Petrobras despenca 6% após ser rebaixada; Oi cai sem provento e elétricas têm baixa com ONS

Confira as principais movimentações da Bolsa nesta sexta-feira

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 8,06, -4,84%PETR4, R$ 8,22, -6,06%)
A estatal cai forte após ter seu rating cortado pela Moody’s de Baa2 para Baa3. Segundo relatório da agência de risco, todos os ratings da estatal foram cortados e as notas permanecem em revisão para um possível novo rebaixamento.

Segundo a Moody’s, este cenário “reflete a contínua preocupação com as potenciais pressões de liquidez que podem surgir como consequência da não prestação de demonstrações financeiras periódicas”. 

“Corte na nota de crédito é um dos riscos que corre a Petrobras neste momento conturbado. A redução do rating seguramente vai impactar os custos de captação de dívida, elevando as despesas financeiras no futuro, o que reduz o lucro e os dividendos a serem distribuídos aos acionistas”, ressalta a Planner.

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O mercado também repercute as declarações do diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, de que há possibilidade da companhia não pagar dividendos.

Oi (OIBR4, R$ 5,21, -6,63%)
A Oi registra baixa após informar que seu Conselho de Administração aprovou o cancelamento da Política de Remuneração aos Acionistas para os Exercícios Sociais de 2013-2016, ou seja, seus dividendos. Esta política da empresa foi anunciada em 13 de agosto de 2013, quando seu conselho estimou o pagamento de R$ 500 milhões para os dividendos relativos ao período 2013-2016.

Na época, a Oi afirmou que este valor representava aproximadamente o mínimo dividendo capaz de atender os seguintes objetivos: pagar dividendos de 25% sobre o lucro liquido do exercício ajustado, ou 3% do Patrimônio Liquido, ou 6% do Capital Social, o que for maior; e também garantir um pagamento igualitário entre as espécies de ações preferencial e ordinária.

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Vale (VALE3; R$ 17,99, -0,33%; VALE5, R$ 16,13, -0,37%) 
Após chegar a cair quase 2%, as ações da Vale diminuíram as perdas e operam próximas à estabilidade. A Moody’s alterou a perspectiva da Vale de positiva para estável e afirmar todos os ratings da companhia. A agência de classificação de risco afirmou que a mudança da perspectiva reflete a visão de que o perfil de crédito e as operações da empresa continuam sólidos, mas incluem uma deterioração nos fundamentos do mercado de minério de ferro e metais básicos.

O mercado também aguarda a divulgação da proposta de remuneraçãomínima aos acionistas essa semana e repercute o noticiário chinês. Dentre os dados da China, destaque para a receita fiscal, que alcançou 14,035 trilhões de yuans (US$ 2,2 trilhões) em 2014, um crescimento de 8,6% em relação a 2013, informou o governo chinês. Esta é a menor alta da arrecadação do país desde 1991.

Gerdau (GGBR4, R$ 8,76, -1,68%)
As ações da Gerdau têm um dia volátil nesta sessão: após abrir em queda de quase 2%, passaram a operar perto da estabilidade na primeira hora do pregão. De acordo com o Estadão, o Rio de Janeiro poderá restringir a oferta de água para a indústria e a planta da Gerdau deve ser impactada. Segundo a Guide Investimentos, a notícia é marginalmente negativa. “O fato transparece que os níveis atuais dos reservatórios aumentam a chance de racionamento de água e energia e impõem um risco maior á deteriorada indústria local”, ressalta a Guide.

Sabesp (SBSP3, R$ 12,82, -4,97%)
A Sabesp vê suas ações registrarem forte baixa de 5% em meio às perspectivas de racionamento. O Santander cortou em 12% o preço justo para a ação da empresa.

Dentro do noticiário da companhia, o Conselho de Administração  aprovou o processo de contratação do empreendimento da interligação entre as represas Jaguari (Bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do Sistema Cantareira). Segundo a companhia, o objetivo deste projeto é a recuperação e o aumento da segurança hídrica do Sistema Cantareira e, consequente atendimento da demanda por água da Região Metropolitana de São Paulo.

