Petrobras desaba 4,5% e volta aos níveis de 2005; imobiliárias e bancos também afundam

Papéis da Petrobras são pressionados pelo preço do petróleo; Vale recua com dados ruins da China

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa dá sequência às quedas vistas nas últimas semanas e registra nesta segunda-feira (8) baixa de 2,60%, a 50.638 pontos, segundo cotação das 15h41 (horário de Brasília). Apesar da balança comercial da China ter vindo em nível recorde, a desaceleração do crescimento das exportações e a contração das importações do gigante asiático pressionam o mercado hoje. Uma das mais afetadas nesse cenário hoje é a Vale (VALE3, R$ 21,22, -3,02%; VALE5, R$ 18,13, -3,05%), que tem o país como principal destino de suas exportações. 

Na ponta negativa do índice, destaque também para os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), que caíam pela nona vez em dez pregões, em mais um dia de queda do preço do petróleo. Com a forte queda de hoje, os ativos preferenciais perdem nesta tarde a importante barreira dos R$ 12. A desvalorização da commodity prejudica os planos de investimentos da estatal no pré-sal. Com a baixa, os papéis ordinários e preferenciais da companhia renovam seu menor patamar desde 2005

Por outro lado, aparecem como a maior alta do Ibovespa nesta sessão as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) após notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) concedeu provimento parcial a um pedido de reconsideração feito pela estatal elétrica. Outros papéis do setor chegaram a subir, mas viraram para queda: Copel (CPLE6, R$ 33,25, -0,75%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,86, -2,53%)

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Confira os principais destaques da Bolsa nesta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 10,92, -4,63%; PETR4, R$ 11,69, -4,65%)
As ações preferenciais da Petrobras têm sua nona queda em onze sessões pressionadas novamente pela derrocada do preço do petróleo, que, segundo analistas, podem prejudicar os planos de investimentos da estatal no pré-sal. Hoje, a commodity bate seu menor patamar em cinco anos, caindo no momento 3,87%, a US$ 63,30. No acumulado das últimas duas semanas, os papéis da companhia já caíram 15%. Vale mencionar que os papéis PN da companhia voltaram para cotação de novembro de 2005.

Com a derrocada, as ações ordinárias da Petrobras renovam sua mínima desde 2005, enquanto os papéis preferenciais chegaram a bater seu menor patamar no intraday desde março deste ano – no início do rali eleitoral. Apesar de parecer “barata”, analistas não recomendam compra das ações da empresa, que tem no radar ainda a divulgação do resultado trimestral na próxima sexta-feira.  

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Bancos
Em meio à sessão negativa, os papéis dos bancos também registram fortes quedas nesta sessão, com destaque para os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,08, -4,22%), Bradesco (BBDC3, R$ 35,07, -2,31%; BBDC4, R$ 36,12, -3,58%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,88, -3,11%). 

Vale (VALE3, R$ 21,22 -3,02%; VALE5, R$ 18,13, -3,05%)
Na mesma toada do mercado, as ações da Vale operam no negativo hoje, dando sequência à forte queda dos últimos dias. Os papéis da companhia são penalizados por dados da China – o principal destino de suas exportações. O gigante asiático divulgou sua balança comercial. Apesar de ter uma alta de 20% em relação a outubro no superávit, o desempenho das exportações e das importações nesta segunda maior economia do mundo desapontaram o mercado. 

Além disso, as importações chinesas de minério de ferro caíram para o segundo menor volume do ano, mostraram dados de novembro divulgados nesta segunda-feira, com siderúrgicas e comerciantes no maior consumidor do mundo segurando os negócios na expectativas de mais quedas de preços. Os embarques para a China deslizaram 15,1%, para 67,4 milhões de toneladas no mês passado, ante outubro, e caíram 13,4% sobre novembro de 2013, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas.

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Outro fator que pesa para a mineradora é a redução de preço-alvo feita pelo JPMorgan, que cortou sua projeção para as ações ordinárias de US$ 17,50 para US$ 12,00, enquanto o preço para os papéis preferenciais foram reduzidos de US$ 16,00 para US$ 11,00.

Embraer (EMBR3, R$ 23,24, +0,17%)
Os papéis da companhia operam com alta nesta sessão em meio à alta do dólar. A moeda norte-americana opera com alta de 0,88% nesta tarde, cotada a R$ 2,616. Vale mencionar que o movimento beneficia os papéis já que os lucros da companhia são cotados na divisa. 

