Educacionais caem 10%, Vale desaba e uma ação dispara 22% “sem motivo”; veja mais

Entre os destaques ainda estiveram os papéis da Petrobras, que seguiram em perdas hoje ainda digerindo o corte de rating da estatal pela Moody's

Paula Barra

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SÃO PAULO – A quinta-feira (26) voltou a ser de perdas para a Bolsa de Valores, com o Ibovespa fechando com leve queda de 0,10%, a 51.760 pontos. Entre os destaques estiveram as ações das educacionais, que fecharam com fortes perdas na sessão, com Estácio encerrando como a maior perda do índice. Outros ativos que chamaram atenção hoje foram os das gigantes Vale, que fechou com perdas e Ambev, que ficou estável, ambas na sessão pós-resultados.

Ainda nos holofotes do mercado estiveram as ações da Petrobras, que fecharam com fortes perdas ainda digerindo a notícia do rebaixamento dos ratings da companhia pela Moody’s. Na ponta positiva, no entanto, a BR Properties chamou atenção ao fechar como os principais ganhos do Ibovespa, com anúncio de OPA (Oferta Pública de Aquisição).

As elétricas também “roubaram a cena”, figurando entre os principais ganhos do dia, com destaque para os papéis de Energias do Brasil (ENBR3, R$ 9,30, +5,56%), Cesp (CESP6, R$ 24,50, +4,26%), Light (LIGT3, R$ 14,99, +3,95%) e Cemig (CMIG4, R$ 13,05, +4,82%). Para ver todos os destaques de ganhos e perdas da Bolsa nesta quinta, utilize a ferramenta do InfoMoney “altas e baixas” clicando aqui.

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Confira os principais destaques da sessão desta quinta-feira:  

Vale (VALE3, R$ 21,25, -4,02%; VALE5, R$ 18,40, -3,87%)
A Vale informou nesta manhã que registrou prejuízo líquido de R$ 4,761 bilhões no quatro trimestre de 2014 ante prejuízo de R$ 14,867 bilhões no mesmo período de 2013. Segundo a XP Investimentos, apesar do bom desempenho de receitas, mesmo se desconsiderarmos os custos e despesas não-recorrentes, o resultado da Vale do quarto trimestre foi abaixo do esperado. “Apesar da companhia ter alcançado produção recorde em suas principais frentes, a deterioração do preço das commodities pesou nos resultados”, disse a Concórdia. Em minério de ferro, o preço médio realizado ficou em US$ 61,57 no trimestre, queda de 48,2% em relação ao quarto trimestre de 2013. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 13,18, -4,01%), holding que detém participação na mineradora, acompanharam o movimento. 

Em teleconferência, o diretor-executivo de finanças e relações com investidores da empresa, Luciano Siani, admitiu nesta quinta-feira que o ano de 2014 para a Vale foi muito difícil devido a queda do preço do minério de ferro. Mas, ao mesmo tempo, foi um período que mostrou a capacidade da Vale de se adaptar a esse cenário. 

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Petrobras (PETR3, R$ 9,20, -1,08%; PETR4, R$ 9,27, -1,17%)
Depois de subirem mais de 1% na abertura, as ações da Petrobras fecharam em queda, ainda digerindo o anúncio do corte de rating pela Moody’s. Ontem à noite, a Petrobras disse que trabalhará para preservar o caixa e redução da alavancagem. A estatal afirmou ainda que está trabalhando no aprimoramento de seus controles internos e voltou a afirmar que não possui cláusulas restritivas de empréstimos (covenants) relacionados ao rebaixamento de rating ou à perda do grau de investimento. Segundo uma reportagem da Bloomberg, o conselho da Petrobras se reúne na 6ª para discutir baixas contábeis. Ainda vale acrescentar que o petróleo WTI, negociado no Texas, opera com queda de 4,12%, a US$ 48,89.

Nesta manhã, a empresa reforçou que trabalha para a divulgação dos seus resultados de 2014 “o mais brevemente possível”. A companhia fará amanhã uma reunião com seu conselho de administração, mas aproveitou para afirmar que não irá discutir sobre uso de parte das reservas internacionais de US$ 380,5 bilhões para compra de ações pelo governo. Segundo a companhia, o principal tema da reunião será a conclusão das negociações com a auditoria PwC para fechar um novo contrato da auditoria do balanço financeiro para 2015 e 2016. O contrato teve vigência até o fim do ano passado.

