Ibovespa sobe 5% e tem maior alta em 3 anos com notícia de Levy na Fazenda

Índice faz o seu primeiro "hat-trick" em novembro com notícia da Folha de S. Paulo de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve o seu terceiro fechamento de alta consecutiva depois da notícia da Folha de S. Paulo de que Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda e Nelson Barbosa o novo ministro do Planejamento, apesar do anúncio ter sido adiado. Foi a maior alta em mais de três anos. Com o fechamento desta sexta-feira (21), o Ibovespa tem sua terceira alta consecutiva, encerrando o pregão na máxima do dia e a maior alta em mais de um mês. O índice subiu 5,02%, a 56.084 pontos, tendo alta de 8,33% na semana, a melhor semana em um ano.

A última vez que o Ibovespa subiu três vezes consecutivas, foi no começo de outubro, entre o fim do primeiro turno e o começo da campanha do segundo turno das eleições com Aécio Neves tendo um desempenho muito melhor que o esperado nas urnas. Além disso, o índice  atingiu seu maior nível de fechamento desde 15 de outubro e sua maior alta desde 9 de agosto de 2011, em pleno “rali eleitoral”. 

Enquanto isso, o dólar caiu forte e fechou cotado a R$ 2,5216, com queda de 2,04%.

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Ontem, o presidente do Bradesco Luiz Carlos Trabuco rejeitou a proposta da presidente Dilma Rousseff (PT) para ocupar o cargo de ministro da Fazenda. O anúncio oficial foi adiado, mas segundo a Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda será Joaquim Levy e o ministro do Planejamento será Nelson Barbosa. O fato de Levy ser um nome do mercado traz alívio aos investidores que esperam que o próximo a ocupar o cargo seja a ponte que faltou entre o governo e o mercado no primeiro mandato da atual presidente. 

Já a China também guia o dia positivo no mercado, após cortar a taxa básica de juros pela primeira vez em mais de dois anos nesta sexta-feira, para reduzir os custos de empréstimo e impulsionar a economia em desaceleração, que caminha para seu mais fraco crescimento anual em 24 anos. O banco central chinês informou que cortou a taxa de juros de um ano para empréstimos em 0,40%, para 5,6%.

Voltando ao Brasil, no Congresso, Renan Calheiros, comprometeu-se a votar na próxima terça o projeto que dispensa o governo de fazer superávit primário este ano. Há, porém, um empecilho que a oposição quer aproveitar para retardar a discussão do projeto do superávit primário e que ainda não se sabe como o senador Calheiros pretende superá-lo: a pauta do Congresso está trancada por mais de 40 vetos da presidente, ainda não analisados pelos congressistas.

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Destaques
Os papéis dos bancos renovaram altas com folga de R$ 12,7 bilhões trazidas por mudanças do Banco Central. A recalibragem promovida pelo BC não foi o único fator que levou ao incremento da folga de capital, mas os bancos afirmam em relatórios que essa alteração teve um papel fundamental. Em julho, e depois novamente em agosto, o BC reduziu a exigência de capital para operações de crédito consignado e pessoal, financiamento de veículos e empréstimos a empresas de pequeno porte. O maior corte se deu no empréstimo com desconto direto na folha de pagamento. 

Papéis de bancos ficaram assim: Banco do Brasil (BBAS3; R$ 29,83, +8,32%), Bradesco (BBDC3; R$ 39,02, +6,52%BBDC4; R$ 41,00, +7,61%) e Itaú (ITUB4; R$ 39,98, +6,58%).

Apesar da queda do minério de ferro, ações de mineradoreas internacionais tiveram alta hoje. O presidente da BHP disse ontem que o mercado não deve ficar surpreso com o salto na oferta de minério de ferro, que tem pesado nos preços. Na semana passada, o valor da commodity na China chegou a US$ 70 por tonelada, o menor preço desde 2009. Dados afetaram os papéis da Vale (VALE3; R$ 23,59, +6,45%VALE5; R$ 20,22,+6,93%).

A Petrobras (PETR3; R$ 13,63, +11,17%PETR4; R$ 14,30, +11,89%) continua em sua crise política com a expectativa para o depoimento de Fernando Baiano, suposto operador do esquema de corrupção da Petrobras no PMDB, à PF. Última notícia na estatal foi de que R$ 47,8 milhões foram bloqueados nas contas dos 14 executivos presos, o que corresponderia a apenas 7% da estimativa feita sexta-feira passada pela Polícia Federal. 

