Ibovespa tem 5ª queda em 6 pregões e atinge os 47 mil pontos; Petrobras cai 10%

Em dia de vencimento de opções, as ações da Petrobras caíram perto de 9%, chegando a 24% de queda em seis sessões

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa começou o dia positivo, mas fechou em queda nesta segunda-feira (15) mostrando que a tendência do benchmark deve continuar. Puxado pelo desempenho das ações da Petrobras, que fecharam na mínima do dia em queda de quase 10%, o índice caiu 2,05%, a 47.018 pontos, tendo sua quinta queda em seis pregões. Ao mesmo tempo, o dólar disparou novamente, com variação positiva de 1,29%, a R$ 2,6853, testando os R$ 2,70 mais cedo. Com isso, o índice se aproxima cada vez mais do fundo do ano, atingido em março, aos 45 mil pontos

A derrocada do índice ocorreu após o início do exercício das opções com vencimento hoje. O volume da sessão somou R$ 10,939 bilhões, inflado pelo das opções, que somaram R$ 3,58 bilhões, segundo informações da Reuters.

Aqui, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) teve um recuo inesperado de 0,26% em outubro ante o mês anterior. O resultado do IBC-Br ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (+0,28%) e fora do intervalo das estimativas (zero a +0,53%).

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Enquanto isso, o relatório Focus com previsões de economistas para os principais indicadores macroeconômicos surpreendeu ao reduzir a projeção da Balança Comercial em 2014 de zero para um déficit de US$ 1,6 bilhões. É a primeira vez neste ano em que as apostas são de que as exportações tenham sido inferiores às importações. Além disso, novamente, o Focus mostrou uma redução na previsão de crescimento do PIB, saindo de 0,18% na semana passada para 0,16% hoje.

Bolsas internacionais
A queda forte do pregão de hoje já havia se inciado com a abertura das bolsas norte-americanas. Como o peso do investidor estrangeiro é muito forte na Bovespa, principalmente via fundos de investimento, a abertura das bolsas nos Estados Unidos costuma ser essencial para que os investidores consolidem posições de compra ou de venda de ativos. Em dias de poucos drivers internos como hoje, o fenômeno é ainda mais forte.

Os principais índices dos EUA tinham queda nesta segunda após dados da atividade industrial no Estado de Nova York, que mostrou retração pela primeira vez em quase dois anos, de acordo com a pesquisa Empire State do Federal Reserve de Nova York divulgada nesta segunda-feira. 

Continua depois da publicidade

O índice de condições gerais caiu para -3,58 em dezembro, ante leitura de 10,16 em novembro, entrando em território negativo pela primeira vez desde janeiro de 2013. A mediana das expectativas dos analistas era de uma leitura de 12,4 este mês. Lembrando que leituras acima de zero indicam expansão.

Outro fator que derrubava as bolsas internacionais era a nova queda do petróleo, que chegou a ameaçar um repique pela manhã, mas que voltava a cair, fazendo virar para baixa as bolsas europeias, junto com preocupações com o crescimento da economia global. 

Semana de queda
Segundo o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo, a leve recuperação de hoje de manhã já não indicava um movimento de melhora para o Ibovespa. “Não vemos um dado que possa alterar esse cenário de queda no curto prazo”, disse. Pelo contrário, o economista enxerga ainda mais dificuldade à frente na semana com a reunião do FOMC (Federal Open Market Comittee), que, segundo ele, deve mudar o tom dos últimos encontros, sugerindo um aumento dos juros mais rápido nos Estados Unidos. 

Continua depois da publicidade

Além disso, os preços dos futuros do petróleo provavelmente continuarão em trajetória de queda, puxando para baixo as bolsas no mundo todo. Crespo vê como ameaça à continuidade do repique que foi ameaçado hoje de manhã, a divulgação, às 23h45 desta segunda, de dados da indústria na China, que, segundo previsões de analistas, devem confirmar a desaceleração da segunda maior economia do mundo. 

