Ibovespa fecha em baixa, DI sobe forte e dólar bate R$ 2,83, maior valor desde 2004

Dia da Bolsa foi de olhar para a macroeconomia, com queda do petróleo e China nova desaceleração nas taxas de inflação da China, levando à Bolsa uma pressão vendedora; Petrobras, Vale e bancos fecharam na mínima

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em baixa nesta terça-feira (10) com quedas fortes de Petrobras e de Vale. índice refletiu principalmente notícias do cenário macroeconômico, como a nova desaceleração nos índices de preços ao consumidor na China, atingindo os menores níveis em mais de 5 anos. O barril de petróleo também caiu mais de 5% durante a sessão, afetado por perspectivas de que a oferta norte-americana do combustível continue aumentando. Aqui, o dia foi de noticiário sobre a Petrobras e dúvidas sobre ajuste fiscal. 

O benchmark fechou em queda de 1,77%, a 48.510 pontos. Do lado do DI, os juros para janeiro de 2016 subiram 19 pontos-base após fala de Luís Awazu do Banco Central de que a autoridade se manterá “especialmente vigilante” no combate à inflação. Ao mesmo tempo, o dólar comercial subiu 2,12%, ficando cotado a R$ 2,8349 na compra e R$ 2,8364 na venda. Já o contrato futuro da moeda norte-americana para março subiu 2,32%, a R$ 2,850. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 6,176 bilhões. 

Preocupações com os fundamentos da economia doméstica, tensões na negociação da dívida da Grécia e melhora nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com aumento de juros à vista, fazem com que o câmbio sofra forte desvalorização. 

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Soma-se a isso as dúvidas sobre um ajuste mais forte. Os parlamentares governistas estão se mobilizando para barrar ou atenuar o impacto das medidas de ajuste fiscal do ministro da Fazenda Joaquim Levy, muito mal recebidas pelos sindicalistas e em parte até pelos empresários.

Na agenda, a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) mostrou que a taxa de desemprego nacional caiu para 6,5% no quarto trimestre, conforme destacado pelo IBGE. Além disso, Joaquim Levy e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reúnem-se com ministros das Finanças e presidentes dos BCs de diversos países no G-20 em Istambul.  

Ações em destaque
A Petrobras (PETR3, R$ 8,83, -4,02%PETR4, R$ 8,92, -3,88%) fechou em forte queda depois de chegar a disparar 5% pela manhã. Notícias dão conta de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, irá ajudar a encontrar solução para o Balanço do terceiro trimestre de 2014 quantificando os valores relacionados às fraudes. Segundo o Valor Econômico, não existem mais desafios técnicos para que a PwC faça a auditoria do balanço do terceiro trimestre de 2014 da petroleira.

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Apesar das duas notícias positivas, a paralisação na perfuração dos poços do campo de Libra trouxe um viés negativo aos papéis da estatal. Segundo a Bloomberg, “um procedimento de manutenção não planejado parou a perfuração por mais de uma semana em um poço em Libra, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque o assunto ainda não foi levado ao público”.

Em meio à fraqueza da China, as ações da Vale (VALE3, R$ 20,40, -5,51%VALE5, R$ 17,72, -4,78%), que tem no gigante asiático o seu principal mercado consumidor, abriram em alta, mas viraram para queda. 

As ações do setor de siderurgia perdem força juntamente com o mercado passado euforia com expectativas de estímulos na China. Hoje, saiu o Índice de Preços ao Consumidor chinês, que mostrou alta interanual de 0,8% em janeiro, bem abaixo dos últimos cinco anos. O CPI encerrou 2014 em alta de 1,5%, bem abaixo da meta de 3,5% estabelecida por Pequim.

Na Bolsa, Usiminas (USIM5, R$ 3,88, +0,78%) subiu, mas os papéis da CSN (CSNA3, R$ 4,96, -0,40%) perderam força até zerar, enquanto Gerdau (GGBR4, R$ 9,74, -4,79%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 10,22, -5,46%) fecharam em queda. O analista Flávio Conde falava mais cedo que a alta desses papéis não era sustentável e poderia ser a hora de embolsar os lucros. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 PDGR3 PDG REALT ON 0,56 -6,67 -34,88
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 2,31 -5,71 -30,63
 VALE3 VALE ON 20,40 -5,51 -6,89
 GOAU4 GERDAU MET PN 10,22 -5,46 -9,56
 GGBR4 GERDAU PN 9,74 -4,79 +1,67

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 QUAL3 QUALICORP ON 23,29 +4,67 -16,22
 EMBR3 EMBRAER ON 25,00 +2,00 +2,29
 CIEL3 CIELO ON 42,40 +1,92 +1,75
 CSAN3 COSAN ON 26,35 +1,74 -8,67
 SBSP3 SABESP ON 14,25 +1,64 -16,23

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 8,92 -3,88 681,40M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 34,90 -1,27 403,57M
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 29,31 -2,40 383,64M
 KROT3 KROTON ON 10,30 -3,74 340,89M
 VALE5 VALE PNA 17,72 -4,78 278,54M
 ITSA4 ITAUSA PN 9,80 -1,31 229,52M
 BBDC4 BRADESCO PN EDJ 35,24 -2,09 216,96M
 CIEL3 CIELO ON 42,40 +1,92 183,38M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,98 -0,99 181,99M
 BRFS3 BRF SA ON 64,70 +0,15 156,28M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

China e Grécia
As bolsas asiáticas recuaram nesta terça-feira conforme o nervosismo sobre a potencial saída da Grécia do euro e a escalada do conflito na Ucrânia impactaram o apetite por risco. Em meio às novas sinalizações na Europa, as bolsas do continente europeu também têm um movimento de cautela.

Preocupações sobre as negócios da dívida grega seguem no radar. Ontem, o premiê grego, Alexis Tsipras, reafirmou as suas posições contra a austeridade e rejeitou o programa internacional de resgate antes de reunião de emergência com ministros das finanças da zona do euro esta semana.

Dados chineses ofereceram pouca ajuda aos ativos de risco, à medida que sinais de fraqueza na segunda maior economia do mundo foram reforçados pela inflação atingindo uma mínima de cinco anos. Por outro lado, preocupações crescentes sobre a desaceleração devem elevar as perspectivas para mais estímulos.

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