Vale e educacionais caem forte e Ibovespa opera no vermelho; dólar sobe a R$ 2,89

Balanços trimestrais de Vale, Ambev e mais empresas agitam a Bovespa; na pauta econômica, taxa de desemprego sobe para 5,3% e supera expectativas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa tem queda quinta-feira (26) em dia de forte agenda com resultados e indicadores, deslocando-se das bolsas internacionais, enquanto as bolsas dos EUA operam entre alta e baixa e as europeiras sobem com destaque para a alta de 1% da bolsa alemã. A taxa de desemprego deu um salto de 1% de dezembro para janeiro. Ao mesmo tempo, a Vale pressiona o índice depois de registrar prejuízo de R$ 4,7 bilhões. 

Às 16h01 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,51%, a 51.549 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial operava em alta de 0,40%, a R$ 2,8795, e o contrato futuro da moeda norte-americana para março subia 0,23%, a R$ 2,882. Já os futuros DI viravam para alta de 2 pontos-base, a 12,93%. 

Entre os indicadores, a taxa de desemprego no Brasil saltou de 4,3% em dezembro para 5,3% em janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado ficou acima da expectativa do mercado, que trabalha com um avanço para 5,0% no indicador.

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Além disso, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) caiu 2,09 % em janeiro (o equivalente a R$ 48,015 bilhões), atingindo R$ 2,247 trilhões, informou o Tesouro Nacional, nesta quinta-feira, 26. Em dezembro, o estoque estava em R$ 2,295 trilhões. A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 21,930 bilhões no mês passado. A DPF inclui a dívida interna e externa.

Além disso, o PP anunciou que apoiará as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retirando um dos obstáculos ao saneamento das contas púclicas. 

Ações em destaque
No noticiário corporativo, os principais destaques ficam com Petrobras e Ambev. No caso da estatal, não bastasse ser rebaixada pela Moody’s, ela também precisa lidar com os problemas envolvendo a paralisação de caminhoneiros pelo Brasil. Na noite da quarta-feira (25), a Petrobras garantiu ao governo que não aumentará o preço do diesel nos próximos seis meses. As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,16, -1,51%; PETR4, R$ 9,21, -1,81%) subiam. 

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Já no caso da cervejaria, o Conselho de Administração da Ambev (ABEV3, R$ 18,30, 0,00%) aprovou programa de recompra de ações que será feito mediante débito das contas de reserva de capital da empresa até o total de R$ 850 milhões, mostrou ata de reunião divulgada no fim da quarta-feira. O programa vai vigorar nos próximos 240 dias, com vencimento em 23 de outubro de 2015.

A Vale (VALE3, R$ 21,34, -3,61%; VALE5, R$ 18,46, -3,55%) informou nesta manhã que registrou prejuízo líquido de R$ 4,761 bilhões no quatro trimestre de 2014 ante prejuízo de R$ 14,867 bilhões no mesmo período de 2013. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, o resultado do minério de ferro deve continuar pressionando os preços.

Os papéis do setor de educação caem forte hoje depois de forte disparada na Bolsa nos últimos dias em meio às notícias de que o Ministério da Educação recuou sobre ajustes anunciados no final do ano passado e que provocaram forte derrocada das ações do setor de educação. Na Bolsa, caem hoje as ações da Kroton (KROT3, R$ 11,66, -8,69%) e da Estácio (ESTC3, R$ 19,99, -11,16%).

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ESTC3 ESTACIO PART ON 19,99 -11,16 -16,08 149,58M
 KROT3 KROTON ON 11,66 -8,69 -24,77 388,85M
 BRAP4 BRADESPAR PN 13,20 -3,86 -7,69 12,61M
 VALE3 VALE ON 21,34 -3,61 -2,60 107,24M
 VALE5 VALE PNA 18,47 -3,50 -3,95 335,05M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRPR3 BR PROPERT ON 11,47 +7,30 +11,90 51,34M
 GFSA3 GAFISA ON 2,24 +4,19 +1,82 5,80M
 BRKM5 BRASKEM PNA 13,22 +3,77 -24,46 22,84M
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 9,13 +3,63 +1,78 14,46M
 MRVE3 MRV ON 7,19 +3,45 -4,13 8,97M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Cenário externo
Do lado internacional, o mercado tem um dia de otimismo ainda refletindo os discursos mais “dovish” (moderados) da presidente do Federal Reserve – o banco central norte-americano -, Janet Yellen. A presidente da autoride monetária disse que as próximas reuniões ainda não trarão um aumento nas taxas de juros. 

A Bolsa de Tóquio teve mais uma alta depois do recuo de 0,1% no último pregão e renovou a máxima em 15 anos pela quarta vez em cinco pregões. O índice Nikkei teve alta de 1,08%, a 18,786 pontos nesta quinta-feira (26). Notícias de que o órgão que gerencia aposentadorias dos serviço civil nacional do Japão elevará sua meta de alocação para ações domésticas para 25%, ante 8% ajudou a bolsa por lá.

A Grécia continuava nos holofotes depois que o país disse na quarta-feira que enfrentará dificuldades para pagar dívidas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Central Europeu neste ano, enquanto o ministro alemão das Finanças expressava abertamente dúvidas sobre a confiabilidade de Atenas. O governo da Grécia vai precisar de empréstimos adicionais de 20 bilhões de euros em julho, segundo a edição de hoje do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, que citou fontes de “Bruxelas”.

Em Xangai, as empresas do setores de seguro, bancário e imobiliário ajudaram a impulsionar o índice a uma alta de 2,2 por cento. “As ações financeiras têm ficado atrás do mercado amplo recentemente, então a alta que vemos hoje é uma recuperação técnica”, disse o estrategista da AJ Securities Hou Yingmin.

Já na Europa,  o dia é de leve alta com expectativas de estímulo do BCE (Banco Central Europeu) comprimindo custos de financiamento na zona do euro. Além disso, as taxas de desemprego na Alemanha caíram mais que o esperado em fevereiro. 

Ao mesmo tempo, o petróleo caía com a divulgação de estoques recordes do combustível nos Estados Unidos na semana passada. O barril do WTI (West Texas Intermediate) cai 4,16%, a US$ 48,88. 

(Com Reuters)

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