Petrobras e Vale
Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 8,52, -9,94%; PETR4, R$ 9,18, -9,20%) viraram para queda, em meio às revisões do Credit Suisse para os ADRs da companhia de US$ 14,00 para US$ 7,30. Embora ainda não passe de especulação, o mercado já espera por uma demissão da presidente da petroleira, Maria das Graças Foster, com a entrada de um nome menos ligado à política do governo atual do que os já ventilados Luciano Coutinho e Jaques Wagner. Se confirmada a queda forte hoje, as ações preferenciais da empresa cairão 24% em seis pregões. 

Entre os principais drivers negativos do dia está o adiamento da divulgação do balanço não auditado da Petrobras, que agora só deve sair em janeiro do ano que vem. Afetada por denúncias de corrupção em contratos com empreiteiras e suspeitas de desvios de dinheiro para pagamento de propinas a empresários e políticos, a estatal sofre uma crise ímpar em sua história, sendo processada por acionistas aqui e nos Estados Unidos.

Publicidade

As ações da Vale (VALE3, R$ 18,69, -1,16%; VALE5, R$ 16,00, -1,30%), que vêm sendo fortemente penalizadas pela derrocada do minério de ferro, voltaram a cair nesta sessão após abertura em alta. Os papéis da companhia mostravam valorização em meio ao movimento de alta da commodity hoje. Acompanharam o movimento, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 11,56, -1,20%), holding que detém participação na Vale. 

Hoje, após cortar o preço-alvo dos papéis da estatal Petrobras, o Credit Suisse também cortou o preço-alvo para os ativos da Vale.

Com a abertura dos Estados Unidos, o Ibovespa passou a cair e, juntamente, papéis que vinham de movimento de leve recuperação, como os bancos, fecharam em queda. Destaque para as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,11, -4,82%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,03, -2,13%) e Bradesco (BBDC3, R$ 32,52, -1,93%; BBDC4, R$ 33,12, -2,82%), que voltaram a cair seguindo a tendência negativa do Ibovespa, que caiu 7,7% na semana passada, a pior baixa desde maio de 2012. 

Continua depois da publicidade

As ações da Copel (CPLE6, R$ 34,14, +0,06%) ficaram entre as poucas ações que não caíram no Ibovespa. Na sexta-feira, a companhia teve sua recomendação elevada pelo Goldman Sachs, de neutra para compra, devido ao desconto do valuation, na comparação com múltiplos do setor, e melhor visibilidade quanto às tarifas após a reeleição do governador Beto Richa.  

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 RSID3 ROSSI RESID ON 2,06 -14,17 -79,80
 PETR3 PETROBRAS ON 8,52 -9,94 -44,81
 PETR4 PETROBRAS PN 9,18 -9,20 -42,80
 PDGR3 PDG REALT ON 0,81 -5,81 -55,25
 CSAN3 COSAN ON 25,86 -5,10 -25,52

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

Publicidade

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 USIM5 USIMINAS PNA 4,58 +6,02 -67,77
 CSNA3 SID NACIONAL ON 4,65 +2,42 -67,66
 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 18,50 +1,65 -19,34
 CESP6 CESP PNB 26,39 +1,03 +33,39
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 8,89 +1,02 -16,70

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 9,18 -9,20 929,34M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 33,03 -2,13 629,99M
 BBDC4 BRADESCO PN 33,12 -2,82 422,52M
 PETR3 PETROBRAS ON 8,52 -9,94 359,75M
 VALE5 VALE PNA 16,00 -1,30 311,12M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 15,43 -0,45 226,79M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 8,89 +1,02 200,28M
 ITSA4 ITAUSA PN 8,96 -2,08 198,97M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 22,11 -4,82 180,08M
 BRFS3 BRF SA ON 57,50 -1,96 169,18M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Tópicos relacionados