Ambev cai antes de resultado, exportadoras arrancam e BB cai 2% com Petrobras

Entre os destaques ainda estiveram os papéis da Estácio, que fechou com fortes ganhos nesta quarta em meio às notícias positivas de que o Ministério da Educação recuou nas decisões sobre o programa Fies

Paula Barra

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SÃO PAULO – A quarta-feira (25) foi de muita movimentação na Bolsa de Valores, com o Ibovespa fechando com leves perdas de 0,12%, a 51.811 pontos após chegar a cair 1,59% com o grande destaque do dia: a Petrobras. Após ter seu rating cortado pela Moody’s, as ações da companhia chegaram a despencar 8% na mínima do dia, os papéis fecharam com queda mais amena.

Após renovar sua máxima histórica ontem, a Ambev (ABEV3, R$ 18,30, -1,29%) também chamou atenção do mercado nesta quarta após fechar com quedas, com o mercado no aguardo dos resultados do quarto trimestre da companhia – que deverão ser publicados amanhã pela manhã. A Vale também teve seu último pregão antes dos resultados e, após operar com volatilidade durante o dia, viu suas ações fecharem com leve alta na Bolsa.

Na ponta positiva do índice, no entanto, estiveram os papéis das exportadoras Fibria, Suzano e Embraer, que fecharam com fortes ganhos em meio à disparada do dólar, que fechou com ganhos de 1,23%, a R$ 2,868. Para ver todos os destaques de ganhos e perdas da Bolsa, acesse a ferramenta da InfoMoney “altas e baixas” clicando aqui.

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Confira abaixo os principais destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 9,30, -4,52%; PETR4, R$ 9,38, -4,87%)
As ações da Petrobras desabaram nesta quarta-feira após corte do rating pela Moody’s para grau especulativo. O mercado trabalha com a possibilidade de no curto prazo ocorrer outros cortes pela S&P e Fitch – lembrando que para a empresa perder, de fato, o grau de investimento é necessário que mais uma agência revise sua nota para baixo. A preocupação com isso é que muitos fundos não poderiam mais comprar as ações da empresa, enquanto seu custo de financiamento aumentaria reduzindo lucros futuros da empresa.

Para ver todas as notícias da estatal nesta quarta, clique aqui.

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Bancos
Juntamente com a queda das ações da Petrobras, os papéis dos grandes bancos brasileiros também fecharam com queda hoje, especialmente os do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,15, -2,11%), que possui maior exposição na dívida da petroleira. Os outros bancos como Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,71, +0,25%) e Bradesco (BBDC3, R$ 37,78, +1,59%; BBDC4, R$ 37,99, +0,56%) chegaram a acompanhar o desempenho negativo, mas fecharam com ganhos.  

No radar ainda, apareceu uma notícia da Folha de S. Paulo que diz que o governo teme o contágio do rebaixamento na nota de crédito do Brasil. Nesta quarta-feira, os ministros da equipe econômica devem se reunir com a presidente Dilma Rousseff para fazer uma avaliação da perda do grau de investimento da Petrobras e definir uma estratégia de trabalho. 

Vale (VALE3, R$ 22,14, +0,45%; VALE5, R$ 19,14, 0,00%)
Após operarem com instabilidade nesta sessão, as ações da Vale fecharam com leves ganhos antes da divulgação do balanço do quarto trimestre, esperado para amanhã antes da abertura da Bolsa. As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,73, +1,25%), holding que detém participação na mineradora, teve leve baixa.

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A principal questão que será vista no balanço é o impacto da queda do preço do minério de ferro nos números da empresa, que deve prejudicar bastante, sem muitas surpresas positivas para o resultado, disse a XP Investimentos. A empresa até mostrou boa produção nos metais básicos (lembrando que o Relatório de Produção da mineradora saiu dia 20/02, clique aqui para conferir), mas o preço do cobre também tem caído bastante e deve seguir esse movimento. “A gestão é boa, mas esse ano será difícil para a empresa, com pressão de caixa por conta da queda dos preços das commodities, contra um investimento muito forte que deve vir”, comentou a corretora.

Exportadoras
As ações das exportadoras fecharam no positivo com a escalada do dólar frente ao real após rebaixamento do rating da Petrobras, abrindo temor de que outras agências tirem da Petrobras o grau de investimento. Nos destaques estiveram os papéis da Suzano (SUZB5, R$ 11,69, +1,74%) e Fibria (FIBR3, R$ 36,65, +1,81%), ambas do setor de papel e celulose, além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 25,71, +0,43%).

Estácio (ESTC3, R$ 22,50, +5,39%)
As ações da Estácio fecharam no topo dos ganhos do Ibovespa em meio às notícias positivas de que o Ministério da Educação recuou nas decisões sobre o programa Fies (de financiamento estudantil). Desde o fechamento do dia 10 de fevereiro, as ações da companhia dispararam 42% na Bolsa. Os papéis da Kroton (KROT3, R$ 12,77, +1,11%), Anima (ANIM3, R$ 24,18, +3,33%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 15,28, +4,30%), que também reagiram com euforia nos últimos dias, tiveram variações menos expressivas hoje. 

