Ibovespa tem “déja vu” e zera perdas no fim do pregão; dólar sobe a R$ 2,88

Índice copia movimento de ontem e fica estável entre fortes altas de elétricas e exportadoras e quedas de Vale e educacionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Como em espelho do movimento do último pregão, o Ibovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira (26) entre alta forte das elétricas e exportadoras e queda de Vale e educacionais. Apesar de ser beneficiada pela alta do dólar, a mineradora foi prejudicada pelo resultado fraco no quarto trimestre de 2014, um prejuízo de R$ 4,7 bilhões. O benchmark voltou ao patamar de fechamento de terça-feira. 

O Ibovespa teve leve baixa de 0,10%, a 51.760 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial fechava em alta de 0,59%, a R$ 2,8852, e o contrato futuro da moeda norte-americana para março subia 0,45%, a R$ 2,889. Já os futuros DI viravam para alta de 1 ponto-base, a 12,96%. O volume financeiro negociado foi de R$ 5,779 bilhões. 

Entre os indicadores, a taxa de desemprego no Brasil saltou de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado ficou acima da expectativa do mercado, que trabalha com um avanço para 5,0% no indicador.

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Além disso, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) caiu 2,09 % em janeiro (o equivalente a R$ 48,015 bilhões), atingindo R$ 2,247 trilhões, informou o Tesouro Nacional, nesta quinta-feira, 26. Em dezembro, o estoque estava em R$ 2,295 trilhões. A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 21,930 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa.

Ações em destaque
No noticiário corporativo, os principais destaques ficam com Petrobras (PETR3, R$ 9,20, -1,08%; PETR4, R$ 9,27, -1,17%), Ambev e Vale. No caso da estatal, não bastasse ser rebaixada pela Moody’s, ela também precisa lidar com os problemas envolvendo a paralisação de caminhoneiros pelo Brasil. Na noite da quarta-feira (25), a Petrobras garantiu ao governo que não aumentará o preço do diesel nos próximos seis meses. As ações da Petrobras subiam. 

Já no caso da cervejaria, o Conselho de Administração da Ambev (ABEV3, R$ 18,30, 0,00%) aprovou programa de recompra de ações que será feito mediante débito das contas de reserva de capital da empresa até o total de R$ 850 milhões, mostrou ata de reunião divulgada no fim da quarta-feira. O programa vai vigorar nos próximos 240 dias, com vencimento em 23 de outubro de 2015.

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A Vale (VALE3, R$ 21,25, -4,02%; VALE5, R$ 18,40, -3,87%) informou nesta manhã que registrou prejuízo líquido de R$ 4,761 bilhões no quatro trimestre de 2014 ante prejuízo de R$ 14,867 bilhões no mesmo período de 2013. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, o resultado do minério de ferro deve continuar pressionando os preços.

Os papéis do setor de educação caíram forte hoje depois de forte disparada na Bolsa nos últimos dias em meio às notícias de que o Ministério da Educação recuou sobre ajustes anunciados no final do ano passado e que provocaram forte derrocada das ações do setor de educação. Na Bolsa, caem hoje as ações da Kroton (KROT3, R$ 11,51, -9,87%) e da Estácio (ESTC3, R$ 20,04, -10,93%).

Com a alta do dólar, exportadoras tiveram um desempenho positivo. Vale lembrar que estas empresas possuem suas receitas em dólar, portanto, são beneficiadas por uma valorização da moeda norte-americana. Fibria (FIBR3, R$ 37,28, +1,72%) e Suzano (SUZB5, R$ 12,10, +3,51%) subiram.

Cenário externo
Do lado internacional, o mercado teve um dia de otimismo ainda refletindo os discursos mais “dovish” (moderados) da presidente do Federal Reserve – o banco central norte-americano -, Janet Yellen. A presidente da autoridade monetária disse que as próximas reuniões ainda não trarão um aumento nas taxas de juros. 

A Bolsa de Tóquio teve mais uma alta depois do recuo de 0,1% no último pregão e renovou a máxima em 15 anos pela quarta vez em cinco pregões. O índice Nikkei teve alta de 1,08%, a 18,786 pontos nesta quinta-feira (26). Notícias de que o órgão que gerencia aposentadorias dos serviço civil nacional do Japão elevará sua meta de alocação para ações domésticas para 25%, ante 8% ajudou a bolsa por lá.

A Grécia continuava nos holofotes depois que o país disse na quarta-feira que enfrentará dificuldades para pagar dívidas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Central Europeu neste ano, enquanto o ministro alemão das Finanças expressava abertamente dúvidas sobre a confiabilidade de Atenas. O governo da Grécia vai precisar de empréstimos adicionais de 20 bilhões de euros em julho, segundo a edição de hoje do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, que citou fontes de “Bruxelas”.

Em Xangai, as empresas do setores de seguro, bancário e imobiliário ajudaram a impulsionar o índice a uma alta de 2,2 por cento. “As ações financeiras têm ficado atrás do mercado amplo recentemente, então a alta que vemos hoje é uma recuperação técnica”, disse o estrategista da AJ Securities Hou Yingmin.

Já na Europa,  o dia foi de leve alta com expectativas de estímulo do BCE (Banco Central Europeu) comprimindo custos de financiamento na zona do euro. Além disso, as taxas de desemprego na Alemanha caíram mais que o esperado em fevereiro. 

Ao mesmo tempo, o petróleo caía com a divulgação de estoques recordes do combustível nos Estados Unidos na semana passada. O barril do WTI (West Texas Intermediate) cai 4,16%, a US$ 48,88. 

As bolsas norte-americanas operavam entre perdas e ganhos entre peso do petróleo e perspectiva de demora maior para o aumento dos juros do Fed.

(Com Reuters)

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