Petrobras salta 8%, elétricas caem e anúncio da Caixa “pega” construtoras de surpresa

Ações da estatal fecharam como maior alta do Ibovespa em meio à confirmação da divulgação do balanço e volta de rumores sobre Meirelles

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve pregão positivo nesta quinta-feira (15), puxado principalmente pelas ações da Petrobras, Vale e bancos, enquanto elétricas devolveram os ganhos da véspera. O índice encerrou a sessão com alta de 1,04%, a 48.142 pontos. Além da confirmação pela petroleira que seu balanço não auditado deve sair dia 27 de janeiro, voltaram a circular rumores de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pode assumir a presidência da Petrobras. 

Na ponta positiva do Ibovespa, figuraram as ações da Marfrig (MRFG3), que ganharam força nesta tarde depois de ter iniciado o dia em queda por conta da saída de Sérgio Rial da presidência após dois anos e meio na companhia. 

Além delas, ganhou destaque hoje o setor imobiliário depois que a Caixa Econômica antecipou e elevou as taxas de juros para financiamentos habitacionais. A expectativa era que o aumento viesse só no início de fevereiro. Entre as maiores quedas da Bolsa hoje apareceram as ações da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 6,86, -2,28%), PDG Realty (PDGR3, R$ 0,82, -1,20%). 

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Confira os principais destaques da Bolsa nesta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 9,25, +8,82%; PETR4, R$ 9,34, +6,85%
As ações da Petrobras dispararam hoje depois de comunicado divulgado ontem à noite de que a empresa deve publicar seu balanço não auditado do terceiro trimestre dia 27 de janeiro.

Ajudaram a empurrar para cima os papéis da petroleira a volta de rumores que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve assumir a presidência da empresa. Hoje, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu a dirigente da estatal, Maria das Graças Foster.

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Marfrig (MRFG3, R$ 5,15, +6,85%)
Passado o “susto” com a saída do presidente da Marfrig, Sérgio Rial, as ações da Marfrig viraram para alta nesta sessão. O movimento intensificou próximo ao final do pregão, quando atingiram alta de 8,92% na máxima do dia.

As ações da empresa passaram a subir hoje após teleconferência com Rial, que reiterou que a companhia cumprirá todos os guidances estabelecidos em 2014. Entre as metas estabelecidas sua receita líquida deve somar entre R$ 21 bilhões e R$ 23 bilhões. Durante teleconferência, Rial disse que sua saída foi motivada por conta de uma proposta para presidir o conselho de grande banco brasileiro. Especula-se que Rial vai comandar o Santander, conforme publicado na coluna do Lauro Jardim, da Veja. Para seu posto na Marfirg, assumirá Martin Secco Arias, que ocupará o cargo em 16 de fevereiro.  

Bancos
Figurando durante boa parte do pregão no positivo, as ações dos bancos viraram para queda. Destaque para os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,82, -0,88%), Bradesco (BBDC3, R$ 34,20, -0,73%; BBDC4, R$ 34,96, -1,02%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,04, -0,63%). A única instituição do Ibovespa que fechou em alta foi o Santander (SANB11, R$ 13,08, +3,48%), em meio aos rumores de que Sérgio Rial assumirá o comando do banco.   

Elétricas
Depois de fortes ganhos nos últimos dias, as ações do setor elétrico fecharam como as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira. Destaque para Eletrobras (ELET3, R$ 5,58, -3,41%; ELET6, R$ 5,58, -1,06%), Cesp (CESP6, R$ 24,85, -3,87%) e CPFL Energia (CPFE3, R$ 18,24, -2,56%).  

Construtoras
Especulações de que na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorre na semana que vem, haverá um elevação da Selic mais amena foram anuladas por mudanças nas taxas de juros para financiamentos habitacionais pela Caixa. Ou seja, os ganhos que boa parte das construtoras registravam mais cedo viraram perdas na Bolsa.  

Segundo a XP Investimentos, a notícia é ruim para o setor de construção, embora não tenha vindo nenhuma mudança para o “Minha Casa, Minha Vida”, ou seja, atendimentos em grande parte pela MRV Engenharia e Direcional. Mesmo assim, as empresas atuantes em faixas de renda superiores, principalmente acima de R$ 750 mil são prejudicadas, disse a corretora. 

Além dos papéis do setor destacados acima vale mencionar o desempenho da Eztec (EZTC3, R$ 19,30, -4,41%), Helbor (HBOR3, R$ 3,96, -2,22%) e Tecnisa (TCSA3, R$ 3,41, -1,73%), que negociam fora do Ibovespa.

Vale (VALE3, R$ 20,94, +1,16%; VALE5, R$ 18,55, +0,82%)
Depois de desabarem 8% na véspera, as ações da Vale fecharam em alta hoje mesmo após o Barclays cortou a recomendação dos papéis da mineradora de equalweight (desempenho em linha com a média) para underweight (desempenho abaixo da média). Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,34, +0,08%), holding que detém participação na Vale. Ajudou no desempenho uma leve recuperação das commodities lá fora, com o minério de ferro fechando o dia no positivo.  

