Petrobras investigada nos EUA, fusão da CSN e mais 2 ações para monitorar na abertura da Bolsa

Entre outras ações que podem iniciar o dia com forte oscilação está a Fibria, que está próxima de fechar a captação de pelo menos US$ 400 milhões por meio de empréstimo sindicalizado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mais uma vez o dia deve ter destaque para a Petrobras (PETR3PETR4), que entre a noite de ontem e esta terça-feira (25) teve muitas notícias envolvendo a empresa. Ainda ontem a estatal confirmou que a SEC (Securities and Exchange Commission) está realmente investigando a companhia nos EUA. Segundo comunicado, a SEC enviou notificação requerendo documentos relativos a uma investigação do próprio órgão regulador.

A intimação solicita documentos que serão enviados após um trabalho conjunto com o escritório nacional Trench, Rossi e Watanabe Advogados e com o norte-americano Gibson, Dunn & Crutcher, já contratados para fazer uma investigação interna independente, informou a Petrobras em comunicado ao mercado. A estatal não deu detalhes sobre quais documentos a SEC pediu.

A empresa também está sob investigação do Departamento de Justiça norte-americano, afirmou uma fonte próxima do assunto à Reuters. Um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA recusou-se a comentar o assunto. As atividades da Petrobras estão sendo investigadas por uma unidade do Departamento de Justiça dos EUA que analisa potenciais violações à legislação do país contra corrupção no exterior, disse a fonte.

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Mas não é só isso, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras e a IESA Óleo e Gás tiveram seus bens bloqueados pela Justiça do Trabalho na noite de segunda-feira (24). De acordo com a publicação, o bloqueio tem como objetivo garantir o pagamento das verbas rescisórias de cerca de mil trabalhadores que correm risco de setem demitidos da planta da IESA no Polo Naval de Charqueadas, a 60 Km de Porto Alegre.

Na última semana, a IESA informou que dispensaria seus funcionários após a estatal rescindir o contrato firmado com a companhia do Rio Grande do Sul por conta da prisão de um dos diretores da IESA durante a Operação Lava Jato. Segundo o Estadão, como o grupo Inepar, que controla a IESA, está em recuperação judicial, os representantes sindicais entraram com uma ação junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, para proteger os direitos dos trabalhadores.

De acordo com a decisão da juíza Lila frança, ficam bloqueados valores até o limite de R$ 30 milhões, quantia que irá servir para pagar os salários e indenizações dos funcionários que forem dispensados caso a demissão realmente ocorra. Ainda foi decidido o rastreio de veículos em nome das empresas e também o sequestro de bens, principalmente os compressores da Petrobras e que estão no pátio da IESA.

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CSN
A CSN (CSNA3), do empresário Benjamin Steinbruch, anunciou a fusão de seus ativos de mineração e logística com a Namisa. A CSN é dona de 60% da Namisa. Os 40% restantes pertencem a um consórcio liderado pela trading japonesa Itochu e com participação das siderúrgicas japonesas JFE Steel, Kobe Steel e Nisshin Steel, da sul-coreana Posco e da taiwanesa China Steel.

Uma nova companhia, que ficará abaixo da CSN, será criada – Steinbruch será sócio majoritário e a expectativa é que a fatia das asiáticas se dilua. Os detalhes de cada participação só serão divulgados após aprovação do acordo pelos conselhos de administração das partes, o que deverá ocorrer até 12 de dezembro. Analistas do BTG estimam que a fatia do consórcio de companhias asiáticas na nova empresa fique entre 15% e 20%. Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmam, porém, que Steinbruch deverá tentar reduzir ainda mais a fatia de seus sócios.

Esse acordo é considerado estratégico para CSN, pois a combinação dos ativos – especialmente a Casa de Pedra com as minas da Namisa – promoverá redução de custos, com sinergias de produção, logística e comercial. Isso sem contar o ganho de escala, em um cenário com os preços do minério de ferro em torno de US$ 70 a tonelada, com desvalorização de quase 50% no ano, o que já inviabiliza projetos ao redor do mundo.

Fibria
De acordo com o Valor Econômico, a Fibria (FIBR3) está próxima de fechar a captação de pelo menos US$ 400 milhões por meio de empréstimo sindicalizado. Segundo a publicação, o objetivo é pagar antecipadamente dívidas mais caras da companhia.

A operação, que ainda está em andamento e deve ser finalizada na primeira quinzena de dezembro, pode chegar ainda a US$ 500 milhões, disse o gerente-geral de tesouraria da empresa, Marcelo Habibe, ao Valor. “Já temos seis bancos que vão entrar, o que nos garante ao menos US$ 400 milhões”, afirmou.

BM&FBovespa
Na manhã de ontem, o jornal Folha de S. Paulo disse que a BM&FBovespa (BVMF3) contratou dois bancos no mês passado para comprar participação acionária relevante das bolsas do México, Colômbia, Chile, Peru e Argentina, segundo teria afirmado o presidente da bolsa brasileira, Edemir Pinto.

Segundo a publicação, o plano é comprar pelo menos 15% do capital dessas bolsas para garantir assento no conselho de administração. “Passamos três anos tentando negociar com todas essas bolsas de uma forma mais amigável… mas chegou um ponto em que tivemos que tomar uma decisão institucional”, disse Edemir ao FT.

Por conta disso, a Bovespa esclareceu “que tal iniciativa faz parte do processo contínuo de avaliação de oportunidades de expansão em atividades adjacentes ao seu negócio”. A companhia ainda disse que, “caso uma ou mais dessas oportunidades se materializem, divulgará as informações cabíveis, incluindo percentual de participação acionária, de forma tempestiva”.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.