44% dos investidores acreditam em queda do Ibovespa nos dois próximos meses

Levantamento feito pela XP Investimentos mostra que o mercado está mais pessimista com o setor elétrico, enquanto os bancos são os com viés mais otimista

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O primeiro mês de 2015 está terminando e o Ibovespa caminha para encerrar com queda, que neste momento é superior a 3%. E se depender da expectativa do mercado, isso não vai mudar tão cedo. Uma pesquisa feita pela equipe da XP Investimentos com 70 gestores, investidores e grandes instituições mostrou que 43,5% do mercado tem uma expectativa negativa para a Bolsa nos próximos 2 meses, enquanto 38,5% projetam um desempenho neutro. Já 18% trabalham com alta do índice até o fim de março.

Para os analistas da corretora, a recomendação é de proteção via fence, pois o risco de racionamento é real e se vier a ocorrer a partir de março, tornará o PIB (Produto Interno Bruto) ainda mais negativo em 2015. “Acreditamos que o risco de racionamento ainda não está precificado no índice Bovespa”, disse a equipe da XP.

Entre os setores que mais devem sofrer, o elétrico foi disparado o mais votado, o que segundo os analistas da XP deve ser o reflexo do alto risco de racionamento de energia. Em seguida aparece a Vale (VALE3; VALE5), empresa na qual a equipe da corretora não recomenda exposição: “preferimos não ter commodities em nossas carteiras recomendadas”, disseram.

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Completando o “time” dos setores com visão mais negativa nos próximos meses aparecem real estate, que os analistas projetam um cenário bastante desafiador, com elevação da taxa de juros, crédito encarecendo. Na sequência os investidores apontaram a Petrobras (PETR3; PETR4), consumo – a XP só recomenda exposição em Lojas Americanas (LAME4) – e mineradoras.

Mas nem todos os setores têm viés negativo segundo os investidores que responderam a pesquisa. A preferência da maioria ficou com as empresas financeiras, com 28% das citações, enquanto o setor de cartão de crédito apareceu no segundo lugar, com 14% das indicações. Completando o ranking, empatados apareceram as empresas de educação e de papel e celulose.

Para a equipe da XP, no setor financeiro a preferência fica com Itaú Unibanco (ITUB4) e BB Seguridade (BBSE3). Em relação às outras indicações da pesquisa, eles se resumiram a dizer que Cielo (CIEL3) está em suas carteiras, enquanto entre as educacionais a preferência é por Estácio (ESTC3). Já no setor de papel e celulose, os analistas disseram que não têm exposição.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.