Rossi vira para o negativo, educacionais despencam e MMX avança 5%; veja destaques

Petrobras oscila entre perdas e ganhos com noticiário agitado, enquanto Kroton e Estácio lideram as perdas do dia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O último pregão do ano é marcado por volatilidade dentro do Ibovespa, que após a abertura dos mercados nos EUA virou para o negativo. Enquanto isso, dentro do índice, o grande destaque segue o mesmo dos últimos dias: a Rossi (RSID3). A companhia seguia seu desempenho dos últimos pregões, chegando a subir quase 10%, mas virou durante a tarde e agora cai cerca de 15%.

Enquanto isso, na ponta negativa duas empresas de educação lideram as perdas. A Kroton (KROT3), que deve fechar 2014 como a maior alta do índice, fica na lanterna desta terça-feira (30), com queda de 5%, junto com a Estácio (ESTC3), que recua cerca de 6%. No ano, a Kroton ainda acumula ganhos de 66%, enquanto a Estácio registra alta de 19%.

Ainda entre as perdas, pesa para o Ibovespa a queda de quase 2% da Petrobras (PETR3; PETR4), enquanto a Vale (VALE3; VALE5). Confira abaixo os destaques deste pregão:

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Petrobras (PETR3, R$ 9,79, -0,81%; PETR4, R$ 10,21, -0,68%)
Com um noticiário bastante movimentado na última sessão de 2014, a Petrobras iniciou a sessão de terça-feira em leve alta, mas logo virou para leves perdas. No radar da empresa, está a divulgação de que o balanço ficará para janeiro após o pedido do hedge fund Aurelius de quebra de covenants (cláusulas de compromisso) da companhia. 

A empresa ainda anunciou o bloqueio cautelar de 23 empresas citadas nos depoimentos da Lava Jato e declarou a comercialidade de áreas no pré-sal da Bacia de Santos. 

Rossi (RSID3, R$ 3,47, -15,57%)
Após subir 15% ontem e chegar hoje a ganhos de 115% em 9 pregões, as ações da Rossi viraram para o negativo durante a tarde desta sessão e agora lideram as perdas. Na primeira metade do mês, os papéis já tinham registrado 46% de queda. Nesta sessão, a alta chegou a mais de 10%. Conforme destaca o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, este é um movimento de correção depois das fortes quedas dos papéis após o grupamento dos papéis na proporção de cinco para um. 

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Operadores da mesa de BTC da XP Investimentos comentaram na última segunda que essa arrancada recente foi por conta de um “short squeeze” nos papéis, já que, de acordo com eles, a demanda de aluguel para as ações subiu bastante nos últimos dias, enquanto os “doadores” sumiram do mercado. 

O movimento é conhecido por quem opera na ponta vendedora do mercado já que para ganhar na queda de um papel o investidor precisa primeiramente alugar a ação no BTC (Banco de Títulos CBLC) da Bovespa para depois vendê-lo no mercado. Desta forma, quando a procura por empréstimo aumenta enquanto reduz o número de “doadores”, ou seja, quem disponibiliza esse aluguel, ocorre o “short squeeze”. Sem ter como alugar o papel, os investidores precisam se desfazer de suas posições, resultando em uma forte disparada da ação.

Kroton (KROT3, R$ 15,74, -5,07%) e Estácio (ESTC3, R$ 24,08, -6,12%)
As duas companhias de educação ficam entre as maiores perdas deste último pregão de 2014 após a notícia de que a nota do Enem pode dificultar o acesso de novos alunos ao Fies, programa de financiamento estudantil. O Semesp, sindicato das instituições privadas de ensino superior, acredita que essas novas regras do MEC (Ministério da Educação) vão provocar impacto relevante para as instituições de ensino superior. As regras começam a valer em abril.

Em entrevista ao Valor Econômico, Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, afirma que cerca de 70% dos alunos que têm o Fies, financiamento estudantil do governo, estudaram em escolas públicas e por isso podem enfrentar dificuldades para atingir a pontuação mínima exigida e não zerar na redação do exame do Enem.

Elétricas
Após abrir com fortes altas, os papéis do setor elétrico perdem força e agora oscilam entre perdas e ganhos, com destaque para a Light (LIGT3, R$ 17,20, +0,23%), Cemig (CMIG4, R$ 13,33, -1,55%) e a Eletrobras (ELET3, R$ 5,90, -0,34%ELET6, R$ 8,23, +1,48%). 

