“Kit apagão” sofre e Braskem cai 20% na semana; Oi sobe 41% e HRT dobra de valor

Entre os destaques de queda da semana, também estiveram as educacionais, com mais uma semana de baixa

Lara Rizério

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SÃO PAULO- O Ibovespa fechou esta semana com um desempenho negativo após duas semanas de alta, ao registrar queda de entre os dias 19 e 23 de janeiro.

A semana foi, mais uma vez, marcada pela volatilidade das ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,52, +3,14%PETR4, R$ 10,00, +5,93%) que, contudo, conseguiram encerrar a semana em alta em meio aos desdobramentos da Lava Jato e da Vale (VALE3, R$ 20,52, -6,22%VALE5, R$ 18,32, -4,73%), que fecharam em queda principalmente por conta da baixa na última sexta-feira, com o corte das projeções para o minério de ferro e a recomendação da mineradora para neutra pelo Goldman Sachs.

Contudo, nos extremos do índice, quem tiveram destaque foram as ações do “kit apagão” (que marcou a última segunda-feira na Bolsa) e a Oi (OIBR4, R$ 7,01, +41,33%), que disparou impulsionada pela “novela” da venda de ativos da Portugal Telecom para a francesa Altice, que se encerrou na última quinta-feira com a conclusão da venda dos ativos.

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No radar da semana, a companhia telefônica ganhou mais uma vez o destaque após as ações PN cairem 25% na semana passada. Já entre os dias 19 e 23, os ativos subiram mais de 40% e lideraram isoladas a ponta do índice.

E o começo da semana não parecia ser bom para a empresa: os ativos caíam em meio às incertezas em torno da Assembleia Geral na próxima quinta-feira  para decidir sobre a venda dos ativos portugueses da operadora, enquanto rumores apontam para um possível fim da fusão entre a companhia e a Portugal Telecom SGPS. Contudo, a expectativa de que a venda se confirmasse fez os papéis da companhia disparar – e a subirem mais ainda com a venda concluída. 

Para a Oi, a venda dos ativos é extremamente importante pois ajudaria a reduzir seu enorme endividamento, além de abrir espaço para que a empresa participe do processo de consolidação do setor de telecomunicação no Brasil, comentou a Guide Investimentos. Com a venda, a companhia ganharia capacidade de investimento para participar da compra da TIM Brasil (TIMP3), movimento que vinha sendo bastante comentado no final de 2014, ou até uma fusão com a companhia. A Gafisa (GFSA3, R$ 2,17, +10,15%), que divulgou sua prévia operacional na noite de quinta-feira, também registrou alta expressiva na semana. 

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Apagão e educacionais
Já entre as maiores baixas, o grande destaque ficou para a Braskem (BRKM5, R$ 12,13, -20,46%), que ficou de longe na lanterna do índice com baixa superior a 20%, em meio aos riscos cada vez maiores de que um racionamento de energia será inevitável. A companhia possui uma demanda muito grande de energia elétrica, e com os novos rumores de racionamento e pelo temor do mercado quanto ao assunto, os papéis foram bastante afetados.

O movimento, desencadeado na segunda com o apagão em 11 estados brasileiros e o Distrito Federal evidenciou que os problemas de energia são grandes e afetou também as elétricas, que fecharam com forte queda durante a semana, com destaque para (CPFE3, R$ 16,56, -12,38%), Eletropaulo (ELET6, R$ 6,85, -11,50%), Light (LIGT3, R$ 14,15, -10,39%), Copel (CPLE6, R$ 31,66, -7,43%) e Cemig (CMIG4, R$ 11,41, -7,91%). As declarações do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de que um racionamento de energia será decretado caso o nível dos reservatórios chegue a 10%, reforçaram os temores. Em meio a crise hídrica, a Sabesp (SBSP3, R$ 13,50, -15,20%) também foi fortemente afetada esta semana e registrou a segunda maior baixa do índice. 

Entre os destaques de baixa ainda, vale ressaltar as antes “queridinhas” da Bolsa: as ações do setor de educação, que seguem em queda livre em meio aos temores com mudanças no Fies: por mais uma semana, os papéis do setor tiveram queda, com Estácio (ESTC3, R$ 16,35, -9,97%) e Kroton (KROT3, R$ 12,69, -5,23%) tendo forte baixa. E a queda foi particularmente forte na última quinta-feira, após o ministro da Educação, Cid Gomes, dizer que é melhor adotar uma linha dura do que de deixar a qualidade escapar por mais acesso às faculdades. Ele defende que os ajustes no Fies, anunciados no fim do ano passado e que tem sido um pesadelo para as empresas do setor, não é um “passo para trás”, é uma medida pensando para frente e em qualidade.

O ministro defendeu ainda a elevação da nota de corte para o acesso aos recursos do Fies. “Só vou aceitar financiar matrícula nos cursos bons, que tenham conceito excelente”. Conforme apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os presidentes das maiores companhias do setor não foram recebidos pelo Ministro da Educação ontem, mas falaram com técnicos do ministério. 

Fora do índice, a HRT é o destaque…
Fora do Ibovespa, a petroleira HRT (HRTP3), agora PetroRio, foi impulsionada pelo anúncio de sua nova marca e praticamente dobrou de valor nesta semana ao subir 97,48%, fechando a R$ 6,28. 

As ações da HRT – agora PetroRio – dispararam em meio ao anúncio da aquisição de 80% dos campos de Bijupirá e Salema da Shell, na Bacia de Campos, e do navio FPSO Fluminense, utilizado para a produção de petróleo na área, informado em fato relevante de ontem. Na quarta-feira, o Bank of America Merrill Lynch disse que esse é um bom momento para comprar as ações da companhia, mas manteve recomendação em underperform (desempenho abaixo da média) já que, para os analistas, a estratégia da companhia permanece desafiadora. 

Confira as maiores altas e baixas do Ibovespa nesta semana:

Maiores altas   Maiores quedas   
Empresa Ticker Variação Empresa  Ticker  Variação
Oi OIBR4 +41,33%  Braskem BRKM5 -20,46% 
Gafisa GFSA3 +10,15%  Sabesp SBSP3 -15,20%
Embraer EMBR3 +7,49%  CPFL CPFE3 -12,38%
Hypermarcas HYPE3 +6,05%   Eletrobras ELET6 -11,50%
Pão de Açúcar PCAR4  +5,97%  Marcopolo POMO4 -10,76%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.