Ibovespa inicia 2015 com queda de 3% com bancos, Vale e Petrobras

SÃO PAULO – O ano de 2015 começou, mas o Ibovespa parece ter ficado em 2014, seguindo a queda registrada no ano que passou. O índice fechou em baixa de 2,99%, a 48.512 pontos, a maior queda desde 12 de dezembro (-3,73%), após registrar queda de 2,91% no acumulado do ano passado e já estreando o novo ano na maior baixa em três semanas. O volume financeiro foi fraco, de 5,18 bilhões. 

A semana também foi de baixa para o índice, com queda de 3,25%, boa parte por conta da sessão desta sexta-feira. Apesar do fraco volume e das sessões reduzidas por conta dos feriados, o noticiário foi agitado com os PMIs (Índice de Gerente de Compras) da China e da zona do euro, que mostraram fraqueza da atividade, assim como os dados dos EUA, que não animaram. Na sessão de hoje, o mercado ainda ficou de olho na posse dos ministros do novo governo de Dilma Rousseff, um dia após ela ter tomado posse. 

Em seu discurso, Dilma defendeu o ajuste fiscal “com o menor sacrifício possível para a população” e também a Petrobras, que, segundo ela, é ameaçada por “predadores internos” e tem “inimigos externos”.

Já o recém-empossado ministro da Fazenda Joaquim Levy, quando questionado sobre possíveis pacotes econômicos, afirmou nesta sexta-feira que não trabalha com “surpresas” e que deverá aguardar a transmissão de cargo, na segunda-feira, para tomar qualquer iniciativa. Já o novo ministro do Planejamento Nelson Barbosa disse que o governo criará nova regra para o salário mínimo, mas mantendo salário real. 

Em destaque, está ainda a terceira e última prévia do Ibovespa. Entre as exclusões, estiveram a Eletropaulo (ELPL4), Cosan Logística (RLOG3) e Rossi Residencial (RSID3). Ao mesmo tempo, foi confirmada a entrada dos papéis da administradora de shopping centers Multiplan (MULT3). Tais modificações já haviam sido divulgadas na segunda prévia para o Ibovespa, conhecida em meados de dezembro.

Petrobras em queda livre
As ações da Petrobras registraram queda forte, superior a 6% nesta sessão, após abrirem em queda de 1%.  A petrolífera tem um dia agitado, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciar na terça-feira que abriu inquérito administrativo para apurar responsabilidades de administradores da Petrobras em denúncias de corrupção envolvendo a companhia. O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro não citou nomes de administradores investigados.

Enquanto isso, a Vale registrou baixa de cerca de 2,5% após os dados do PMI da China mostrarem uma desaceleração da economia do país. O PMI oficial da indústria  caiu para 50,1 em dezembro, menor nível de 2014. Bancos também registraram queda e pressionaram o índice. 

A CSN (CSNA3), que abriu como uma das maiores quedas do índice, virou e fechou em queda de 6,28%. Ela abriu em alta após anúncio de um novo programa de recompra de ações, podendo comprar até 34,6 milhões de papéis, para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento a ser realizado entre 31 de dezembro de 2014 e 31 de março de 2015, segundo comunicado enviado pela companhia na última terça-feira. 

O setor financeiro também pressionou na segunda etapa do dia, com destaque para Banco do Brasil, em queda de 5,60%. O Banco Central aprovou a parceria entre o BB e a empresa de cartões Cielo, mas proibiu o BB de lançar no balanço impacto financeiro positivo de cerca de R$ 3,2 bilhões com a operação.

Ações do setor de educação também chamaram a atenção na ponta negativa do Ibovespa, em meio a mudanças nas regras do programa de financiamento ao ensino superior Fies, com Estácio e Kroton caindo 6,88% e 3,81%, respectivamente.

O dólar encerrou a sessão de alta de 1,27%, cotada a R$ 2,6914 na compra e 2,6925 na venda. Esta alta animou as ações da Embraer (EMBR3), que estrearam 2015 com uma alta de 1,68%, a R$ 24,85. Apenas três ações fecharam em alta. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são: