MEC recua e educacionais disparam, Vale despenca 4% e Souza Cruz sobe 8%

Entre os destaques ainda estiveram os papéis da Petrobras, que seguiram pressionados pelos preços do petróleo no exterior e da Minerva, que fechou com fortes ganhos

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – A última segunda-feira (23) de fevereiro foi bastante agitada para a Bolsa, com o Ibovespa operando volátil durante o dia e fechando estável, a 51.261 pontos. Entre os destaques estiveram os papéis das educacionais, que após o governo recuar nas decisões sobre o Fies (programa de financiamento estudantil) continuaram a “folia” vista no pós-Carnaval e dispararam até 12%.

Ainda nos holofotes do mercado estiveram as ações da Vale que fecharam com fortes perdas nesta sessão após ter sua recomendação cortada pelo Morgan Stanley, e da Petrobras, que segue pressionada na Bolsa pelos preços do petróleo no exterior. A Souza Cruz também chamou atenção após anúncio de OPA para fechamento de capital.

Fora do Ibovespa, destaque para as ações da Minerva, que fecharam com fortes ganhos após fechar a compra da colombiana Red Carnica, e da OGPar (OGXP3, R$ 0,08, +14,29%), antiga OGX, que encerrou o pregão em alta. Para ver todos os ganhos e perdas desta segunda, acesse a ferramenta do InfoMoney “altas e baixas” clicando aqui.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 9,38, -1,68%; PETR4, R$ 9,49, -1,86%)  
As ações da Petrobras fecharam com queda nesta segunda, acompanhando o desempenho negativo dos preços do petróleo no mercado internacional. O Brent, negociado em Londres, recuava 1,94%, a US$ 59,05, enquanto o WTI, cotado no Texas, caía 2,99%, a US$ 49,29. Os preços da commodity caem com a retomada da produção no maior campo de petróleo da Líbia, além da oferta maior que a demanda. Na sexta-feira, o JPMorgan escreveu que a perda do grau de investimento é iminente, lembrando que as agências estão com o rating da Petrobras apenas uma nota acima do grau de investimentos.

Nesta segunda ainda, o GBM (Grupo Bursátil Mexicano) reduziu o preço-alvo para os papéis da estatal de R$ 12,60 para R$ 9,90.

Continua depois da publicidade

Vale (VALE3, R$ 21,62, -4,42%; VALE5, R$ 18,75, -3,60%)
As ações da Vale fecharam com fortes perdas após a companhia ter sua recomendação cortada pelo Morgan Stanley. O banco revisou a classificação de equal weight (desempenho em linha com a média) para underweight (desempenho abaixo da média). Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,20, -3,79%), holding que detém participação na Vale. 

Educacionais
As ações do setor dispararam na Bolsa nesta segunda-feira: Kroton (KROT3, R$ 12,48, +7,59%), Estácio (ESTC3, R$ 20,33, +5,89%), Ser Educacional (SEER3, R$ 14,40, +5,88%) e Anima (ANIM3, R$ 23,60, +12,49%). Os papéis ganham força com a edição, pelo Ministério da Educação, da norma sobre as inscrições no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para o primeiro semestre de 2015. A questão do Fies tem sido objeto de discussões entre as companhias e o governo e tem influenciado fortemente as ações nos últimos dois meses. 

O ponto específico do texto que traz alívio a essas ações hoje é o que fala sobre o intervalo de 45 dias para pagamento de parcelas do financiamento educacional. A nova regra é favorável para as empresas já que aumenta o prazo de pagamento do governo para empresas privadas é válido somente para esse ano. Anteriormente, as mudanças não tinham prazo de vigência. “O ministério reverteu quase que inteiramente a portaria 23 (de 29 de dezembro). O cronograma de pagamento de 8 meses por ano apenas ocorrerá em 2015. Nenhuma limitação de preços foi formalmente anunciada na portaria desta manhã”, afirmaram analistas do Itaú BBA em nota a clientes.

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,48, +7,74%)
As ações da Souza Cruz também fecharam com fortes ganhos hoje após anúncio de OPA (Oferta Pública de Aquisição) para fechamento de capital. O acionista controlador BAT informou hoje que pretende adquirir 100% das ações da companhia pelo preço de R$ 26,75. O valor oferece um prêmio de 13,11% ao preço de fechamento do papel da última sexta-feira (23), mas de 30% sobre a média ponderada do preço de fechamento da ação no período de três meses encerrado em 20 de fevereiro. A oferta contemplará 24,7% das ações emitidas pela companhia – ou 378,1 milhões de ações. 

Considerando o preço estipulado para a OPA de R$ 26,75 por ação, a BAT irá gastar R$ 10,1 bilhões para comprar todas as ações em circulação da Souza Cruz. “Certamente não é positiva a saída do mercado de ações de uma grande empresa, porém, para os acionistas a operação é rentável no curto prazo”, comentou a Planner Corretora. 

Minerva (BEEF3, R$ 8,92, +3,72%)
As ações da Minerva fecharam com ganhos pelo quinto pregão consecutivo após fechar a compra da colombiana Red Carnica, por US$ 30 milhões. Nesse período, os papéis acumulam valorização de 12,75%.  

Sabesp (SBSP3, R$ 16,09, +3,14%)
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a Sabesp está estudando pedir reajuste acima da inflação para equilibrar as contas. O principal argumento é o aumento do custo de energia elétrica que não estava previsto no plano de negócios da empresa, aprovado em 2014. 

TIM (TIMP3, R$ 11,72, -5,33%)
Após cair 3,5% na sexta-feira, os papéis da TIM voltam a fechar no negativo após o presidente da Telecom Itália, dona da TIM, Marco Pactuano, dizer que não faria sentido uma fusão com a Oi (OIBR4, R$ 6,05, -6,92%) e que muito menos pensa em vender a TIM. Para o analista Flávio Conde, a recomendação é para seguir fora das ações TIMP3 porque o imbróglio da Oi ainda levará tempo para ser resolvido e investidores estão se “cansando” do setor apesar das características defensivas para a conjuntura macroeconômica do país e apesar da coerente possibilidade de consolidação.

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,07, -3,15%)
O BB Investimentos iniciou cobertura das ações da MRV com recomendação market perform (desempenho em linha com a média) e preço-alvo de R$ 8,50 para dezembro de 2015. Segundo os analistas Daniel Cobucci e Wesley Bernabé, que assinam o relatório, a companhia está bem posicionada em relação à maioria dos pares, com margens mais satisfatórias e baixa alavancagem, a despeito de algumas empresas do segmento de construção civil residencial, que enfrentam um contexto de redução na rentabilidade e preocupação com fatores de endividamento e estoques. 

BR Properties (BRPR3, R$ 10,39, -0,57%) e São Carlos (SCAR3, R$ 31,69, -2,49%)
O Itaú BBA cortou hoje a recomendação para as ações da BR Properties, que passou de outperform (desempenho acima da média) para market perform (desempenho em linha com a média), e São Carlos, de market perform para underperform (desempenho abaixo da média). O preço justo caiu de R$ 17,80 para R$ 12 no caso da BR Properties, enquanto da São Carlos passou de R$ 41,10 para R$ 33,50.  

Embora a visão seja positiva para o longo prazo, considerando que a dinâmica de oferta e demanda deve melhorar gradualmente a partir de 2017 e as empresas devem ganhar mais valor com fusões e aquisições, as taxas de vacância devem subir 24% este ano em São Paulo e 17% no Rio de Janeiro, sendo melhor adotar uma postura de cautela, disse o analista Enrico Trotta, que assina o relatório.