PDG (PDGR3, R$ 0,56, -3,45%)
A PDG Realty registra mais um dia baixa na Bolsa, a sétima em seis dias, com queda de 31,25% no período. 

A empresa divulgou seus dados operacionais do quarto trimestre na noite da última quarta-feira. Segundo a incorporadora, o VGV (Valor Geral de Vendas) do período ficou em R$ 624 milhões, contra R$ 768 milhões do terceiro trimestre, enquanto os distratos subiram para R$ 180 milhões, ante R$ 102 milhões no trimestre anterior. 

A XP Investimentos ressaltou, após a divulgação da prévia, que o endividamento da construtora segue preocupante, lembrando que a forte derrocada recente dos papéis estaria relacionada a rumores de que a companhia estaria tendo dificuldades nas negociações com credores em relação às dívidas da companhia. A PDG disse, no entanto, que a empresa está em negociações avançadas com seus credores para o equacionamento das eventuais necessidades de rolagem da dívida a partir de março. A companhia informou que não tem vencimentos relevantes em janeiro e fevereiro no seu cronograma de amortização de dívidas corporativas.

Elétricas 
As elétricas seguem o movimento de baixa em meio à aversão ao risco do mercado e com os riscos crescentes de racionamento de energia, com destaque para a Copel (CPLE6, R$ 31,18, -5,52%) e Cemig (CMIG4, R$ 11,77, -5,00%), além de Cesp (CESP6, R$ 23,50, -4,08%) e Tractebel (TBLE3, R$ 31,45, -3,73%). 

Nesta sexta-feira, o de Minas e Energia, Eduardo Braga, faz reunião com a ONS (Operador Nacional do Sistema) no Rio de Janeiro. E, segundo a ONS, as chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do país para geração de energia em fevereiro, importante mês do período úmido, serão de cerca de 52%.  Já a região Nordeste deverá ter chuvas equivalentes a 18% da média histórica e o Norte a 76%. Apenas o Sul deverá continuar tendo afluências acima da média, a 126% em fevereiro.

Vale ressaltar que o ministro mudou na quinta-feira, 29, a versão apresentada pelo governo para explicar as causas do apagão que atingiu o País no dia 19 de janeiro. O ministro reconheceu que o equipamento apontado como a razão do problema da linha de transmissão Norte-Sul já estava danificado há mais de um mês.

Usiminas (USIM3, R$ 16,39, +9,19% ;USIM5, R$ 3,42, -3,66% )
As ações da Usiminas têm mais um dia bastante diverso com a continuidade da “novela” na companhia por conta da disputa societária entre a Ternium e a Nippon Steel. 

Uma vez que um acordo entre elas, na atual conjuntura, parece ser algo bem distante, alguma das partes do bloco venderá sua participação na Usiminas. Com uma possível venda, a ação ordinária (USIM3) torna-se muito mais atrativa do que a preferencial (USIM5) por causa do “tag along”, uma ferramenta de proteção aos acionistas minoritários em momentos de troca de controle numa companhia.

A preferência pelas USIM3 ao invés de USIM5 está gritante no mercado. As ações ON da Usiminas acumulam ganhos de 36% nos últimos 4 pregões e atingiram nesta manhã seu maior patamar em Bolsa desde maio de 2012. Já USIM5 caiu 14% nos mesmos 4 pregões e vão às mínimas desde outubro de 2003.

Suzano (SUZB5, R$ 10,70, +0,56%)
A Suzano é uma das únicas altas do Ibovespa em meio à alta do dólar, que chegou a subir 2% após a fala do ministro Joaquim Levy de que não há a intenção de manter o câmbio artificialmente valorizado. A companhia, por ser exportadora, é beneficiada em um cenário de dólar mais alto. 

Ser (SEER3, R$ 13,62, -9,98%)
As ações das companhias de educação seguem em forte baixa em meio às expectativas pelas mudanças no Fies. Outros papéis do setor, como Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3) também têm um dia de baixa, entre 2% e 3%. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.