Crise? Itaú Unibanco e Bradesco lucram, juntos, mais de R$ 35 bilhões em 2014

Dois maiores bancos privados do País lucraram, respectivamente R$ 20,242 bilhões (Itaú) e R$ 15,089 bilhões (Bradesco); cenário é de resiliência, mas com cautela

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Mesmo em um ano de dificuldades econômicas bem grandes, os dois maiores bancos privados do Brasil tiveram resultados muito expressivos. Juntos, o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Bradesco (BBDC4) lucraram mais de R$ 35 bilhões em 2014. 

O Itaú, maior banco privado do país, encerrou o ano de 2014 com um lucro de R$ 20,242 bilhões, alta de 29% ante igual período de 2013, quando já havia registrado até então o maior da história dos bancos brasileiros de capital aberto, de acordo com levantamento da Economática, ao lucrar R$ 15,7 bilhões.

Nos últimos três meses do ano, o lucro líquido foi de R$ 5,52 bilhões, superando as estimativas dos analistas. Em bases recorrentes, o lucro do Itaú foi de R$ 5,66 bilhões nos últimos três meses do ano. A previsão média de analistas consultados pela Reuters era de lucro de R$ 5,367 bilhões, excluindo efeitos não recorrentes.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Já o Bradesco, segundo maior banco privado do país, estreou a temporada de balanços das instituições financeiras brasileiras no último dia 29 de janeiro, com um lucro líquido de R$ 15,089 bilhões, valor 25,6% superior aos R$ 12 bilhões registrados em 2013.

Os números mostram resiliência, mas também um cenário de cautela das instituições financeiras. A Guide Investimentos destacou que, em linhas gerais, o resultado do Itaú foi muito forte, com robusto crescimento e manutenção de rentabilidade, enquanto a qualidade da carteira de crédito manteve-se saudável. “O ponto de atenção fica para os próximos resultados que já apontam para uma piora, em função da rápida deterioração econômica. O banco manteve-se cauteloso na concessão de crédito: diminuiu a meta de crescimento de 2015 (em relação à 2014) e aumentou o nível de provisões”, ressaltam os analistas da corretora.

Já de acordo com a Votorantim Corretora, os resultados do quatro trimestre do Bradesco reforçam a visão difícil que os bancos estão enfrentando no atual cenário de economia enfraquecida. “Esperamos que o Bradesco mantenha baixo apetite por risco, e continue entregando bons resultados através de um rigoroso controle de custos e geração de receitas provenientes de taxas e seguros”, disseram os analistas Flavio Yoshida e George Chen, que assinam o relatório da corretora.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.