JBS cai até 18% com rumor sobre Lava Jato e Petrobras fecha na máxima do dia

No radar ainda estiveram os papéis da Oi, que fecharam com perdas de 10% no dia de seu grupamento

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Com volume reduzido devido à semana mais curta de Natal, a segunda-feira (22) voltou a ser de volatilidade para a Bolsa, com o Ibovespa fechando com alta de 0,21%, a 49.755 pontos, após ter chegado a queda de 1,10% em sua mínima do dia. Entre os destaques hoje estiveram os papéis da JBS, que fecharam liderando as perdas do índice após terem chegado a cair 18% hoje em meio à notícia do Valor de que a companhia estaria envolvida com os casos de corrupção na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

Os papéis da estatal petrolífera, no entanto, fecharam entre os ganhos do Ibovespa nesta sessão, mesmo após terem aliviado a alta de mais cedo após a presidente Dilma Rousseff declarar que não acredita ser necessário o afastamento da atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Entre os ganhos do índice ainda estiveram os papéis dos bancos Bradesco (BBDC3, R$ 35,23, +1,67%; BBDC4, R$ 35,90, +0,84%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,04, +0,69%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,57, +0,90%), que assim como explica João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, pela liquidez reduzida, qualquer movimentação com os papéis podem influenciar em seu desempenho.

Ainda no positivo, destaque para as ações do setor elétrico Eletrobras (ELET3, R$ 5,63, +1,26%; ELET6, R$ 7,37, +5,14%) e Cemig (CMIG4, R$ 12,70, +4,61%), além das imobiliárias PDG Realty (PDGR3, R$ 0,85, +3,97%) e BR Properties (BRPR3, R$ 10,61, +5,05%). Sobre a BR Properties, a empresa teve a recomendação dos seus papéis elevada para neutra hoje pelo Goldman Sachs. 

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Os papéis da Oi, no entanto, fecharam a sessão no vermelho no dia de seu grupamento. De acordo com o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, os papéis seguem repercutindo notícias do setor, como a possível fusão entre ela e a TIM, que deverão se reunir no dia 12 de janeiro. No entanto, ele explica que o grupamento deve ajudar a aliviar a grande volatilidade dos papéis, mas caso o cenário para o setor de telecomunicações permaneça negativo, o grupamento deve abrir ainda mais espaço para as quedas.

Confira os principais destaques da Bolsa nesta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 9,91, +4,98%; PETR4, R$ 10,32, +4,98%)
As ações da Petrobras fecharam entre os ganhos do Ibovespa, após terem chegado a cair mais de 1% na sessão em meio à fala da presidente Dilma Rousseff nesta manhã, quando declarou que não será necessária a demissão da atual CEO da Petrobras, Maria das Graças Foster. Mais cedo, a estatal chegou a subir 3% na Bovespa, quando ainda eram influenciados pela declaração da Arábia Saudita de que confia na recuperação da commodity.

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No radar da estatal, a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca disse, em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, ter informado pessoalmente à presidente da estatal Graça Foster sobre as irregularidades em diversos contratos da companhia. Venina disse ter percebido as irregularidades em 2008 e que, desde então, reportou problemas aos superiores, entre eles o gerente-executivo, diretores e a atual presidente. A ex-gerente enviou os documentos com as denúncias ao Ministério Público. Maria das Graças Foster, poderá ser convocada a prestar depoimento aos investigadores da força-tarefa da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que apura conluio entre empreiteiras, políticos e funcionários da estatal para desviar bilhões de reais da companhia.

Vale (VALE3, R$ 21,37, -0,93%VALE5, R$ 18,65, -0,69%)
As ações da Vale fecharam em queda nesta sessão depois de ter subido pouco mais de 8% na última sexta-feira e terminando na sua melhor semana desde fevereiro de 2009. Essa é a primeira queda do papel após quatro dias seguidos de ganhos. 

