) com piora nas projeções do Relatório Focus para PIB, Selic e inflação e pior resultado da balança comercial para fevereiro da série histórica. As ações da Petrobras e da Vale ajudaram a queda, cada uma vendo uma desvalorização de mais de 2%. Na Bolsa, as ações “pesos pesados” da Vale e Petrobras ajudaram a trazer o índice para baixo. O benchmark fechou em baixa de -1,09%, a 51.020 pontos. 

Enquanto isso, nos Estados Unidos, as bolsas sobem apesar de dados abaixo do esperado em alguns indicadores como os de gastos na construção e atividade industrial. 

Segundo o analista da Guide Investimentos, Luís Gustavo Pereira, no radar dos investidores ficam as discussões no Congresso em relação aos ajustes fiscais que estão sendo anunciados por Joaquim Levy, além de decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorre na próxima quarta-feira.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Enquanto isso, o dólar teve forte alta, registrando no mesmo horário valorização de 1,36%, a R$ 2,8942 na compra e R$ 2,8951 na venda. O mercado fica de olho na possibilidade do Banco Central reduzir do sistema quase US$ 2,2 bilhões em swaps cambiais tradicionais que vencem no começo de abril, contra um total de US$ 9,964 bilhões. Na sexta-feira a autoridade anunciou que faria oferta de 7.400 contratos em leilão de rolagem, no equivalente a US$ 370 milhões.

Por aqui, destaque para a nova pesquisa Focus do Banco Central, que mostrou alta nas projeções para inflação e para a Selic neste ano. A mediana dos analistas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu pela nona semana consecutiva, de 7,33% para 7,47%, enquanto para o dólar a perspectiva subiu para R$ 2,91, ante R$ 2,80 há quatro semanas.

Neste cenário, a estimativa para a Selic, que ficou estacionada por algum tempo em 12,50%, há duas semanas subiu para 12,75% e, agora, para 13%. Atualmente a taxa básica de juros está em 12,25% ao ano. Lembrando que ocorre nesta quarta-feira (4) a decisão da nova reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que deve elevar novamente a Selic.

Continua depois da publicidade

Além disso, o PMI mostrou que a indústria brasileira voltou a se contrair em fevereiro após dois meses de fôlego diante da queda do volume de produção e de novos pedidos. O Markit, que compila a pesquisa, informou que o PMI caiu a 49,6 em fevereiro contra 50,7 em janeiro, quando havia registrado o maior nível em um ano. 

Assim, volta a ficar abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, território onde permaneceu por sete meses do ano passado, a última vez em novembro. Segundo o Markit, o fortalecimento do dólar em relação ao real fez com que os preços de insumos aumentassem em fevereiro, pelo quarto mês seguido, levando a um crescimento dos preços médios cobrados pelos fabricantes.

Já a Balança Comercial teve um déficit de US$ 2,842 bilhões, o pior resultado do comércio internacional brasileiro em meses de fevereiro, segundo série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, iniciada em 1995. 

No mercado norte-americano o ISM, índice que mede o ritmo da atividade industrial no país, registrou queda para 52,8 em fevereiro, ante resultado de 53,5 em janeiro. Ficando abaixo das projeções compiladas pela CNBC, que era de 53,2. Esse é o menor ritmo de crescimento do setor em 13 meses. Enquanto isso, os dados de gastos de construção tiveram queda de 1,1% em janeiro, contra uma expectativa de alta de 0,2%.

Destaques de ações
Em destaque nesta fraca sessão de segunda, ficaram as ações das educacionais, que após caírem forte na sexta com o “aperto” do governo no Fies, buscam leve recuperação hoje. Na própria sexta-feira, o presidente-executivo da Estácio (ESTC3, R$ 18,75, -2,85%), Rogério Melzi, disse que, por conta das incertezas sobre o cenário econômico e o Fies, a companhia estuda oferecer um programa de financiamento próprio aos alunos. Ele citou que a baixa taxa de penetração de alunos no ensino superior no Brasil entre os países da América Latina, mostra que a demanda ainda é alta.

Enquanto isso, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,28, -2,11%PETR4, R$ 9,40, -1,78%) passaram a cair com mais força no fim da manhã. Márcio Zimmermann, secretário de Minas e Energia, renunciou ao cargo de conselheiro da Petrobras. O escolhido para assumir seu lugar foi Luiz Navarro, ex-integrante da Controladoria Geral da União, Navarro atua como consultor sênior no escritório Veirano Advogados, especialista em medidas anticorrupção, integridade corporativa, controle e regulatório. Zimmermann era indicado pelo governo federal ao cargo, o nome de Navarro pode ser bem recebido pelo mercado, comentou a Guide Investimentos.

As ações da Vale (VALE3, R$ 20,56, -3,25%VALE5, R$ 17,93, -3,13%) acenturam as perdas à tarde depois de um relatório do Itaú BBA rebaixar a recomendação dos papéis da mineradora para underweight (desempenho abaixo da média) em meio à expectativa de queda do preço do minério de ferro. O Credit Suisse também divulgou relatório sobre a empresa, cortando o preçod o ADR (American Depositary Receipts) de US$ 7,50 para US$ 7, com recomendação de venda.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 ELET6 ELETROBRAS PNB 6,44 -7,07 -21,27
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,11 -4,49 -11,90
 PDGR3 PDG REALT ON 0,45 -4,26 -47,67
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 8,65 -4,00 -3,57
 GOAU4 GERDAU MET PN 10,72 -3,94 -5,13

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 MRVE3 MRV ON 7,07 +3,97 -5,73
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 12,44 +3,15 +10,58
 EMBR3 EMBRAER ON 25,56 +2,65 +4,58
 LAME4 LOJAS AMERIC PN 17,05 +2,16 -1,01
 CESP6 CESP PNB 24,00 +1,91 -10,48

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 36,32 -0,45 420,02M
 PETR4 PETROBRAS PN 9,40 -1,78 348,34M
 BBDC4 BRADESCO PN 37,09 -1,36 345,38M
 VALE5 VALE PNA 17,93 -3,13 220,30M
 KROT3 KROTON ON 10,32 -0,67 159,61M
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 18,08 -1,00 157,70M
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 97,00 -0,15 138,04M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 9,68 -3,59 132,46M
 BRFS3 BRF SA ON 63,90 -0,82 112,59M
 ITSA4 ITAUSA PN ED 9,99 -0,84 105,99M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Exterior
Na China, destaque para o corte na taxa de juros. O país intensificou no sábado seu ritmo de afrouxamento e cortou os juros de empréstimo e depósito conforme a segunda maior economia do mundo tenta afastar a deflação. 

 No domingo, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a atividade no setor industrial do país contraiu pelo segundo mês seguido em fevereiro. O PMI oficial subiu para 49,9 em fevereiro contra 49,8 em janeiro, pouco abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas acima da projeção de analistas de leitura de 49,7.

Na zona do Euro a semana começou agitada, com a divulgação de diversos dados econômicos. O crescimento da indústria da zona do euro manteve-se estável em fevereiro, na máxima de seis meses atingida em janeiro, sustentada pelo euro mais fraco que impulsionou as encomendas para exportação e um ritmo mais rápido de contratações, mostrou nesta segunda-feira a Pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês). Mas o PMI ainda indica um ritmo apenas modesto de crescimento nas fábricas da região.

Tópicos relacionados