Eletropaulo sobe 34% em novembro; veja as melhores e piores ações do mês

Entre as companhias que chamaram atenção em novembro estão ainda queda de 26,5% da CSN, além da alta dos bancos, que subiram até 7% neste mês

Marina Neves

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (28), além de acabar a semana, chega ao fim também o mês de novembro, que foi marcado principalmente pelo aguardo do mercado em torno dos novos nomes da equipe econômica de Dilma Rousseff, que ocorreu ontem. Vale mencionar que o mês ficou praticamente estável para o Ibovespa, que fechou novembro com leve alta de 0,07%, a 54.664 pontos.

Dilma oficializou na quinta-feira, Joaquim Levy como ministro da Fazenda, ocupando o cargo de Guido Mantega, Nelson Barbosa, que ficou como ministro do Planejamento, além de Alexande Tombini, que permanece na presidência do Banco Central.

Vale relembrar que até o dia 14 deste mês a Bolsa registrava perdas, puxada principalmente pelos papéis da estatal Petrobras e pelos bancos, que reagiram às incertezas sobre os nomes dos ministros. No dia 20, Dilma Rousseff se reuniu com a cúpula do G-20, e na ocasião, deveria revelar os nomes de sua equipe econômica, o que não aconteceu; porém, os três nomes oficializados na quinta já começaram a aparecer e levaram a Bolsa a subir, precificando os nomes que, mesmo sem serem oficializados.

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Foi após a oficialização que o mercado começou a reagir com quedas, já que os nomes dos ministros já haviam sido precificados, e as entrevistas por eles dadas não “convenceram” o investidor, já que não trouxeram nenhuma novidade entre as medidas a serem tomadas pelo governo.

Veja os destaques do mês de novembro:

Altas

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Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,27, +33,77%)
Como a maior alta do Ibovespa em novembro, as ações da Eletropaulo divulgaram no início do mês seus resultados trimestrais, que mostraram lucro líquido 383,9% maior que o apresentado no mesmo período de 2013. Já no dia 20, o presidente da Eletrobras, José Costa Neto, negou que exista qualquer prejuízo no andamento em obras no setor elétrico “por enquanto” por conta da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras.

A PF passou a dar atenção maior ao setor elétrico após o doleiro Alberto Youssef citar a usina hidrelétrica de Jirau. A Eletrobras é sócia minoritária no grupo Energia Sustentável do Brasil, que controla a usina de Jirau. Mas o destaque mesmo para a companhia ficou com a elevação de recomendação feita pelo BTG Pactual, revisando-as para compra, indicando que após queda de mais de 70% de 2012 para cá, as ações voltaram a ficar com um risco/retorno interessante.

Ontem, a AES Eletropaulo disse esperar para o primeiro trimestre definição da Justiça sobre devolução de R$ 626 milhões a consumidores, e anunciou acordos para instalação de redes inteligentes em Barueri, região metropolitana de São Paulo. A Aneel aplicou a punição por avaliar que a empresa incorporou, incorretamente, cerca de 246 mil quilômetros de cabos a sua contabilidade. O caso está sendo avaliado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1a Região.

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Gol (GOLL4, R$ 15,03, +17,24%)
O mês foi positivo para as ações da Gol em meio à alta do dólar no período em que o mercado precificou os novos nomes da equipe econômica de Dilma, que fez a Bolsa disparar em meados de novembro.

Além disto, contribui também para a alta em novembro a queda dos preços do petróleo, uma vez que a commodity representa 40% dos seus custos. A queda dos papéis veio após anúncio de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu manter o teto de sua produção inalterado em 30 milhões de barris por dia.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,92, +15,73%)
Entre os ganhos do Ibovespa para novembro, as ações da Lojas Americanas tiveram noticiário agitado no período. Com resultados praticamente opostos nos últimos anos, surgiu no mercado rumores de que a Americanas poderia separar o valor da B2W de suas ações na Bolsa, de acordo com informações do Valor Econômico.

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Além disto, a companhia teve lucro líquido consolidado de R$ 65,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 32,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado foi de R$ 476,8 milhões, avanço de 18,7% ano contra ano. O analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, explica que as ações podem ter fechado entre os maiores ganhos do Ibovespa no período com os investidores realocando ações em suas carteiras, já que os acionistas aproveitam o final do mês para fazer isto. 

Klabin (KLBN11, R$ 13,95, +14,77%)
Sem noticiário específico para o mês e contribuindo apenas a alta do dólar no início do mês e agora nos últimos dias, a Klabin também fechou entre os principais ganhos do Ibovespa neste mês. Luis Gustavo explica que provavelmente os papéis também reagiram aos investidores realocando papéis em suas carteiras. Vale mencionar que os papéis da Klabin se beneficiam com alta do dólar pois pelo seu perfil exportador, possuem seus lucros cotados na moeda norte-americana.

Bancos
Os bancos tiveram um bom mês após reagirem positivamente aos novos nomes que compõe a equipe econômica de Dilma. No radar das instituições financeiras, estão seus resultados trimestrais. De acordo com a XP Investimentos, o melhor resultado para o terceiro trimestre foi Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,60, +5,08%), que divulgou lucro líquido de R$ 5,404 bilhões no terceiro trimestre, ante R$ 3,995 bilhões em igual período de 2013. Para os analistas, mesmo com um desenvolvimento econômico reduzido ou inexistente, a instituição continua com crescimento robusto em praticamente todas as suas fontes de geração de valor.