BRF (BRFS3, R$ 63,59, -1,26%)
As ações da BRF fecharam em queda hoje após subirem forte na sessão anterior em meio ao anúncio do programa de recompra de até R$ 1 bilhão de ações com o prazo de até 89 dias e à criação da joint venture com a Indofood Suskes Makmur, da Indonésia. Segundo o Banco Espírito Santo, o anúncio da joint venture é um positivo passo para o processo de internacionalização da companhia, especialmente porque os analistas não veem muito espaço para crescimento doméstico em meio a um ambiente econômico desafiador em 2015. Apesar disso, o banco mantém recomendação de venda para as ações, citando que os papéis estão “caros”. 

Usiminas (USIM3, R$ 12,00, -2,04%; USIM5, R$ 5,22, -0,19%)
Depois de forte disparada iniciada nos primeiros dias de dezembro, as ações ordinárias da Usiminas seguiram em correção na Bolsa desde a última sexta-feira. Os papéis da siderúrgica ganharam força em meio à briga entre Nippon e Ternium na Justiça por conta da destituição do CEO e mais dois executivos da empresa, o que alimenta a expectativa do mercado de que uma das duas partes possa vender sua fatia no bloco de controle. Com isso, os papéis ordinários ganham maior visibilidade por causa do “tag along”. Quando uma das partes societárias da companhia vender sua posição, os minoritários da Usiminas poderão receber 80% do valor da oferta, percentual este definido pela própria empresa. Por esta razão, as ações ordinárias subiram 96% do dia 1° de dezembro até o fechamento da última quinta-feira, enquanto as preferenciais avançaram apenas 2,78% no período.

JBS (JBSS3, R$ 11,23, -8,18%)
Depois de caírem 18% na mínima do dia, as ações da JBS amenizaram as perdas mas lideraram a ponta negativa do Ibovespa em meio à reportagem do Valor de que a empresa poderia estar envolvida na lista da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras. A companhia, no entanto, negou a notícia por volta das 13h (horário de Brasília), por meio de comunicado divulgado ao mercado (quando os papéis figuravam próximos a mínima do dia). A partir do momento que foi divulgado o resultado até agora, as ações do frigorífico subiram 9,58%.

Uma matéria do Valor desta manhã apontou que o frigorífico fez depósitos em contas investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, da Petrobras. Segundo a publicação, a companhia creditou R$ 800 mil em duas contas correntes de uma empresa fantasma investigada na operação. 

De acordo com a JBS, os pagamentos citados na matéria do Valor são oriundos de um contrato de aquisição da unidade industrial em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, um Centro de Distribuição em São José dos Pinhais no Paraná e um outro Centro de Distribuição em Itajaí, Santa Catarina, cujos vendedores eram Tiroleza Alimentos Ltda., Ademar Marquetti de Souza, Paulo Roberto Sanches Cervieri e Rodo GS Transportes e Logística Ltda.. Os pagamentos referentes a aquisição foram feitos nas contas bancárias indicadas pelos vendedores, sendo que a Rodo GS indicou em 2012 as contas correntes que neste momento são objeto da investigação citada na matéria.

Oi (OIBR3, R$ 10,30, -10,43%OIBR4, R$ 9,50, -5,00%)
A Oi fechou com forte queda hoje após suas ações terem sido agrupadas, conforme aprovação em reunião de novembro, na proporção de 10 para 1. Com o grupamento, o capital social da Oi passou a ser representado por 858.472.010 ações, sendo 286.155.319 ações ordinárias e 572.316.691 ações preferenciais. Transcorrido o prazo estabelecido para o ajuste das posições por parte dos acionistas, ou seja, a partir de hoje, as ações representativas do capital social da companhia passarão a ser negociadas exclusivamente grupadas na proporção resultante do grupamento das ações.

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,05, +19,61%)
Depois de forte queda desde início de novembro, quando a ação praticamente caiu ininterruptamente até sexta-feira, as ações da BR Insurance tiveram forte ganhos nesta sessão. Os papéis buscaram amenizar a queda de 65% do papel de novembro até o último dia 19, quando fecharam na sua mínima histórica.