Petrobras suspende negócios com 23 empresas citadas na Lava Jato; confira mais 7 notícias

Companhia ainda anunciou que balanço do terceiro trimestre será revelado só em janeiro; Sabesp, Eucatex, M. Dias Branco e outras agitam mercado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A última sessão do ano promete ser bastante movimentada, principalmente pelo intenso noticiário da Petrobras (PETR3;PETR4). Após o hedge fund Aurelius ter sinalizado que a Petrobras teria até ontem para divulgar o seu balanço, com o risco de ocorrer um default técnico caso isso não ocorresse, a estatal informou na noite de segunda-feira que vai divulgar em janeiro do próximo ano o balanço do terceiro trimestre de 2014, sem o relatório de revisão do seu Auditor Externo PricewaterhouseCoopers (PwC), depois de adiamentos do resultado relacionados à operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na estatal.

“Com esse prazo, a companhia estará atendendo suas obrigações dentro do tempo estabelecido pelos seus contratos financeiros, considerados os períodos de tolerância contratuais aplicáveis, e de modo a evitar o vencimento antecipado da dívida pelos credores”, afirmou a estatal.

A empresa disse ainda que está revisando seu planejamento para 2015, implementando “uma série de ações voltadas para a preservação do caixa, de forma a viabilizar seus investimentos sem a necessidade de efetuar novas captações, tomando por premissas taxa de câmbio de R$2,60/US$ e preço médio do brent em 2015 de US$70/bbl”.

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“Tais medidas incluem a antecipação de recebíveis, a redução do ritmo dos investimentos em projetos, a revisão de estratégias de preços de produtos e a redução de custos operacionais em atividades ainda não alcançadas pelos programas estruturantes”, disse a empresa em comunicado.

Em 13 de dezembro, a Petrobras adiou pela segunda vez a divulgação dos resultados, esperada inicialmente para o início de novembro, por conta da Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção em obras da estatal, envolvendo empreiteiras e pagamentos ilegais a políticos, que levou auditores independentes a se negarem a assinar o balanço do terceiro trimestre. A estatal diz que segue aprimorando sua governança e melhorando seus controles internos e “reafirma que está empenhada em divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre revisadas pela PwC assim que possível”.

Ainda no radar da companhia, a petroleira anunciou que as 23 fornecedoras citadas na operação Lava Jato da Polícia Federal como integrantes de um cartel “serão temporariamente impedidas de serem contratadas e de participarem de licitações da estatal”.   

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A petroleira também informou, em outro comunicado, que os escritórios de advocacia contratados para conduzirem uma investigação independente sobre o suposto esquema de obras superfaturadas identificaram possível existência de relação entre os fatos que estão sendo apurados com a Petros, fundo de pensão dos empregados da companhia.

“Sendo assim, as investigações pelos escritórios independentes foram estendidas à Petros, conforme aprovado pelo Conselho Deliberativo da Fundação”, disse a empresa.

No caso das fornecedoras mencionadas na Lava Jato, a diretoria da Petrobras decidiu em reunião nesta segunda-feira criar comissões para análise de aplicação de sanção administrativa e o bloqueio cautelar.

As fornecedoras são Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Engenharia, GDK, Iesa, Jaraguá Equipamentos, Mendes Junior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC. 

“A adoção de medidas cautelares, em caráter preventivo, pela Petrobras tem por finalidade resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos à sua imagem”, disse a estatal, acrescentando que “notificará as empresas do bloqueio cautelar e respeitará o direito ao contraditório e à ampla defesa”.  

As 23 fornecedoras foram citadas como participantes de cartel nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, bem como nos depoimentos prestados no âmbito do acordo de delação premiada dos executivos Julio Gerin de Almeida Camargo, do Grupo Toyo, e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do Grupo Setal, segundo informou a Petrobras.

Por fim, está a notícia de que a empresa apresentou à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as declarações de comercialidade das acumulações de petróleo e gás das áreas de Iara e Entorno de Iara, localizadas no pré-sal da Bacia de Santos.

“Os volumes recuperáveis estimados totais desses campos superam 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), comprovando o alto potencial das acumulações”, informou a empresa em comunicado.

Banco Pan
O Banco Pan (BPAN4) concluiu a alienação da totalidade da participação que detinha na Pan Seguros e Pan Corretora, segundo comunicado publicado na segunda-feira.

