Veja os impactos para a BM&FBovespa e Cetip dos novos produtos de renda fixa da Bolsa

Para analistas do BTG, a Bovespa deve ser beneficiada por esses novos produtos, mas ainda é preciso esperar para ver se ela conseguirá tomar o espaço conquistado pela Cetip

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Na última segunda-feira (26), a Bolsa começou a operar novos produtos no iBalcão, plataforma de renda fixa da Bovespa, no que foi considerado o maior desenvolvimento deste segmento desde o lançamento de CDBs plain vanilla em fevereiro do ano passado. Entre esses produtos estão Letras Financeiras, CDBs com remuneração variável e COE, com entrega de ações.

Segundo a equipe do BTG Pactual, agora a BM&FBovespa (BVMF3) é capaz de oferecer uma solução mais completa para seus clientes neste nicho. Mas qual exatamente é o impacto para ela, e para a Cetip (CTIP3), empresa com negócio focado em soluções de renda fixa?

BM&FBovespa
Em relatório assinado por Eduardo Rosman, Gustavo Lobo e Jose Luis Rizzardo, o BTG afirma que agora a companhia será capaz de competir em condições mais iguais com a Cetip. Sobre o mercado de CDB, os analistas explicam que o mercado possuí muitos títulos complexos e que a Bolsa não estava capturando até o momento, enquanto em LFs eles afirmam que é praticamente uma estreia da Bovespa no segmento, já que ela não possuía soluções para tudo neste segmento.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por fim, sobre os COEs, o trio do BTG diz que é um segmento onde a BM&FBovespa tem grande vantagem competitiva devido à sua posição como depositário, mesmo assim, eles ainda apontam a procura por este produto como um “grande ponto de interrogação”.

“Vemos o anúncio como um passo na direção certa para a BVMF, pois marca uma nova tentativa de diversificar as receitas, alavancando na sua relação com os bancos”, disseram os analistas no relatório. Apesar disso, o trio afirma que o potencial de impacto positivo sobre as ações da companhia são baixos dada a dimensão do “legado” das operações da Bolsa.

Cetip
Para a Cetip fica a vantagem dela ser a primeira companhia a atuar nestes segmentos, o que hoje deixa a empresa como especialista em renda fixa e com forte relação com os bancos. Por outro lado, a BM&FBovespa conta com uma estrutura mais enxuta, o que deve lhe dar vantagem, inclusive se tornando mais atrativa para os bancos, o que deve pressionar a Cetip.

Continua depois da publicidade

Para o trio do BTG a notícia claramente não é positiva para a companhia, que agora precisa manter sua qualidade de serviço para tentar evitar uma maior pressão da concorrência. Porém, os analistas dizem que ainda é preciso monitorar como a BM&FBovespa vai executar seu trabalho nestes segmentos. 

“A integração das clearings da BM&FBovespa (um projeto em andamento faz tempo e que sofreu muitos atrasos) ainda é prioridade. Por isso, é preciso esperar para ver antes de apostar no sucesso da BM&FBovespa”, afirmam.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.