Bolsa cai 2% e Petrobras e Vale afundam até 5% em dia “D” no mercado; dólar recua 1%

Índice mantém movimento de queda da segunda-feira com desconfiança acerca da economia brasileira; commodities em baixa e balanço da Petrobras estão no radar

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelera queda nesta terça-feira (27) enquanto o mercado espera pelo resultado da reunião da presidente Dilma Rouseff (PT) com ministros. As expectativas são de que Dilma reforce o apoio às medidas de ajuste anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas há possibilidade de revisão das mudanças no seguro-desemprego devido a pressões sindicais. Ainda são drivers importantes a queda nos preços das commodities e a divulgação do balanço não auditado da Petrobras.

Às 13h00 (horário de Brasília), o índice caía 2,07%, a 47.572 pontos.

Enquanto isso, o dólar caía depois dos dados de pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos, que tiveram queda de 3,4% ante uma estimativa de avanço de 0,3% pelo mercado. Começam as apostas de que o Fed será mais “dovish” (moderado) em sua decisão de taxa de juros, esperando mais antes de aumentar os juros básicos. A divisa norte-americana cai 0,83%, ficando cotado a R$ 2,5681 na compra e a R$ 2,5688 na venda. Vale lembrar que o governo fez um leilão de 10 mil contratos de Swap às 11h30.

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Do lado político, permanece a expectativa para a reunião da presidente Dilma com ministros. Na contramão da espera geral de que ela apoie o trabalho de Joaquim Levy, de acordo com a Folha de S. Paulo, o governo recuará nas mudanças das regras do seguro-desemprego

Também se mantém o temor em relação a um possível racionamento de energia devido aos baixos níveis dos reservatórios. O Itaú BBA, banco de investimento do grupo financeiro, revisou sua projeção de risco de racionamento de 26% há duas semanas para 45%, afetando principalmente as ações de empresas do setor de energia elétrica e de empresas que utilizam muita eletricidade para sua produção.

Ações em destaque
Dentre os destaques da sessão, estão as ações da Vale (VALE3, R$ 18,71, -4,44%; VALE5, R$ 16,75, -4,18%), que caem novamente após corte do rating da empresa de A- para BBB+ pela Standard & Poor’s, passando a perspectiva de negativa para estável. Com a queda de 8% nos lucros industriais da China e, consequentemente, das cotações do minério de ferro, a mineradora tem mais um dia difícil no pregão. 

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Também é importante lembrar que hoje é a data marcada para a divulgação do balanço não auditado da Petrobras (PETR3, R$ 9,23, -3,25%; PETR4, R$ 9,61, -3,03%). Segundo o colunista do blog Veja Mercados, Geraldo Samor, pessoas próximas à Petrobras esperam que a empresa reconheça uma baixa contábil de até US$ 20 bilhões (cerca de R$ 52 bilhões), ou o equivalente a 42% do valor de mercado atual da empresa depois das investigações da Operação Lava Jato.

As ações da Cia Hering (HGTX3, R$ 18,22, -7,32%) caem forte hoje após divulgação de dados operacionais do quarto trimestre. A varejista encerrou o trimestre com receita bruta de R$ 612 milhões, crescimento 0,5%. As vendas totais da rede Hering Store avançaram 1,6% no período, favorecidas pela adição de 48 lojas este ano. No critério “mesmas lojas”, que considera apenas lojas abertas há mais de 12 meses, a venda retraiu 3,8%, reflexo direto da queda de atendimentos ao longo do trimestre. 

Somente três ações das 68 que compõem a carteira teórica do Ibovespa não estavam operando em baixa. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 PDGR3 PDG REALT ON 0,59 -9,23
 HGTX3 CIA HERING ON 18,22 -7,32
 OIBR4 OI PN 6,17 -6,37
 LAME4 LOJAS AMERIC PN 15,26 -6,32
 GFSA3 GAFISA ON 2,02 -5,61

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CYRE3 CYRELA REALT ON 11,05 +0,36
 CCRO3 CCR SA ON 15,83 +0,19
 QUAL3 QUALICORP ON 26,41 +0,04
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Cenário externo
Na China, os lucros industriais caíram 8%, derrubando os valores das commodities aos menores níveis desde 2011. 

Na Europa, o líder de esquerda grego Alexis Tsipras foi empossado na segunda-feira como primeiro-ministro de um governo contrário ao resgate e determinado a enfrentar credores internacionais e acabar com quase cinco anos de austeridade. Mas a reação nos mercados foi modesta em comparação com os padrões recentes.

Enquanto isso, as bolsas europeias têm um dia de leves perdas em meio aos resultados de empresas e, principalmente, repercutindo os dados de crescimento da Grã Bretanha.

A economia da Grã-Bretanha registrou no ano passado o crescimento anual mais forte desde 2007 apesar da desaceleração maior que o esperado nos últimos três meses de 2014, dando uma mensagem mista apenas 100 dias antes de os britânicos irem às urnas. 

O PIB (Produto Interno Bruto) britânico cresceu 2,6% em 2014 como um todo, informou nesta terça-feira a Agência para Estatísticas Nacionais, ante 1,7% em 2013 e colocando o país a caminho de ter registrado o crescimento mais rápido entre as principais economias avançadas no ano passado.

Ainda há a espera para o início da reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, no que será uma semana agitada para resultados de empresas. Cerca de 30% das empresas do S&P 500 divulgam resultados nesta semana, incluindo as pesos-pesado de tecnologia Microsoft, Apple e Google. 

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