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No caso do Bradesco (BBDC3, R$ 38,16, +4,72%; BBDC4, R$ 39,56, +6,12%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,65, +7,17%), aparece no radar a notícia de que eles deram mais um passo para a criação de uma empresa para atuar na área de microcrédito chamada Movera, informou O Estado de S. Paulo. A empresa foi desenvolvida para orientar, prospectar e acompanhar microempreendedores na tomada de linhas específicas de crédito. A companhia nasce com uma carteira de R$ 70 milhões e um projeto piloto de cerca de 60 mil contratos.

Quedas:

CSN (CSNA3, R$ 6,06, -26,55%)
Em meio a dados ruins do setor siderúrgico, as ações da CSN fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa em novembro. Em meados do mês, o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) divulgou que as vendas de aços planos no País pelas empresas de distribuição encerraram outubro com queda de 15,8% na base de comparação anual. Na véspera, o Instituto Aço Brasil (IABr) informou que, apesar do aumento de 2,7% na produção de aço brasileira em outubro ante o mesmo mês de 2013, no ano, o resultado caiu 0,7%. As vendas recuaram 10,6% ante outubro do ano passado.

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Ainda no radar da companhia, esteve a notícia de que a siderúrgica assinou com seus sócios ITOCHU Corporation, JFE Steel, POSCO, Sumitomo Metal Industries, Kobe Steel e Nisshin Steel, acordos prevendo a combinação dos negócios de mineração e parcela logística correlata da CSN e Namisa que serão segregados em uma nova empresa. Mesmo sendo positiva, a notícia não foi capaz de aliviar as perdas da CSN.

Rossi (RSID3, R$ 3,84, -21,63%)
A companhia fechou o mês entre as maiores quedas do índice em meio a prejuízo líquido de R$ 265,1 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado positivo de R$ 2,1 milhões registrado um ano antes. No período, o Ebitda ficou negativo em R$ 165,8 milhões, ante Ebitda positivo de 55,6 milhões de reais no mesmo trimestre de 2013. Vale mencionar que nos últimos dias a equipe do Credit Suisse divulgou relatório em que rebaixa as ações da CSN de “neutro” para “Underperform” (desempenho abaixo do mercado), equivalente à venda. O preço-alvo do papel também foi reduzido: de R$ 10,00 por ação para R$ 6,40.

Eletrobras (ELET3, R$ 6,02, -3,22%; ELET6, R$ 7,72, -17,70%)
Entre as principais quedas do Ibovespa estiveram as ações da Eletrobras, que despencaram em meados deste mês após o Bank of America Merrill Lynch cortar a recomendação da elétrica. Essa é a quarta desvalorização consecutiva do papel preferencial, que renova hoje seu menor patamar desde março de 2014. O banco revisou a recomendação da companhia de neutra para underperform (desempenho abaixo da média).

Neste mês também a companhia passou a chamar atenção em meio à expectativa de que o setor elétrico também seja investigado pela Polícia Federal. Foram emitidas notícias que a companhia decidiu investir em hidrelétrica fora do País, com uma das empresas citadas na Operação Lava Jato, que investiga corrupções na Petrobras. Na semana passada, o conselho da companhia aprovou o projeto hidrelétrico Tumarín, na Nicaragua, que será tocado com a Queiroz Galvão.

A companhia ainda teve resultado negativo de R$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre de 2014, uma alta de 203% em comparação ao prejuízo de R$ 915 milhões do terceiro trimestre de 2013. Vale mencionar ainda que em relatório, a equipe de analistas do Santander disse acreditar que o quarto trimestre continuará mostrando fraqueza, “o que provavelmente prejudicará posição de caixa, reservas de lucro e, consequentemente, fluxo de dividendos”.

Cosan Logística (RLOG3, R$ 3,47, -16,39%)
Sem muito noticiário neste nês para a companhia, as ações de um dos “braços” da Cosan fecharam entre as maiores quedas do índice em meio às expectativas para a primeira prévia do novo Ibovespa, que deverá ser divulgada pela BM&FBovespa. De acordo com estrategistas do Santader, a companhia está entre as possíveis exclusões do Ibovespa para a próxima prévia.

Petrobras (PETR3, R$ 12,15, -17,06%; PETR4, R$ 12,80, -16,23%)
Vivendo seu terceiro mês de queda na Bolsa, os papéis da Petrobras além de sofrerem com a Operação Lava Jato, que investiga os escândalos na gestão da estatal. Somente ontem os papéis recuaram mais de 5% em meio à oficialização da nova equipe econômica e a queda dos preços do petróleo. Segundo a XP Investimentos, o preço da commodity deve seguir pressionando as ações. Ontem, a Opep decidiu ampliar as discussões no mercado sobre o futuro do petróleo. No mercado já existem previsões de petróleo na casa de US$ 60 por barril.

Vale mencionar que os papéis da Blue Chip chegaram a reagir positivamente durante a metade do mês no aguardo pela oficialização dos nomes da nova equipe econômica de Dilma, mas por um cenário negativo, as altas não foram capazes de retirar a estatal do campo negativo neste mês.

Neste mês ainda, em meio a investigações, a companhia informou que seu conselho de administração aprovou a instituição do cargo de diretor de governança, risco e conformidade, com o objetivo de mitigar riscos nas atividades da companhia, como os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, incluindo as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da SEC (Securities and Exchange Commission).