Educacionais
Os papéis do setor de educação afundaram hoje após disparada na Bolsa nos últimos dias em meio às notícias de que o Ministério da Educação tinha recuado sobre ajustes no Fies (programa de financiamento estudantil) anunciados no final do ano passado e que provocaram forte derrocada dessas ações na Bolsa. Lideravam as perdas do Ibovespa nesta tarde os papéis da Kroton (KROT3, R$ 11,51, -9,87%) e Estácio (ESTC3, R$ 20,04, -10,93%). Fora do índice, caía forte as ações da Anima (ANIM3, R$ 22,25, -7,98%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 13,50, -11,65%). De acordo com o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, os papéis das educacionais têm sofrido com forte volatilidade, e em um movimento como este, com os investidores realizando os lucros dos últimos dias, os papéis – assim como subiram muito forte com o noticiário – apresentaram hoje derrocada “compatível” com as disparadas.  

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BR Properties (BRPR3, R$ 11,71, +9,54%) 
As ações da BR Properties subiram forte hoje após o fundo Bridge, do BTG Pactual (BBTG11), anunciar que quer fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelas ações da empresa de até a totalidade do seu capital social, sendo que, após a conclusão da oferta, o ofertante deverá deter uma participação mínima de 85% das ações de emissão da empresa. O valor proposto é de R$ 12 por ação. Naturalmente, as ações da companhia convergem hoje para esse valor.

Braskem (BRKM5, R$ 13,30, +4,40%)
As ações da Braskem lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quinta em meio à notícia de que a companhia e a Petrobras devem firmar aditivo para contrato de fornecimento de nafta, que expirou em fevereiro do ano passado e vem sendo prorrogado desde então, informou o Valor. A Petrobras fornece 70% das 10 milhões de toneladas de nafta consumidas pela Braskem, que pode movimentar mais de R$ 10 bilhões por ano. 

Ultrapar (UGPA3, R$ 59,50, +1,55%)
As ações da Ultrapar atingiram nesta sessão sua máxima do intraday de novembro de 2013 após divulgação do balanço. A companhia, dona dos postos Ipiranga, teve lucro líquido de 371,8 milhões de reais no quarto trimestre, praticamente estável frente ao mesmo trimestre de 2013, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, que trouxe previsão de investimento quase 30 por cento menor pelo grupo neste ano sobre 2014. 

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Ambev (ABEV3, R$ 18,30, +0,00%)
A companhia divulgou nesta manhã seu resultado do quarto trimestre, mostrando recuo de 3,1% no lucro do período, na comparação anual, para R$ 4,54 bilhões. Segundo a XP Investimentos, os números vieram em linha. Para os analistas, a empresa está mostrando menor crescimento, porém vem elevando o pagamento de dividendos, devido ao menor capex (investimentos em bens de capital) e a forte geração de caixa. 

Além do balanço, a companhia também aprovou programa de recompra de ações que será feito mediante débito das contas de reserva de capital da empresa até o total de R$ 850 milhões, mostrou ata de reunião divulgada no fim da quarta-feira. O programa vai vigorar nos próximos 240 dias, com vencimento em 23 de outubro de 2015. 

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,04, +21,60%)
As ações da BR Insurance dispararam nesta sessão. As fortes altas dos papéis vieram em meio aos preços baratos dos ativos, que no início do ano passado estavam a quase R$ 11,70, como explica o analista da Guide. Os ativos estão buscando recuperação na Bolsa, após acumularam derrocada de 90% do início de 2014 até meados de janeiro deste ano. No dia 15 de fevereiro, os papéis da companhia fecharam no menor patamar da história. De lá para cá, já subiram 62,5%.

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Log-In (LOGN3, R$ 3,39, 0,00%)
A Log-In contratou a BR Partners para injeção de cerca de R$ 100 milhões, diz a Exame sem citar como obteve a informação. Procuradas, as companhias não comentaram o assunto.  

Sabesp (SBSP3, R$ 17,12, +3,07%)
O sistema Cantareira, da Sabesp, teve um aumento de 0,3% na quarta-feira depois de fortes chuvas e começa quinta a 11,1% da capacidade – recuperando toda a segunda cota do volume morto. Essa foi a 21ª alta consecutiva nos reservatórios que compõem o sistema, segundo dados da Sabesp.  

CPFL Energia (CPFE3, R$ 19,15, +2,68%)
A CPFL Energia vai investir R$ 400 milhões para reforçar o sistema do Rio Grande do Sul e São Paulo.