Cosan (CSAN3, R$ 26,38, +5,18%)
As ações da Cosan sobem forte pelo terceiro pregão seguido, em meio às expectativas de que o governo pode voltar com a Cide para gasolina e álcool, o que tornaria o etanol mais competitivo com maiores vendas e até aumento do preço de venda da Cosan para as distribuidoras, comentou o analista Flávio Conde. Na segunda-feira, o Goldman Sachs comentou que, após forte derrocada, as ações da companhia tinham aberto uma boa oportunidade de compra, reiterando recomendação de compra.

Embraer (EMBR3, R$ 21,57, +0,79%)
As ações da Embraer subiram hoje em meio a um relatório do Credit Suisse que elevou a recomendação das ações da companhia de underperform (desempenho abaixo da média) para neutra. O preço-alvo foi elevado dos ADRs (American Depositary Receipts) da companhia foi elevado de US$ 29 para US$ 38. A revisão deve-se aos dados de entregas de aeronaves no quarto trimestre e enfraquecimento do real frente ao dólar, com a moeda americana devendo terminar o ano a R$ 2,80.  

Ambev (ABEV3, R$ 16,68, +0,06%) e JBS (JBSS3, R$ 10,53, +3,95%)
As ações da Ambev e JBS fecharam em alta hoje após o Goldman Sacks colocar as duas companhias como suas “top picks” na América Latina. Segundo os analistas, a fabricante de bebidas tem boa visibilidade para apresentar crescimento em sua receita líquida durante 2015, enquanto JBS é uma boa exposição ao câmbio, com 80% de seu lucro atrelado ao dólar, tendo baixa dependência com o consumo interno.  

Educacionais
As ações do setor de educação dão sequência ao forte movimento de queda iniciado no final do ano passado e registram desvalorização nesta sessão. Entre as maiores quedas do Ibovespa, aparecem as ações da Kroton (KROT3, R$ 12,70, -1,32%) e Estácio (ESTC3, R$ 17,00, -3,41%). Segundo operadores da XP Investimentos, o aluguel dos papéis da Kroton, Estácio e Ser Educacional (SEER3, R$ 17,70, -5,60%) têm sido fortemente demandados nos últimos dias. Usualmente, o investidor busca o aluguel de uma ação para vendê-la, posteriormente na Bolsa. 

Vale monitorar que hoje ocorreu uma reunião entre o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para discutir a situação do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). 

Multiplan (MULT3, R$ 49,80, +3,32%)
As vendas em shoppings da Multiplan no quarto trimestre foram de R$ 4,1 bilhões, alta de 11,3% na comparação anual, representando 31,8% do resultado no fechado do ano. Os ativos mais recentes da Multiplan – inaugurados desde 2012 – somaram às vendas do quarto trimestre R$ 509,2 milhões, uma contribuição 37,2% maior em relação a um ano antes. Segundo a XP Investimentos, os números da empresa foram positivos, mesmo em um cenário de desaceleração econômica. “Tanto a taxa de ocupação, quanto o crescimento nas vendas nas mesmas lojas demonstram forte crescimento da companhia”, disse. 

Cyrela (CYRE3, R$ 10,68, +1,62%)
A Cyrela teve queda nas vendas e lançamentos entre outubro e dezembro, um movimento observado desde o segundo trimestre que culminou em um recuo anual dos indicadores no fechado de 2014. Os lançamentos no quarto trimestre foram de R$ 2,26 bilhões, queda de 16,1% na comparação anual. Segundo a XP Investimentos, a prévia da companhia demonstra dificuldade do setor de construção. Mesmo com o menor número de lançamentos, as vendas apresentam uma queda acentuada, impactando negativamente o VSO (indicador que mensura a velocidade de vendas), disse.

Linx (LINX3, R$ 51,90, +2,69%)
As ações da Linx sobem hoje após relatório do Banco Fator Corretora elevar recomendação dos papéis para equalweight (desempenho em linha com a média), com preço-alvo de R$ 49. Do fechamento do dia 9 de janeiro até agora, as ações da companhia já subiram 6%. 

Senior Solution (SNSL3, R$ 9,60, +3,23%)
As ações da Senior Solution sobem forte pelo terceiro pregão seguido. Ontem, um operador do mercado disse que não havia nenhuma notícia oficial, mas que o movimento poderia ter relação com uma possível aquisição, que está nos planos da companhia. Nos últimos três dias, os papéis já subiram 22% até a máxima atingida neste pregão.  

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 1,35, -12,34%)
As ações da Brasil Pharma seguem em derrocada na Bolsa, registrando nesta sessão sua décima queda seguida – o que significa que o papel caiu em todos os pregões de janeiro. No período, a desvalorização chega a 43%, renovando sua mínima histórica.