Ibovespa sobe 2,4% e tem primeira semana de alta no mês; Vale dispara 8%

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou a semana em alta de 3,44%, a primeira depois de três semanas consecutivas de queda. Dia é de alta do petróleo e tranquilidade nas bolsas internacionais. Mercado ainda repercute fala do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmando intenção do BC de levar a inflação de volta ao centro da meta e de que o País pode fazer um combate melhor ao aumento dos preços. O índice fechou em alta de 2,38%, a 49.650 pontos, enquanto o dólar à vista fechou estável a R$ 2,6574. O volume financeiro negociado foi de R$ 5,744 bilhões. 

Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 9,44, +4,66%; PETR4, R$ 9,83, +3,91%) subiram seguindo o movimento de recuperação e com a alta dos preços de petróleo. No radar do mercado, destaque ainda para os rumores de que Rodolfo Landim está sendo cotado para assumir a presidência da petrolífera.

Do lado negativo, cinco empresas fornecedoras de equipamentos e serviços para a petroleira tiveram sua nota rebaixada pela S&P devido aos escândalos de corrupção nos contratos com estas companhias. As empresas são: Odebrecht Offshore Drilling Finance, Odebrecht Óleo e Gás,QGOG Constellation, Sete Brasil Participações e Schahin II Finance.  

Mas o verdadeiro destaque ficou com as ações da Vale (VALE3, R$ 21,57, +8,07%; VALE5, R$ 18,78, +8,24%) que tiveram alta forte com pressão compradora vinda principalmente de investidores estrangeiros. O maior comprador nesta tarde foi o Bank of America, em um pregão marcado pela alta do minério de ferro. Ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,52, +7,81%), que tem a maior parte de sua carteira na mineradora, também subiram com força.

Na agenda interna fica a divulgação do IPCA-15, que acelerou a alta a 0,79% em dezembro pressionado por alimentos e transportes. No ano, a prévia da inflação oficial subiu para 6,46%, próximo do teto da meta estabelecida pelo governo. 

Destaques
As ações da Gol (GOLL4, R$ 14,08, +2,40%) voltaram a subir. Ontem, os papéis da companhia dispararam 6,6%. Nesta manhã, o Credit Suisse elevou a recomendação das ações para outperform (desempenho acima da média), com preço-alvo de R$ 20, seguindo movimento do Bank of America Merrill Lynch, que ontem elevou a classificação para compra. Em relatório, os analistas do Credit afirmaram que apesar das ações da empresa já terem andado com o recuo das cotações do petróleo, há espaço para mais. Eles avaliam que a empresa conta hoje com uma combinação de oferta/demanda balanceada, petróleo baixo e esforços da diretoria para melhorar a receita unitária e manter o custo (cask) excluindo combustível sob controle.

Quem também teve desempenho positivo foram os papéis da BRF (BRFS3, R$ 64,40, +4,72%) subiram forte hoje após o conselho de administração da companhia aprovar uma recompra de até R$ 1 bilhão de ativos de emissão da companhia. De acordo com o comunicado, a quantidade de ações em “free float” (em circulação no mercado) é de 867.284.349 ações, sendo que o plano tem prazo de até 89 dias contados a partir do dia 5 de janeiro do ano que vem. As operações serão realizadas com intermédio da Bradesco Corretora e Itaú Corretora.

Segundo a XP Investimentos, a empresa pode estar receosa se Abilio Diniz vai vender ou não sua participação na companhia após ele ter se tornado sócio do Carrefour Brasil. Isso porque caso o empresário decida vender suas ações, pode gerar uma forte pressão vendedora, dado que ele possui atualmente mais de 24 milhões de papéis da companhia, que representa algo em torno de R$ 1,48 bilhão, montante menor do que ele possui agora no Carrefour e próximo ao valor anunciado na recompra. 

Além da recompra, a companhia anunciou hoje a criação de uma joint venture com a Indofood Suskes Makmur, da Indonésia. As companhias terão participação igual (50%) na joint venture e investirão conjuntamente cerca de US$ 200 milhões nos próximos três anos.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Semana
Na segunda-feira (19), as ações da Petrobras caíram quase 10%, puxando o índice para uma queda de 2,05%, tendo sua quinta queda em seis pregões. A derrocada do índice começou depois que investidores começaram a exercer o vencimento das opções, o que inflou o volume negociado no pregão para mais de R$ 10 bilhões. 

Já na terça (20), o índice fechou em leve queda de 0,02%, a 47.008 pontos após aumento dos juros na Rússia de 10,5% para 17%, que fizeram o DI para janeiro de 2016 subir até 80 pontos-base no começo da sessão. Alguns agentes do mercado esperam que o Brasil entre em uma “guerra de juros” com os russos para impedir a fuga de capitais aqui diante da maior rentabilidade dos títulos no país europeu. 

Na quarta (21), o pregão foi de vencimento do contrato para dezembro do Ibovespa Futuro, causando um movimento de “Cash Carry”, um movimento em que o investidor compra a carteira do Ibovespa à vista e vende o Futuro, para ganhar na arbitragem, uma vez que o normal é que os dois andem juntos. Como o contrato para fevereiro do Ibovespa está mais alto que o índice à vista, os ganhos com esta operação são possíveis. O índice fechou em alta de 3,63%, a 48.713 pontos, enquanto o dólar caiu 1,23%, a R$ 2,7018. 

Por fim, na quinta-feira (22), descolado do exterior, o benchmark afundou no final do pregão com rumores de volta da CPMF diante de declaração de deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS). Com isso, o índice encerrou em queda de 0,45%, a 48.485 pontos após dois dias de alívio em meio à forte baixa registrada desde o final de novembro.