Vale dispara 6%, siderúrgicas sobem até 12% e Abril Educação salta 17%

Entre os destaques ainda estiveram as ações da Qualicorp, que fecharam em mais uma sessão em queda após rumores de "dedo" do governo na companhia

Paula Barra

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SÃO PAULO – Contrariando as expectativas, a segunda-feira (9) foi positiva para a Bolsa, com o Ibovespa fechando a sessão com alta de 1,21%, a 49.382 pontos. Entre os destaques estiveram os papéis das blue chips Petrobras, que teve dia de forte volatilidade, e da Vale, que disparou com o mercado especulando que após dados ruins vindos da China, o gigante asiático anuncie algum estímulo à economia por lá. 

Seguiram na euforia da mineradora as ações das siderúrgicas, com destaque para CSN e Usiminas, que subiram mais de 10%. Fora do Ibovespa, no entanto, os investidores ficaram de olho nas ações da Abril Educação, que dispararam em meio à notícia de que a Thunnus Participações, sociedade detida por fundos de investimentos geridos pela Tarpon Investimentos, adquiriu o controle da Abril Educação, com preço fixado de R$ 12,33 por ação ordinária.

Veja os destaques da sessão desta segunda-feira:

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Vale e siderúrgicas
As ações da Vale e siderúrgicas fecharam entre os maiores ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, ainda que o minério de ferro tenha começado a semana em leve baixa. Na ponta positiva do índice, aparecem as ações da Usiminas (USIM5, R$ 3,85, +8,76%), CSN (CSNA3, R$ 4,98, +8,73%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,23, +4,71%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 10,81, +2,95%), além dos papéis da Vale (VALE3, R$ 21,59, +5,73%; VALE5, R$ 18,61, +4,49%) e Bradespar (BRAP4, R$ 12,86, +4,13%), holding que detém participação na mineradora.

Dados fracos das exportações e importações da China em janeiro refletem no mercado. Mas a notícia que poderia soar negativa, abre espaço para novas medidas de estímulo por lá, segundo a Guide Investimentos. Na semana passada, o Banco do Povo da China anunciou corte de 0,5 ponto percentual no compulsório – o primeiro corte em quase três anos. Com isso, a taxa para os grandes bancos passou a ser de 19,5%. 

O analista de mercado Flávio Conde, no entanto, diz que não acredita em um plano muito forte de estímulos, uma vez que para ele, mesmo com os pequenos estímulos que já vêm sendo adotados pelo gigante asiático, a economia chinesa continua em desaceleração.

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Petrobras (PETR3, R$ 9,20, +1,88%; PETR4, R$ 9,28, +1,75%)
Após chegar a cair 4%, as ações da Petrobras fecharam com valorização em meio à alta do petróleo, que sobe 3,71%, a US$ 53,61 o barril no caso do WTI, negociado nos EUA, e 1,57%, a US$ 58,71 no caso do Brent, negociado no Reino Unido. A alta veio após forte derrocada dos papéis com o anúncio da mudança em sua diretoria, com a substituição da presidente Maria das Graças Foster por Aldemir Bendine, então presidente do Banco do Brasil. Em meio às incertezas sobre o cenário da companhia, o Credit Suisse cortou hoje a recomendação da estatal de neutra para underperform (desempenho abaixo da média), com preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) passando de US$ 7,30 para US$ 5,00. Em uma adaptação para o mercado brasileiro, a revisão corresponderia a um corte no preço-alvo dos papéis ordinárias da empresa de R$ 10,00 para R$ 6,50.   

Hoje, Mark Mobius, presidente executivo da Templeton para mercados emergentes falou em evento que a petrolífera deveria vender os ativos que possui, inclusive Campos, além de declarar que Aldemir Bendine deve aumentar a transparência na companhia, mas que o mercado tem que dar tempo a Bendine para saber quais serão seus próximos passos.

Abril Educação (ABRE3, R$ 11,94, +17,87%)
Relativamente blindadas pelas novas regras do Fies (programa de financiamento estudantil) no início do ano, as 
ações da Abril Educação fecharam hoje com uma boa surpresa no radar. A Thunnus Participações, sociedade detida por fundos de investimentos geridos pela Tarpon Investimentos, adquiriu o controle da Abril Educação, com preço fixado de R$ 12,33 por ação ordinária.