Também no noticiário corporativo as ações da JBS (JBSS3; R$ 11,98, +3,45%) subiram com aquisição da Primo Smallgoods, líder de varejo de proteína animal na Austrália, e da Big Frango no Brasil. Enquanto isso, a Marfrig (MRFG3; R$ 6,42, +9,00%) cancelou a operação de troca de bônus 2020 por novos papéis com vencimento em 2022. A empresa teria dito que a operação foi suspensa porque o prêmio exigido pelos investidores ficou acima da meta da companhia. Por fim, está a Eletropaulo (ELPL4), que teve a sua recomendação elevada para compra pelo BTG Pactual. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 RSID3 ROSSI RESID ON EG 4,54 +13,50 -55,49
 PETR4 PETROBRAS PN 14,30 +11,89 -10,90
 PETR3 PETROBRAS ON 13,63 +11,17 -11,71
 ELPL4 ELETROPAULO PN N2 8,55 +10,75 -4,41
 GFSA3 GAFISA ON 2,65 +10,42 -23,22

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 10,52 -4,54 +15,70
 FIBR3 FIBRIA ON 30,36 -3,50 +9,80
 EMBR3 EMBRAER ON 23,67 -3,47 +26,65
 TIMP3 TIM PART S/A ON 12,57 -2,86 +4,85

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 39,98 +6,58 985,88M
 CIEL3 CIELO ON 43,25 +0,12 963,63M
 PETR4 PETROBRAS PN 14,30 +11,89 870,34M
 VALE5 VALE PNA 20,22 +6,93 677,92M
 BBDC4 BRADESCO PN 41,00 +7,61 643,57M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON ED 10,55 +5,71 534,38M
 VALE3 VALE ON 23,59 +6,45 507,22M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,13 +3,57 370,60M
 PETR3 PETROBRAS ON 13,63 +11,17 364,49M
 BBAS3 BRASIL ON ED 29,83 +8,32 362,16M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Resumo da semana
Na segunda-feira, o Ibovespa teve sua única queda na semana, caindo 1% por preocupação com denúncias na Petrobras e repercussão do admento da divulgação dos resultados da empresa. Possibilidade de que a estatal, assim como a Eletrobras poderiam não pagar dividendos por conta de crises institucionais derrubou a Bolsa.

Já na terça-feira, o Ibovespa interrompeu uma sequência de cinco quedas em seis pregões e fechou em alta de 1,57% puxada principalmente pelas ações dos bancos. Rumores de uma possível “dobradinha” Alexandre Tombini no Banco Central e Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda animaram o mercado.

Enquanto isso, na quarta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 2,58%. Desta vez, o rumor foi de que o ministro da Fazenda seria Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, que foi chamado para reunião com a presidente Dilma, mas não aceitou a proposta.

Na quinta-feira não houve pregão por conta do feriado do Dia da Consciência Negra.

Cenário externo
Lá fora, as bolsas repercutem sinais de recuperação da economia norte-americana e fala de Mário Draghi, presidente do Banco Central Europeu, indicando novos estímulos à economia da zona do euro. 

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram na semana passada, a atividade industrial na região do Meio Atlântico cresceu em seu ritmo mais rápido em duas décadas e as vendas de moradias usadas fortaleceram.

O índice japonês Nikkei reverteu perdas do começo da sessão e fechou em alta de 0,33 por cento, depois que o primeiro-ministro do país dissolveu a Câmara Baixa do Parlamento nesta sexta-feira para uma eleição antecipada em 14 de dezembro. O índice registrou sua primeira queda semanal em cinco semanas, com perda de 0,8 por cento.

As ações de Hong Kong e da China continental tiveram recuperação nesta sexta-feira conforme a prolongada pressão de realização de lucros diminuiu na primeira semana da conexão histórica entre as bolsas de Hong Kong e Xangai.

Na Europa, Draghi ressaltou que a economia da zona do euro deve continuar estagnado no curto e médio prazo e que o BC está pronto para agir de modo a combater a inflação baixa.