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Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,04, +4,75%)
A Eletropaulo divulga hoje após o fechamento do mercado seus resultados do quarto trimestre. O UBS elevou nesta manhã a recomendação de venda para neutra das ações da empresa, passando o preço-alvo de R$ 2 para R$ 9. A ação foi removida da lista do banco de menos preferida. Segundo os analistas, as alterações refletem custo médio ponderado de capital de 8,09%, ante nível de 7,5% anterior, provisões levemente mais baixas diante da boa gestão do balanço da companhia e outros fatores. Os papéis da companhia acumulam ganhos de 25,5% desde o dia 11.

Sabesp (SBSP3, R$ 16,61, +1,78%)
O diretor da Sabesp Paulo Massato disse hoje, em CPI na Câmara Municipal de São Paulo, que a companhia não trabalha com nenhum previsão de racionamento por enquanto e que, mesmo com pessimismo, as obras são suficientes. Segundo ele, a situação atualmente é “mais confortável” e que apenas no fim do período de chuvas a empresa tomará uma decisão. 

Multiplan (MULT3, R$ 54,01, +1,33%)
A Multiplan teve alta de 14% em sua receita líquida de 2014, atingindo R$ 1,1 bilhão. O lucro líquido registrou aumento de 29,3% e chegou a R$ 368,1 milhões no ano passado. Os principais contribuintes para aumento na receita bruta foram a receita de locação, com 64,2% de alta, seguido da receita de estacionamento, com expansão de 12,7%. Segundo o Bradesco BBI, os resultados foram fortes, especialmente tendo em vista a deterioração no cenário. “Capacidade da companhia de manter ativos de mais de 30 anos (Morumbi Shopping, Barra Shopping, Park Shopping and BH Shopping) atualizados, e com forte dominância em suas regiões, é o que faz do portfolio da empresa mais defensivo no cenário atual. Ação é uma das top picks no setor”, disse o banco de investimentos.

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JBS (JBSS3, R$ 12,17, +0,83%) 
A JBS informou nesta terça-feira que vai parar oito unidades de carnes devido ao bloqueio de estradas por caminhoneiros, que afeta a entrega de ração para as criações e também de insumos industriais, como embalagens. A empresa disse que até o fim da terça-feira estariam suspensas as atividades de unidades em Campo Mourão (PR), Sidrolância (MS), Seara (SC), São Miguel do Oeste (SC), Ana Rech (RS) e Jaguapitã (PR) e de duas unidades de Itapiranga (SC). 

Telefônica (VIVT4, R$ 53,51, -0,32%)
A Telefônica Brasil divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2014, reportando um lucro líquido de R$ 1,26 bilhão no período. O valor representa uma alta de 23,3% antes os R$ 1,02 bilhão registrados um ano antes. No acumulado de 2014 a companhia viu seu lucro subir 32,9%, passando de R$ 3,72 bilhões para R$ 4,94 bilhões. Segundo o Bradesco BBI, a companhia mostrou boa disciplina de corte de custos, com o quarto trimestre reforçando status premium da companhia no mercado de telefonia móvel brasileiro, com fluxo de caixa robusto e distribuição de dividendos. 

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,46, -2,13%)
Um fundo do banco de investimentos BTG Pactual (BBTG11) está comprando 400 apartamentos da incorporadora PDG Realty com desconto de 30% sobre o preço de venda, segundo informação do colunista do Blog Radar Online da Veja, Lauro Jardim. O valor da compra dos imóveis, de acordo com o jornalista, deve chegar perto de R$ 150 milhões. 

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Cielo (CIEL3, R$ 43,19, -0,62%)
A credenciadora de cartões Cielo prepara uma captação de R$ 4,5 bilhões com uma emissão de debêntures, apurou o Valor. A operação deve sair já os próximos dias, segundo disseram duas fontes a par do assunto ao jornal.  

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 0,93, -6,06%)
Depois de ser divulgado que a Brasil Pharma estaria tentando vender as redes de farmácias Mais Econômica, do Sul do país, e a Big Ben, do norte e nordeste, e de receber ofício da BMF&Bovespa pedindo esclarecimentos, a companhia divulgou comunicado negando que esteja fazendo tais negociações. As ações subiram mais de 8% nos últimos três dias, mas acumulam queda de 64% em 2015 depois de quedas muito fortes em 2013 e 2014.

Weg (WEGE3, R$ 31,81, -1,43%)
A Weg, fabricante de motores elétricos, apresentou lucro líquido de R$ 263,3 milhões no quarto trimestre, alta de 10,9% na comparação anual. No acumulado do ano, o lucro foi de R$ 954,7 milhões, com aumento de 13,2% ante 2013. A companhia aprovou ainda dividendos complementares de R$ 167,5 milhões.