Com o preço fixado bem acima da cotação de fechamento do papel na sexta-feira (R$ 10,13), o esperado era que a ação atingisse o patamar dos R$ 12,33. Isso não acontece, no entanto, porque os minoritários terão direito à extensão da oferta nas mesmas condições (preço) ofertados pela Thunnus, o famoso “tag along”, pois configurou-se troca no controle e ala será obrigada a fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para o restante das ações, explica a casa de research Empiricus.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,46, +2,56%)
As ações do Banco do Brasil deram uma trégua nesta sessão após baixa de quase 4% na última sexta-feira, quando foi anunciada a saída de Aldemir Bendine da presidência do banco. Segundo a XP Investimentos, a confirmação de Bendine na Petrobras é um fator de preocupação sobre o banco, que é o principal credor da petroleira e de empresas relacionadas a ela, e pode ser uma outra empresa de forte interferência do governo.  

ALL (ALLL3, R$ 4,50, -2,17%) e Cosan Logística (RLOG3, R$ 2,74, -0,72%)
O Cade (Conselho de Administração de Defesa Econômica) incluiu na pauta da próxima sessão extraordinária de julgamento, marcada para dia 11, o ato de concentração entre Rumo Logística, controlada da Cosan (CSAN3), e ALL, quando o relator deve apresentar seu parecer. A decisão do Cade é amplamente aguardada pelo mercado, que tem expectativa de que a autarquia dê parecer favorável, ainda que com a possibilidade de alguma restrição. Na semana passada, os papéis da ALL dispararam 19,5%, enquanto as ações da Cosan Logística subiram 26%.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 17,38, -1,25%)
A companhia de medicamentos e produtos de consumo Hypermarcas teve alta de mais de 30% em seu lucro líquido no quarto trimestre na comparação com o mesmo período de 2013, impulsionado pela redução das despesas financeiras líquidas. O lucro líquido foi de R$ 71,5 milhões de outubro a dezembro, avanço de 30,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A média dos analistas ouvidos pela Reuters antecipava alta de 65,8% do lucro líquido. 

A equipe de analistas do Deutsche Bank disse em relatório que a companhia teve um bom trimestre, mas permanece nos “bastidores”, reiterando sua recomendação como “hold”. O analista Marcel Moraes justifica a recomendação declarando que é possível que a companhia não consiga replicar os bons resultados apresentados no quarto trimestre para os próximos, devido ao difícil cenário econômico.

Eletrobras (ELET3, R$ 5,03, -2,33%ELET6, R$ 6,04, -1,63%)
Depois da PwC ter se recusado a assinar o balanço da Petrobras, a KPMG está exigindo que a Eletrobras e outras estatais de energia provisionem em seus balanços a conta da corrupção, informou hoje a coluna Radar, da Veja. 

Braskem (BRKM5, R$ 12,50, -3,03%)
A Braskem afirmou que pode interromper produção em meio à indefinição sobre fornecimento de nafta pela Petrobras, segundo reportagem do Estadão. Hoje, a petroquímica é a única compradora de nafta do Brasil e a maior fornecedora da indústria química. De acordo com a empresa, que tem como sócios o grupo Odebrecht (38%) e a própria Petrobras (36%), se a situação chegar ao limite, três polos petroquímicos brasileiros podem ter de interromper a produção. 

Qualicorp (QUAL3, R$ 22,25, -4,59%)
As ações da Qualicorp desabam 19,3% em quatro pregões. Os papéis caem desde a semana passada, quando foram derrubados por notícias de que haverá mudanças de regras nos planos de saúde individuais, para ampliar a concorrência. A companhia até tentou reverter o cenário pessimista na quinta-feira, afirmando que houve um equívoco na interpretação da matéria, dizendo que não haverá alterações na regra de reajuste dos planos individuais, mas o mercado seguiu vendendo os papéis. 

Localiza (RENT3, R$ 35,12, -0,51%)
A locadora de veículos Localiza lucrou R$ 102,2 milhões no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 13,6% na comparação com o mesmo período de 2013. No fechado do ano, o lucro foi de R$ 410,6 milhões, com melhora de 6,8%.