HRT dispara 36% com nova marca, Petrobras sobe 6% e elétricas seguem no radar

Entre os destaques ainda estiveram os papéis da Vale, que fecharam com valorização em meio à euforia do mercado na sessão

Marina Neves

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SÃO PAULO – O dia foi de euforia para o mercado, com o Ibovespa fechando com forte alta de 2,81%, a 49.224 pontos nesta quarta-feira (21), sendo ajudado pelo otimismo na China e com notícia de que o Banco Central Europeu fez proposta de um QE (Quantitative Easing) de 50 bilhões de euros por mês. A medida busca auxiliar o crescimento da economia europeia.

Além disto, a disparada do preço do petróleo também puxou o índice, após declaração do secretário-geral da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), Abdalla Salem el-Badri, que defendeu a decisão do grupo de não cortar a produção da commodity, declarando que a queda nos preços do petróleo não irá durar muito tempo.

O dia foi de euforia para as ações da HRT, que com uma nova marca, a PetroRio, dispararam nesta sessão, além das elétricas, que voltaram ao radar do investidor na sessão, com alguns papéis como Eletrobras fechando no positivo, enquanto outras como Eletropaulo voltaram a fechar no negativo, após forte derrocada dos papéis desde terça-feira. Destaque hoje também para os papéis dos bancos, que fecharam com fortes altas.

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Confira os principais destaques da Bolsa nesta quarta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 9,46, +6,41%PETR4, R$ 9,82, +5,36%)
Em um dia de recuperação na Bolsa, as ações da Petrobras fecharam com forte alta e próximas de sua máxima do dia. O governo tem sinalizado maior autonomia nas decisões da petroleira. Hoje, uma matéria do Valor cita que a companhia terá uma ”liberdade vigiada de preços”. Em resumo, a estatal poderá ter um livre arbítrio para as próximas decisões de reajuste, mas será monitorada pelo governo.

Além disso, em comunicado ao mercado enviado hoje, a companhia afirmou que está realizando as análises necessárias para o fechamento e divulgação das demonstrações contábeis do 3º trimestre de 2014. As análises incluem “avaliação individual de ativos e projetos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na Operação Lava-Jato, inclusive a RNEST”.

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Vale (VALE3, R$ 22,08, +1,56%; VALE5, R$ 19,45, +1,25%
Enquanto isso, as ações da Vale fecharam no positivo nesta quarta puxadas por um otimismo generalizado do mercado. A retomada dos papéis deixa para segundo plano um relatório do Bank of America Merrill Lynch, que destacou que as ações da Vale seguirão pressionadas em 2015 e que os resultados dos próximos trimestres da mineradora devem ser fracos. A recomendação para os ADRs (American Depositary Receipts) é neutra. 

Os analistas Thiago Lofiego, Karel Luketic e Betina Roxo preveem que o preço do minério de ferro deva cair para US$ 60 a tonelada em algum momento em 2015 e que os preços dos metais básicos devam permanecer sobre pressão até o segundo semestre. 

Elétricas
Após medidas anunciadas, as ações do “kit apagão” fecharam divididas na Bolsa, com alguns papéis no positivo e outros com desvalorização. Entre os destaques de alta estiveram os papéis da Eletrobras (ELET3, R$ 5,41, +3,05%; ELET6, R$ 7,07, +1,00%), Light (LIGT3, R$ 14,80, +2,00%) e Energias do Brasil (ENBR3, R$ 8,90, +4,34%), embora a situação dos reservatórios do país continue dramática e que somente chuvas acima de 80% da média histórica em fevereiro, março e abril evitarão um racionamento compulsório, ressaltou a XP Investimentos nesta manhã. 

Já no negativo, se destacaram ações como Eletropaulo (ELPL4, R$ 7,90, -0,13%), Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 38,54, -3,04%) e Tereos (TERI3, R$ 1,10, -0,90%).

Entre as medidas anunciadas pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, está o reforço na produção e transferência de 300 MW de energia da usina de Itaipu para o sistema. Braga disse ainda que a abertura da ligação entre as regiões Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste vai adicionar 400 MW ao sistema. A ressincronização da usina de Angra 1 vai proporcionar um adicional entre 100 MW e 200 MW. 

Braskem (BRKM5, R$ 13,12, -0,23%)
As ações da Braskem fecharam em queda pelo terceiro pregão seguido, quando acumulam perdas de 14,5%. O movimento negativo teve início no dia do apagão que deixou diversas cidades brasileiras sem luz por alguns minutos. A companhia, no entanto, informou nesta manhã que não teve sua produção afetada pelo apagão que derrubou energia em diversos estados no Brasil na última segunda-feira.

Além disso, a empresa informou que, apesar do veto presidencial ao artigo da Medida Provisória 656/14 que previa a extensão do contrato de fornecimento de energia da Chesf com indústrias do Nordeste, o governo federal informou que discutirá alternativas com a indústria eletro-intensiva, o que deverá ocorrer até o vencimento do atual contrato, em junho de 2015. Pelo acordo em vigor, a Chesf fornece energia para a indústria a um custo abaixo do mercado, em um preço de aproximadamente R$ 100/Mwh. O contrato em especial beneficia a Braskem, Gerdau e Vale, entre outras. Sem ele, no entanto, o custo de energia poderá até triplicar. 

HRT (HRTP3, R$ 4,03, +35,89%)
As ações da HRT, com uma nova marca, a PetroRio, dispararam nesta sessão. Ontem, a companhia a
nunciou a aquisição de 80% dos campos de Bijupirá e Salema da Shell, na Bacia de Campos, e do navio FPSO Fluminense, utilizado para a produção de petróleo na área, informou a companhia em fato relevante.

