Bolsa cai com déficit primário, Petrobras e PIB dos EUA; dólar chega a R$ 2,68

Estados Unidos e petroleira influenciam índice em dia de corte de juros pela Rússia, reduzindo a elevação realizada na última reunião; Levy fala sobre intervenção no câmbio e dólar sobe 2,25% ante o real

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (30), o índice cai 2,10%, a 46.760 pontos. Entre os principais drivers do dia estão o rebaixamento da Petrobras pela agência de rating Moody’s de baa2 para baa3 e a divulgação do primeiro déficit primário nas contas públicas do Brasil na série histórica iniciada em 2001. Além disso, crescimento do PIB norte-americano menor do que o esperado, de 2,6%, ante expectativa de 3%, foi vetor de queda nas bolsas internacionais. 

O Banco Central anunciou que União, Estados e municípios fecharam 2014 com déficit de R$ 32,5 bilhões, ou 0,63% do PIB. O resultado não inclui receitas e despesas com dívidas. 

Já o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu 2,6% no quarto trimestre de 2014, ante uma expectativa de que ele aumentasse 3%. Os índices futuros do Dow Jones e do S&P 500 caíam por volta de 1%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De manhã, ainda houve evento no Bradesco, no qual o ministro da Fazenda, Joaquim Levy destacou a necessidade de fazer ajustes fiscais e reiterou que há apoio da presidente da República para isso: “a presidente Dilma [Rousseff] sabe do ajuste que precisa ser feito”. O ministro da Fazenda ainda falou sobre o câmbio, falando que ele tem efeito no bem estar das pessoas e que a moeda não se controla tanto assim: “não há intenção de manter o câmbio artificialmente valorizado”. 

Depois das falas de Levy, o dólar comercial passou a subir 2,81%, ficando cotado a R$ 2,6843 na compra e a R$ 2,6855 na venda. 

Ações em destaque
As ações de Petrobras (PETR3, R$ 8,02, -5,31%; PETR4, R$ 8,20, -6,29%) caem, refletindo avaliações pela agência de classificação de risco, Moody’s. A agência cortou seu rating para baa3, após cair 14% em dois dias. 

Continua depois da publicidade

Outra ação que cai forte é a da Sabesp (SBSP3, R$ 13,16, -2,45%), apesar da aprovação do processo de contratação do empreendimento da interligação entre as represas Jaguari (Bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do Sistema Cantareira) pelo Conselho de Administração. Segundo a companhia, o objetivo deste projeto é a recuperação e o aumento da segurança hídrica do Sistema Cantareira e, consequente atendimento da demanda por água da Região Metropolitana de São Paulo.

“A interligação permitirá aumentar a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,13 m3/s (média anual)/8,5 m3/s (máxima) do reservatório Jaguari (afluente do Paraíba do Sul) para o reservatório Atibainha (do Sistema Cantareira)”, disse a companhia em comunicado. De acordo com a Sabesp o orçamento estimado é de R$ 830,5 milhões e as obras serão executadas pela empresa, que está em tratativas com o Governo Federal para a obtenção de apoio financeiro.

Além das questões envolvendo a Petrobras, ajudava a pressionar a Bolsa as ações do setor elétrico, que passam por mais um pregão de forte queda diante do aumento do risco de um racionamento de energia. Entre as maiores quedas do índice, figuravam os papéis da Copel (CPLE6, R$ 31,12, -5,70%).

Na ponta negativa aparecia também a PDG Realty (PDGR3, R$ 0,53, -8,62%), cujas ações desabam pelo 7° pregão seguido. Os papéis seguem pressionados por dados ruins do quarto trimestre, que mostrou queda de 30% nas vendas de lançamentos em 2014 e elevado endividamento, enquanto o mercado repercute ainda rumores de que a companhia estaria tendo dificuldades nas negociações com credores em relação às dívidas da companhia. A companhia disse ontem, no entanto, que está em negociações avançadas com seus credores para equacionamento das eventuais necessidades de rolagem a partir de março.  

Após chegar a cair quase 2%, as ações da Vale (VALE3; R$ 18,59, +2,99%VALE5, R$ 16,48,+2, +1,79%) viraram para alta nesta tarde. A Moody’s alterou a perspectiva da Vale de positiva para estável e afirmar todos os ratings da companhia. A agência de classificação de risco afirmou que a mudança da perspectiva reflete a visão de que o perfil de crédito e as operações da empresa continuam sólidos, mas incluem uma deterioração nos fundamentos do mercado de minério de ferro e metais básicos.

O mercado também aguarda a divulgação da proposta de remuneração mínima aos acionistas essa semana e repercute o noticiário chinês. Dentre os dados da China, destaque para a receita fiscal, que alcançou 14,035 trilhões de yuans (US$ 2,2 trilhões) em 2014, um crescimento de 8,6% em relação a 2013, informou o governo chinês. Esta é a menor alta da arrecadação do país desde 1991.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 5,00 -10,39 -41,93 28,95M
 PDGR3 PDG REALT ON 0,53 -8,62 -38,37 10,69M
 SANB11 SANTANDER BR UNT 12,53 -6,35 -5,63 10,70M
 CCRO3 CCR SA ON 15,41 -6,32 0,00 115,57M
 PETR4 PETROBRAS PN 8,20 -6,29 -18,16 608,68M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VALE3 VALE ON 18,59 +2,99 -15,15 107,61M
 GGBR4 GERDAU PN 9,15 +2,69 -4,49 62,57M
 FIBR3 FIBRIA ON 32,01 +2,60 -1,54 34,26M
 EMBR3 EMBRAER ON 23,64 +2,34 -3,27 74,48M
 VALE5 VALE PNA 16,48 +1,79 -14,30 219,29M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Cenario externo
Enquanto isso, o dia foi de baixa para as bolsas europeias apesar de uma leve recuperação dos preços do petróleo. Entre os dados econômicos, destaque para a taxa de desemprego que recuou para 11,4%, atingindo seu valor mínimo desde agosto de 2012. Enquanto isso, as vendas no varejo da Alemanha subiram pelo terceiro mês consecutivo. Em dezembro, houve alta de 0,2% em relação a novembro, no cálculo sazonalmente ajustado, informou nesta sexta-feira o escritório de estatísticas do governo. O resultado ficou abaixo da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, de alta de 0,5%.

Ainda logo pela manhã, a taxa de juros básica da Rússia foi novamente alterada. De modo surpreendente, o banco central do país euroasiático reduziu a taxa de 17% para 15%, depois de uma elevação forte de 10,5% para 17% na última reunião. 

Tópicos relacionados