Petrobras rebaixada, Oi cancela dividendos, Vale e mais 5 empresas no radar

Entre os destaques de hoje, Vale tem recomendação cortada pela Moody's, enquanto a Sabesp apresenta novo plano para ajudar o Cantareira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A sexta-feira (30) começou agitada na Bolsa após a notícia, durante a madrugada, do rabaixamento da Petrobras (PETR3PETR4). A estatal teve seu rating cortado pela Moody’s de Baa2 para Baa3. Segundo relatório da agência de risco, todos os ratings da estatal foram cortados e as notas permanecem em revisão para um possível novo rebaixamento.

Segundo a Moody’s, este cenário “reflete a contínua preocupação com as potenciais pressões de liquidez que podem surgir como consequência da não prestação de demonstrações financeiras periódicas”.

O “rating Baa3 reflete o aprofundamento da investigação sobre pagamentos indevidos, o qual a Moody’s acredita que aumenta a incerteza sobre a entrega oportuna das demonstrações financeiras auditadas e poderia levar a pressões significativas de liquidez”, disse a Moody’s em relatório.

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Oi (OIBR4)
Em um comunicado bem desanimador para seus acionistas, a Oi informou que seu Conselho de Administração aprovou o cancelamento da Política de Remuneração aos Acionistas para os Exercícios Sociais de 2013-2016, ou seja, seus dividendos. Esta política da empresa foi anunciada em 13 de agosto de 2013, quando seu conselho estimou o pagamento de R$ 500 milhões para os dividendos relativos ao período 2013-2016.

Na época, a Oi afirmou que este valor representava aproximadamente o mínimo dividendo capaz de atender os seguintes objetivos: pagar dividendos de 25% sobre o lucro liquido do exercício ajustado, ou 3% do Patrimônio Liquido, ou 6% do Capital Social, o que for maior; e também garantir um pagamento igualitário entre as espécies de ações preferencial e ordinária.

Sabesp (SBSP3)
O Conselho de Administração da Sabesp aprovou o processo de contratação do empreendimento da interligação entre as represas Jaguari (Bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (Bacia do Sistema Cantareira). Segundo a companhia, o objetivo deste projeto é a recuperação e o aumento da segurança hídrica do Sistema Cantareira e, consequente atendimento da demanda por água da Região Metropolitana de São Paulo.

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“A interligação permitirá aumentar a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,13 m3/s (média anual)/8,5 m3/s (máxima) do reservatório Jaguari (afluente do Paraíba do Sul) para o reservatório Atibainha (do Sistema Cantareira)”, disse a companhia em comunicado. De acordo com a Sabesp o orçamento estimado é de R$ 830,5 milhões e as obras serão executadas pela empresa, que está em tratativas com o Governo Federal para a obtenção de apoio financeiro.

Vale (VALE3; VALE5)
A agência de ratings Moody’s anunciou nesta noite o corte de sua perspectiva para a companhia de positiva para neutra, mantendo os ratings inalterados. Segundo a agência “o rebaixamento reflete a visão de que o perfil de crédito e as operações da empresa permanecem sólidos, mas incorporam a deterioração nos fundamentos de mercado para minério de ferro e metais base, pressionando os preços das commodities em um período em que a Vale implementa uma fase de ampla expansão com investimentos substanciais”.

“Embora a empresa esteja bem posicionada para tolerar um ambiente de preços mais baixos, o aumento nos volumes e no teor do minério de ferro, resultante dos investimentos em implementação, deve compensar parcialmente os preços baixos de commodities, não devendo ser totalmente refletido nas métricas de crédito da empresa até 2017-2018”, completou a Moody’s.

CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5)
Nesta quinta-feira um novo fato deu o tom de um terceiro capítulo à longa história entre Ternium e Nippon Steel: de acordo com informações do Estadão, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou um pedido da CSN, de Benjamin Steinbruch, para investigar a entrada da argentina Ternium no bloco de controle da siderúrgica, uma vez que para eles, a companhia sonegou informações ao Cade quando a Corte administrativa aprovou a compra de 27,4% da Usiminas pelo grupo argentino.

Ex-HRT (HRTP3)
A PetroRio, antiga HRT Participações, informou os pedidos de renúncia d Ricardo Bottas Dourado (Diretor Financeiro) e de Eduardo Laranjeira Jácome (Diretor de Gestão e de Relações com Investidores).

Em reunião do conselho foi aprovada a nomeação de Guilherme Marques para o cargo de Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da PetroRio. “As alterações organizacionais reforçam o alinhamento da Administração da PetroRio com a estratégia que vem sendo rigorosamente implementada, cujas prioridades são o aumento da produção por meio de aquisições de ativos de produção, a redução dos custos de produção e das despesas corporativas, a eliminação dos riscos exploratórios e a geração de valor para seus acionistas”, disse a companhia em fato relevante.

Gerdau (GGBR4)
A seca no rio Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Estado do Rio de Janeiro, está obrigando empresas a investir em outras alternativas para conseguirem manter suas atividades sem risco. Ontem, o governo do Rio comunicou às empresas CSA, Gerdau, FCC e Furnas, que têm operações na região, que irá reduzir ainda mais a vazão na foz do rio Guandu, o que praticamente inviabiliza a captação de água dessas empresas.

A alternativa oferecida pelo governo estadual foi utilizar água descartada pela Cedae no processo de tratamento de água na estação de Guandu. Para isso, porém, elas terão que investir em uma adutora de 14 quilômetros, além do que já vinham planejando para se adaptar à crise hídrica.

IMC Holdings (IMCH3)
A IMC comunicou a renúncia apresentada de Julio Cesar Millan aos cargos de Diretor Financeiro e de Diretor de Relações Investidores. Segundo a companhia, em reunião do conselho ocorrida ontem, José Agote, que atualmente atua como Presidente da subsidiária americana da Companhia, foi eleito para estes cargos com mandato até a Assembleia Geral Ordinária que deliberar sobre as demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2014.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.