Dia de folga? Petrobras, Vale e mais 10 ações devem agitar a abertura da Bolsa

Mineradora pode ter impacto negativo no mercado após PMI da China; Cemig, CSN, Sabesp e Eletrobras também estão no radar da abertura da Bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Para quem acreditava que a sessão desta sexta-feira (2) seria tranquila na Bolsa, o noticiário do feriado de ano novo mostra que podemos ter um dia bastante agitado, principalmente com as grandes do Ibovespa, como a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Vale (VALE3; VALE5). Além delas, mais 6 ações devem movimentar o início do pregão de hoje.

No caso da mineradora, o impacto deve ser negativo após a divulgação do PMI da China, anunciado nesta madrugada. O indicador medido pelo HSBC caiu para 49,6 em dezembro, contra 50 registrado no mês anterior. Esta é a primeira contração registrada nas condições operacionais da indústria desde maio.

Por lá, ainda foi divulgado um indicador semelhante, o PMI do setor industrial da China, que caiu para 50,1 em dezembro, de 50,3 em novembro, segundo a agência nacional de estatísticas. Houve uma pequena recuperação no subíndice de novas encomendas para a exportação, ao atingir 49,1, de 48,4, mas as novas encomendas gerais recuaram para 52,2, de 52,5, o que sugere que a demanda doméstica da China está se enfraquecendo.

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Petrobras
No caso da estatal petrolífera, o ano começa da mesma forma que terminou 2014, com destaque para o anúncio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que abriu inquérito administrativo para apurar responsabilidades de administradores da Petrobras em denúncias de corrupção envolvendo a companhia. O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro não citou nomes de administradores investigados.

Procuradas, a Presidência da República e a Petrobras não puderam comentar o assunto de imediato. Segundo a CVM, há seis processos administrativos “abertos para analisar questões envolvendo a Petrobras”, dos quais dois deles motivaram a abertura do inquérito.

O primeiro é o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para apurar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras para contratos de afretamento de navios e plataformas entre a empresa e a companhia holandesa SBM Offshore.

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O outro é a análise dos desdobramentos da investigação que apura denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Petrobras. Esses são crimes que estão sendo investigados no âmbito da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Vale destacar ainda que, segundo fonte ouvida pela agência Bloomberg, envolvida no maior escândalo de corrupção do Brasil, a companhia decidiu atrasar alguns projetos, incluindo uma refinaria de bilhões de dólares, afirmou uma pessoa com conhecimento direto da decisão. A estatal também congelaria pagamentos em projetos com atrasos, incluindo sondas e plataformas, completou a fonte, que pediu para não ser identificada porque a decisão ainda não é pública.

A companhia também esclareceu notícias de que seu balanço será divulgado no dia 12 de janeiro sem o relatório de revisão do seu auditor externo PricewaterhouseCoopers. “ A Petrobras nunca informou que seria no dia 12 de janeiro. Conforme divulgado em 29 de dezembro de 2014, esta divulgação ocorrerá no mês de janeiro de 2015. Com esse prazo, a Companhia atenderá suas obrigações dentro do tempo estabelecido pelos seus contratos financeiros, considerados os períodos de tolerância contratuais aplicáveis, e de modo a evitar o vencimento antecipado da dívida pelos credores”, afirmou.

Última prévia do Ibovespa
A terceira, e última, prévia do Ibovespa divulgada nesta sexta-feira confirmou a saída de três empresas do índice: Rossi (RSID3), Cosan Logística (RLOG3) e Eletropaulo (ELPL4). Apesar de não ser uma novidade, como essa nova composição do índice passa a vigorar na segunda, a sessão de hoje pode ser marcada por ajustes de fundos, o que deve pesar nestas ações. Enquanto isso, quem entra no Ibovespa é a Multiplan (MULT3).

Cemig
A empresa mineira de energia Cemig (CMIG4) informou na terça-feira que seu conselho de administração aprovou tomar medidas judiciais e administrativas para cancelar em definitivo um crédito cobrado pelo Estado de Minas Gerais relativo à uma operação realizada em 2011.

A empresa enfrenta processo administrativo no qual é cobrada pelo Estado, seu controlador, pelo pagamento da diferença entre a aplicação da taxa Selic e do IGP-M sobre o valor de Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (Afac) feito nos anos de 1995, 1996 e 1998 e devolvido pela Cemig, em 2011, atualizado pelo IGP-M.

O conselho ainda aprovou realizar depósito administrativo ou judicial no valor de 239,4 milhões de reais como uma das medidas para suspender a exigibilidade do crédito cobrado pelo Estado.

CSN
A CSN (CSNA3) iniciou um novo programa de recompra de ações, podendo comprar até 34,6 milhões de papéis, para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento a ser realizado entre 31 de dezembro de 2014 e 31 de março de 2015, segundo comunicado enviado pela companhia na última terça-feira.

Energisa
A Energisa (ENGI4) divulgou ter registrado uma receita operacional líquida consolidada, deduzida das receitas de construção, de R$ 6,665 bilhões no acumulado de 2014 até novembro, com alta de 186,2% sobre igual período do ano anterior. Os números da companhia são influenciados pela inclusão do desempenho das empresas da Rede Energia incluídos a partir de abril.

OSX
A OSX Brasil (OSXB3) – empresa do grupo EBX que está em recuperação judicial –  comunicou ao mercado uma nova extensão do acordo com a Óleo e Gás Participações referente a plataforma OSX-1. O período de testes com uso da plataforma FPSO OSX-1 no Campo de Tubarão Azul continuará até março de 2015.

Sabesp
De acordo com informações da Folha de S. Paulo e do Estado de S. Paulo, Jerson Kelmann será o novo presidente da Sabesp (SBSP3), substituindo Dilma Pena. Em entrevista à Folha, o ex-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) afirmou que o Estado tem de estar “preparado para o pior”. 

Eletrobras
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou o montante de R$ 240,883 milhões de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) que deverá ser repassado pela Eletrobras (ELET3ELET6) às distribuidoras, conforme despacho divulgado nesta sexta-feira, 02.

Desse total, a maior parte corresponde a repasses dos mês de novembro deste ano, um total de R$ 216,715 milhões. Um outro valor de R$ 17,312 milhões será destinado à Eletrobras Amazonas Energia, referente aos seis últimos meses do ano de 2012, aos 12 meses de 2013 e aos oito primeiros meses de 2014. O documento não informa o prazo limite para o repasse dos valores. Clique aqui e veja a íntegra do despacho.

(Com Reuters e Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.