Rossi chega a 95% de alta em 8 pregões; elétricas e Vale também sobem

SÃO PAULO – Em mais uma sessão de volume fraco, o Ibovespa fechou em alta, ganhando força durante a tarde, encerrando esta segunda-feira (29) a 50.601 pontos, alta de 0,91%. Das 70 ações que compõem o índice, apenas 6 tiveram perdas de mais de 1%, enquanto 17 papéis registraram ganhos de mais de 2%.

Mais uma vez o destaque ficou com as ações da Rossi, que disparam nos últimos 8 pregões até a máxima de hoje 95%. Nesta sessão, a companhia mais uma vez liderou o índice com folga ao registrar alta de mais de 15%. Seguindo a construtora, as elétricas Eletrobras e Cemig também ficaram entre as maiores altas ao subirem em meio à adoção do sistema de bandeiras, que cobrará a mais a cada acréscimo de 100 quilowatts-hora (kWh).  

Do lado negativo, as ações da Oi tiveram leve recuperação após chegarem a cair quase 6%, mas ainda acumulam no mês uma queda de 37%. Fora do índice, a MMX Mineração (MMXM3) disparou 20% sem nenhum motivo aparente, enquanto as ações da BR Insurance voltou aos destaques negativos após três sessões de “alívio” depois das quedas praticamente ininterruptas desde metade do mês passado, período em que acumulam queda de 56% (do fechamento do dia 11 de novembro até esta sessão).

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sessão:  

Petrobras (PETR3, R$ 9,87, +0,20%; PETR4, R$ 10,28, -0,19%) 
Depois de abrirem em queda, as ações da Petrobras viraram para alta depois de desabarem na última sexta-feira. A estatal informou que sua produção total de petróleo e gás registrou 2,556 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), contra 2,579 milhões do mês anterior.

A empresa afirmou que, conforme planejado, foram executadas paradas para manutenção de algumas plataformas em novembro, como da P-43, da PMXL-1 e dos FPSOs Cidade de Angra dos Reis e Cidade de Paraty, mas que as unidades já voltaram a produzir.

Ainda sobre a estatal, a companhia disse que não foi informada pelo acionista controlador, a União, da intenção de alteração na composição do seu conselho de administração nem da diretoria executiva da empresa. Também no comunicado, a estatal ressaltou que o conselho de administração é composto por dez membros, sendo sete indicados pelo acionista controlador. No último pregão, as ações da companhia encerraram em queda de 6%. 

Vale (VALE3, R$ 22,11, +1,98%; VALE5, R$ 19,32, +0,57%)
A Vale registrou nesta segunda-feira sua sexta alta nos últimos oito pregões, período em que acumula valorização de 21%. Acompanham o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 14,34, +2,94%), holding que detém participação na mineradora. 

Elétricas
Os papéis do setor elétrico tiveram nova alta nesta sessão, com a Eletrobras (ELET3, R$ 5,92, +1,02%; ELET6, R$ 8,11, +2,92%) liderando novamente os ganhos do Ibovespa. Na sexta-feira, as ações da companhia subiram mais de 4%. Essa é a sexta valorização em sete pregões da companhia. Na sequência, apareciam os papéis da Cemig (CMIG4, R$ 13,54, +4,04%) e Cesp (CESP6, R$ 26,86, +0,56%). 

O movimento ocorre em meio à notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) fixou a bandeira vermelha em janeiro, o que significa um aumento de R$ 3 para cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos – exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, que não são interligados ao sistema nacional. A informação foi divulgada pelo órgão na sexta-feira passada. As bandeiras passarão a valer a partir do dia 1° de janeiro. As empresas devem arrecadar R$ 800 milhões a mais já no próximo mês.

Vale destacar ainda a informação do Valor Econômico de que o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, deve assumir a presidência da Cemig. Segundo a publicação, o primeiro escalão do novo governo estadual de Minas será anunciado amanhã. Borges é ex-presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

Rossi (RSID3, R$ 4,11, +15,13%)
As ações da Rossi seguem em disparada desde o fechamento de 15 de dezembro, quando acumulam valorização de 92%. Neste momento, os papéis operam na máxima do dia. O movimento ocorre depois da queda de 46% na primeira parte do mês.

Operadores da mesa de BTC da XP Investimentos comentaram que essa arrancada recente foi por conta de um “short squeeze” nos papéis, já que, de acordo com eles, a demanda de aluguel para as ações subiu bastante nos últimos dias, enquanto os “doadores” sumiram do mercado. 

O movimento é conhecido por quem opera na ponta vendedora do mercado já que para ganhar na queda de um papel o investidor precisa primeiramente alugar a ação no BTC (Banco de Títulos CBLC) da Bovespa para depois vendê-lo no mercado. Desta forma, quando a procura por empréstimo aumenta enquanto reduz o número de “doadores”, ou seja, quem disponibiliza esse aluguel, ocorre o “short squeeze”. Sem ter como alugar o papel, os investidores precisam se desfazer de suas posições, resultando em uma forte disparada da ação.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 16,85, +0,54%)
As ações da Hypermarcas tiveram leve alta hoje. O BB Investimentos iniciou nesta segunda-feira cobertura dos papéis da companhia com outperform (desempenho acima da média) e preço-alvo de R$ 23,80. 

JBS (JBSS3, R$ 11,42, +4,39%)
Mesmo tendo sua recomendação rebaixada pelo JPMorgan, a JBS viu suas ações ficarem entre as maiores altas do dia. Os analistas do banco de investimentos cortaram de overweight (desempenho acima da média) para neutra a classificação em meio a uma combinação de expectativas reduzidas para a empresa e potencial de alta limitado para a ação.

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 0,48, +20,00%)
As ações da Forjas Taurus voltaram a disparar hoje depois de terem subido 14% na última sexta-feira. Vale mencionar que nos últimos dias, o diretor-presidente da companhia, André Balbi, garantiu que a companhia é um bom investimento para o futuro e que está se preparando para quitar suas dívidas no próximo ano.