O movimento ocorre em meio à notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fixou a bandeira vermelha em janeiro, o que significa um aumento de R$ 3 para cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos – exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, que não são interligados ao sistema nacional. A informação foi divulgada pelo órgão na sexta-feira passada. As bandeiras passarão a valer a partir do dia 1° de janeiro. As empresas devem arrecadar R$ 800 milhões a mais já no próximo mês.

Vale destacar ainda a informação do Valor Econômico de que o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, deve assumir a presidência da Cemig. Segundo a publicação, o primeiro escalão do novo governo estadual de Minas será anunciado amanhã. Borges é ex-presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

No noticiário de hoje da Eletrobras, a companhia destacou que estima orçamento de R$ 14,1 bilhões para investimentos em 2015, mesmo patamar que foi estimado para 2014. 

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 19,32, -1,63%)
As ações da Souza Cruz perderam força após chegarem a subir mais de 1%. No radar da companhia, está a notícia da Agência Estado de que os cigarros da marca ficarão mais caros a partir do último dia do ano em todo o País e serão mais um fator de influência de alta na inflação do começo de 2015.

O reajuste médio é de R$ 0,50 para a maioria das carteiras produzidas pela fabricante brasileira, o que representa uma alta de aproximadamente 8,50%, como confirmado pela empresa. A expectativa de analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é que o reajuste dos cigarros da Souza Cruz tenha impacto de cerca de 0,09 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro.

O aumento, que ocorre em antecipação à elevação da tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o setor de tabaco e vem sendo escalonada desde 2013, é um pouco mais da metade da última alta, que ficou na casa de 16%. O maço de Derby, que é o mais barato, vai passar de R$ 5,75 para R$ 6,25, enquanto o mais elevado (Vogue Blue, Lilás e Menthe) sairá de R$ 8,25 para R$ 8,75. Já o preço de Hollywood, um dos mais tradicionais, vai para R$ 6,50, ante R$ 6,00.

M. Dias Branco (MDIA3, R$ 93,47, +1,99%)
As ações da M. Dias Branco têm leve alta nesta sessão, após assinar protocolo de intenções com o governo do Estado de Minas Gerais para a realização de investimentos com o objetivo de instalar uma nova unidade industrial, com investimento total previsto de R$ 305,6 milhões a ser cumprido em até cinco anos.

Os estudos iniciais apontam que a planta deve ser localizada no município de Juiz de Fora. O projeto prevê que a nova planta deve iniciar com a produção de biscoitos e massas.

“Este investimento está alinhado à estratégia de crescimento da companhia especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, aproximando-se, cada vez mais, de seus mercados de consumo. A M Dias continua na busca do aperfeiçoamento de sua logística de produção no Brasil, de modo a atender a crescente demanda pelos alimentos que produz. A prioridade da companhia permanece no incremento de margem com expectativa de melhor resultado nos próximos trimestres, a despeito de um cenário, ainda desafiador. Para 2015 a empresa trabalha com reposição da inflação, mas o mercado dirá os próximos passos, e a efetiva condição de algum reajuste nos preços”, afirma a Planner.

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 14,52, -0,55%
As ações da Marisa se recuperaram após abrir em queda de 4,11% e operam próximas à estabilidade. No radar da empresa, está a notícia de que ela teria 
depositado R$ 3,2 milhões em conta de uma doleira investigada pela Operação Lava Jato por supostas lavagens de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior. As informações são do jornal Valor Econômico

Segundo o jornal, a PF (Polícia Federal) suspeita que a Choco Bijoux Comércio de Roupas e Acessórios do Vestuário Ltda. seja uma das empresas utilizadas como fachada pela doleira Nelma Kodama, que foi condenada a 18 anos de prisão por evasão de divisas após movimentar R$ 221 milhões em dois anos. Nelma teria dado suporte às operações de Alberto Yousseff. 

Segundo o jornal, foram transferidos de contas da Marisa cerca de R$ 3,29 milhões para a Choco Bijoux de junho de 2009 a maio de 2014. A conta da Choco Bijoux recebeu no Bradesco, no mesmo período, cerca de R$ 16,67 milhõesem créditos e movimentou um total de R$ 33,36 milhões.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,74, +5,71%)
As ações da MMX têm ganhos superiores a 5%. No radar da companhia, está a notícia de que a sua subsidiária MMX Sudeste Mineração, que está em processo de recuperação judicial, apresentou o seu plano à 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte (MG). O laudo de avaliação anexado ao plano destaca que os ativos em recuperação somam valor de R$ 122 milhões em patrimônio.  

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.