Os 20 por cento restantes permanecem propriedade da Petrobras. Com o negócio, a HRT vai triplicar sua produção diária, para 30 mil barris de petróleo.

Cosan (CSAN3, R$ 25,81, +0,19%)
Depois de subir forte na véspera, as ações da Cosan fecharam com movimento de leve alta nesta quarta-feira, assim como os papéis da São Martinho (SMTO3, R$ 34,60, +0,14%), que foram beneficiados pelo anúncio da Petrobras de que irá repassar o aumento dos tributos sobre gasolina e diesel para os consumidores.

Em função da notícia, o Santander comentou na véspera que essas novas medidas irão abrir espaço para o aumento dos preços do etanol na bomba (considerando a alta dos preços da gasolina nesta), e estimou, de maneira conservadora, que o Ebtida (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Cosan Energia deve aumentar R$159 milhões, ou 4%, em 2015 e para a São Martinho deve aumentar em R$110 milhões, ou 9,5% no exercício de 2016. 

Oi (OIBR4, R$ 5,65, +10,35%)
As ações da Oi dispararam na sessão desta quarta e fecharam em sua máxima do dia. Isso um dia antes da esperada assembleia geral da holding Portugal Telecom SGPS, que decidirá sobre a venda dos ativos portugueses, e que já foi adiada duas vezes. O Conselho de Administração da PT SGPS afirmou ter divulgado toda a informação necessária para os acionistas deliberarem sobre a venda da PT Portugal à Altice na assembleia.

Na véspera, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador de Portugal, disse entender que ainda havia aspectos a esclarecer em relação à fundamentação das decisões a serem tomadas na assembleia da PT SGPS e que competia ao Conselho da empresa informar os acionistas sobre esses aspectos.

Gol (GOLL4, R$ 12,94, -0,99%)
Depois de cair quase 4% ontem, as ações da Gol voltaram a cair nesta quarta. Na véspera, o Goldman Sachs cortou a recomendação dos papéis de neutra para venda. O preço-alvo é de US$ 4,20 para as ações.

Construtoras
A Helbor (HBOR3, R$ 3,90, -0,51%) teve sua recomendação cortada de compra para neutra pelo BTG Pactual. Ontem, a companhia informou que suas vendas contratadas totalizaram R$ 362,9 milhões no quarto trimestre, diminuição de 33% na comparação com o mesmo período do ano passado, com VSO (Vendas Sobre Oferta) de 10,1% no trimestre e 30,7% no ano. Os lançamentos atingiram R$ 319,9 milhões nos últimos três meses de 2014. 

Ainda no setor, o banco cortou a recomendação das ações da Eztec (EZTC3, R$ 18,70, +0,70%) de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 25 por ação, assim como a MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,11, +0,85%), que teve sua classificação rebaixada de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 9,50. Na contramão, a Gafisa (GFSA3, R$ 2,08, +2,97%) foi elevada pelo BTG de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 3,20.

Natura (NATU3, R$ 31,95, +6,50%)
As ações da Natura se recuperaram nesta sessão em meio às notícias de que as fabricantes de cosméticos querem discutir com o governo federal as implicações do aumento da carga tributária do setor anunciado na segunda-feira. 

O governo anunciou na segunda-feira que irá alterar a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de cosméticos, equiparando os atacadistas aos produtores industriais, sem aumento de alíquota. A medida integra o mais recente pacote de mudanças fiscais, destinado a elevar a arrecadação em mais de 20 bilhões de reais em 2015. 

Segundo o analista Guilherme Assis, da corretora Brasil Plural, o governo tentará com a medida alcançar a taxação sobre a distribuição dos produtos, acabando com planejamento tributário que permitia às empresas pagar menos impostos. “O impacto é difícil de mensurar, o governo não divulgou a memória de cálculo, então precisamos ter um pouco mais de detalhes”, afirmou.

Ambev (ABEV3, R$ 17,10, +1,30%)
O Banco Fator Corretora iniciou cobertura dos papéis da Ambev. A recomendação atribuída às ações foi de equalweight (desempenho em linha com a média).

SLC Agrícola (SLCE3, R$ 14,48, +3,80%)
A SLC Agrícola teve sua recomendação elevada de neutra para overweight (desempenho acima da média) pelo JPMorgan, que atribuiu preço-alvo de R$ 24 por ação para os próximos 12 meses. 

Bancos
Os papéis dos bancos também fecharam na ponta positiva do Ibovespa na sessão desta quarta-feira em meio à euforia do mercado, com destaque para Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,53, +2,53%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,19, +2,95%) e Bradesco (BBDC3, R$ 34,65, +4,62%; BBDC4, R$ 35,29, +2,44%).

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 7,00, -0,99%)
As ações da Magazine Luiza fecharam com queda nesta quarta, em meio às falas de Joaquim Levy, ministro da Fazenda. A nova equipe econômica anunciou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos bancários domésticos (tendo a taxa de imposto de até 3,0%, passando de 1,5%), o que deixa o crédito mais restrito, de acordo com analistas.

“Desde dezembro, o governo federal tem apertado as condições de crédito, pois reduziu os subsídios em importantes linhas do BNDES e nos financiamentos imobiliários da Caixa Econômica Federal”, explica a equipe de analistas da LCA. Isto prejudica os papéis da Magazine Luiza, uma vez que os consumidores da companhia muitas vezes utilizam o crediário para realizar suas compras; com a obtenção de crédito dificultada, é mais difícil que a companhia venda seus produtos.