A participação que o Banco Pan detinha na Pan Seguros foi vendida à BTG Pactual Seguradora e a fatia na Pan Corretora ao BTG Pactual e à Caixa Participações (Caixapar).

A Caixapar permaneceu como controladora da Pan Seguros, segundo fato relevante publicado por Banco Pan, BTG Pactual e Caixa Participações. O Banco Pan deixou de ser acionista da Pan Seguros e da Pan Corretora, disse o documento. A operação de venda foi anunciada em agosto no valor combinado de 580 milhões de reais. O Banco Pan é controlado pelo BTG Pactual e pela Caixapar, braço de participações da Caixa Econômica Federal.

M. Dias Branco
A M. Dias Branco (MDIA3) assinou ontem um protocolo de intenções com o governo do Estado de Minas Gerais para a realização de investimentos com o objetivo de instalar uma nova unidade industrial, com investimento total previsto de R$ 305,6 milhões a ser cumprido em até cinco anos.

Os estudos iniciais apontam que a planta deve ser localizada no município de Juiz de Fora. O projeto prevê que a nova planta deve iniciar com a produção de biscoitos e massas.

Energias do Brasil
A EDP Renováveis (EDPR) chegou a um acordo com a CWEI-Brasil, uma subsidiária da China Three Gorges, assinando a venda de 49% do capital social de parques eólicos em operação e em desenvolvimento no Brasil. 

Segundo a EDP, na aquisição da participação acionista de 49% nos parques eólicos em operação em desenvolvimento, “a CWEI-Brasil vai investir um total de 364,8 milhões de reais [111 milhões de euros], incluindo R$ 100,8 milhões [30,6 milhões de euros] em contribuições de co-investimento futuro estimados para os projectos actualmente em desenvolvimento”.

Eucatex
A Eucatex (EUCA3) informou na noite de segunda-feira (29) que o bloqueio do pagamento dos juros sobre capital próprio da companhia estão mantidos e que seus “advogados estão tomando as medidas judiciais necessárias para o cancelamento do bloqueio”. Essa não é a primeira vez que a empresa vê seus proventos bloqueados pela justiça.

Em maio deste ano, a companhia da família Maluf foi impedida de distribuir R$ 18,3 milhões em dividendos que seriam pagos aos acionistas. Na época, o bloqueio se deu a uma determinação da 7ª Vara Federal de Execuções Fiscais de São Paulo.

Naquela mesma data, em resposta à BM&FBovespa, a empresa disse que foi surpreendida em virtude de ter se adiantado e ofertado inúmeras garantias à exequente, mas que iria recorrer da decisão.

Souza Cruz 
Segundo informações da Agência Estado, os cigarros da marca Souza Cruz (CRUZ3) ficarão mais caros a partir do último dia do ano em todo o País e serão mais um fator de influência de alta na inflação do começo de 2015. O reajuste médio é de R$ 0,50 para a maioria das carteiras produzidas pela fabricante brasileira, o que representa uma alta de aproximadamente 8,50%, como confirmado pela empresa. A expectativa de analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é que o reajuste dos cigarros da Souza Cruz tenha impacto de cerca de 0,09 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro.

O aumento, que ocorre em antecipação à elevação da tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o setor de tabaco e vem sendo escalonada desde 2013, é um pouco mais da metade da última alta, que ficou na casa de 16%. O maço de Derby, que é o mais barato, vai passar de R$ 5,75 para R$ 6,25, enquanto o mais elevado (Vogue Blue, Lilás e Menthe) sairá de R$ 8,25 para R$ 8,75. Já o preço de Hollywood, um dos mais tradicionais, vai para R$ 6,50, ante R$ 6,00.

Multiplus
A Multiplus (MPLU3) aprovou ontem a compra da participação da Aimia na Prismah Fidelidade.

A companhia ressalta que as partes continuam a manter a relação comercial em curso,
sendo certo que, nos termos do Term Sheet, a “companhia passará a deter o direito de
comercializar e promover no Brasil a plataforma de fidelidade da Aimia, uma das
líderes globais no mercado de fidelização”. 

Sabesp
A Sabesp (SBSP3) convocou AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para eleger Benedito Pinto Ferreira Braga Junior para ocupar o cargo de membro e presidente do Conselho de Administração da Companhia, com mandato a se encerrar conjuntamente com o mandato dos atuais membros do Conselho de Administração, em abril de 2016. A assembleia será realizada dia 29 de janeiro. 

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.