Usiminas (USIM3, R$ 8,63, +2,98%; USIM5, R$ 5,02, -1,76%)
Depois de iniciarem o dia no negativo, as ações ordinárias da Usiminas voltam a subir dando sequência a forte disparada dos últimos dias. De quarta-feira até sexta-feira, os papéis ONs da siderúrgica saltaram 32%, enquanto os preferenciais subiram modestos 5% – um movimento que ocorreu em meio à briga interna entre dois grupos controladores da companhia mineira, os argentinos da Ternium e os japoneses da Nippon Steel. 

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A arrancada ocorreu porque os investidores estavam vendo na briga entre os sócios argentinos e japoneses uma possibilidade de um deles deixar o bloco de controle do grupo – ou melhor, de vender a fatia deles para outro investidor. Neste cenário, a ação USIM3 se tornaria muito mais atrativa do que USIM5, pois a primeira possui o “tag along”, uma ferramenta de proteção aos acionistas minoritários em momentos de troca de controle numa companhia.

Eletrobras (ELET3, R$ 5,67, +0,18%; ELET6, R$ 6,75, +0,90%)
Em dia negativo para a Bolsa, as ações da Eletrobras conseguem se manter no positivo após notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) concedeu provimento parcial a um pedido de reconsideração feito pela estatal elétrica. Com isso, a agência reconhece que “os valores correspondentes às inadimplências de pagamentos das distribuidoras à Eletrobras devem ser considerados no saldo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu”, mantendo “os valores da tarifa de repasse da potência oriunda da Usina Hidrelétrica – UHE Itaipu para o ano de 2014”.

Natura (NATU3, R$ 32,62, -2,63%)
Figuram ainda entre as maiores quedas do Ibovespa, as ações da Natura, que tiveram sua recomendação rebaixada pelo Goldman Sachs, para venda. Essa é a quarta queda dos papéis nas últimas seis sessões. 

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Rossi (RSID3, R$ 2,86, -5,61%)
As ações da Rossi voltam a figurar entre as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira. Na semana passada, os papéis lideraram as perdas do índice, com baixa de 21,09% no período. Neste patamar, os ativos da construtora renovam a mínima de julho de 2003. Outros papéis do setor imobiliário e de construção também figuram no negativo nesta sessão; destaque para a Gafisa (GFSA3, R$ 2,39, -5,61%), que no momento figuram como a maior queda do índice, além da PDG Realty (PDGR3, R$ 0,98, -4,85%). Vale mencionar que as companhias possuem beta elevado, e, portanto, tendem a seguir o movimento do índice aos quais estão inseridas. Contribui ainda para as quedas, a alta dos juros futuros, que bateram máximas na sessão, acompanhando a aceleração da alta do dólar.

Oi (OIBR4, R$ 1,20, -1,64%)
Segunda fontes da Bloomberg, o conselho da Oi aprovou a venda de ativos portugueses da PT por 9,2 bilhões de euros para a Altice. A decisão deve ser anunciada em breve. As ações da Altice negociam em baixa hoje após a forte alta de 13,66% na semana passada. Para a Guide Investimentos, as ações do setor devem seguir voláteis essa semana. “Acreditamos que após o anúncio, a atenção do mercado ficará para os próximos passos das companhias em direção à acelerar o processo de consolidação no setor”, disse a equipe de análise da corretora. 

Arteris (ARTR3, R$ 13,40, -2,90%)
Fora do Ibovespa, destaque para as ações da Arteris, que caem hoje após ter sua recomendação rebaixada pelo Santander. O banco reduziu a recomendação dos papéis da companhia para manutenção. Neste mês, as ações da Arteris acumulam queda de 7,52%; no ano, a desvalorização chega a 25,85%

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Eneva (ENEV3, R$ 0,76, 0,0%)
A Eneva e suas subsidiárias MPX Chile e Eneva Participações receberam notificação, em 6 de dezembro, pelo Credit Suisse quanto à inadimplência no pagamento de empréstimos contratados em 11 de abril de 2011 e 22 de junho de 2011. Em cinco de dezembro, ocorreu o vencimento de US$ 9,4 milhões referentes a principal e juros de tais empréstimos.

Segundo comunicado, a Eneva disse que segue em entendimentos com seus credores financeiros para revalidar o acordo para suspender a amortização e o pagamento de juros de operações financeiras contratadas pela companhia e suas subsidiárias, expirado em 21 de novembro deste ano, e assim, avançar na implementação de um plano de estabilização. A companhia disse ainda que avalia todas as medidas possíveis a serem tomadas para proteger os seus interesses e de seus stakeholders.