BB sobe 22% nesta semana, empresa de Eike dispara 130% e Eletrobras cai 6%; veja mais

Entre os destaques desta semana estiveram também as imobiliárias, que fecharam entre os ganhos, além de Eletropaulo, que subiu após ter recomendação elevada pelo BTG Pacctual

Marina Neves

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SÃO PAULO – A semana que termina nesta sexta-feira (21) foi muito agitada, com o mercado aguardando o anúncio que deveria ser feito ainda hoje sobre o novo ministro da Fazenda, cotado para estar entre nomes como Joaquim Levy e Nelson Barbosa. Em comunicado oficial, no entanto, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou ao mercado que o anúncio não será feito hoje. Em meio a expectativas positivas, entre os ganhos do Ibovespa entre os dias 17 e 21 deste mês, estiveram as ações da Petrobras.

Como a maior alta do Ibovespa fecharam as ações do Banco do Brasil, que dispararam 22% no período em meio a acordo com a Cielo e tiveram sua melhor semana desde novembro de 2007. E seguindo o movimento de euforia do principal índice da Bolsa durante esta semana, as imobiliárias também fecharam entre os ganhos, já que possuem um beta elevado e tendem a seguir o movimento do índice ao qual estão inseridas.

Na ponta negativa do índice, no entanto, estiveram as ações das siderúrgicas, com destaque para a CSN, que fechou como a maior queda do Ibovespa em meio a corte de recomendação vindo do Credit Suisse. Além dela, estiveram na ponta negativa também as exportadoras, que sofreram com o dólar, que fecha esta semana com queda de 3%, cotado a R$ 2,05.

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Fora do Ibovespa, no entanto, chamaram atenção as ações da OSX, que dispararam forte nesta semana após a divulgação dos resultados para o terceiro trimestre da companhia, que demonstrou queda de 91% no prejuízo da empresa.

Veja os destaques desta semana:

Bancos
Os papéis do setor financeiro fecharam com forte alta nesta semana em meio à espera do anúncio do novo ministro da Fazenda. A expectativa do mercado é que o setor seja beneficiado por um esperado resgate da credibilidade de uma mudança, principalmente, na Fazenda. Destaque para as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,83, +21,83%), Bradesco (BBDC3, R$ 39,02, +12,94%; BBDC4, R$ 41,00, +14,65%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 39,98, +13,26%). Vale mencionar que o BB viu seus papéis viverem sua melhor semana desde novembro de 2007, enquanto o Bradesco teve sua melhor semana desde novembro de 2008 na Bolsa.

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No caso do Banco do Brasil, que fechou como a maior alta semanal do Ibovespa, apareceu no radar também a notícia de que o banco teria formado uma joint venture com a Cielo, no valor de R$ 11,6 bilhões, para o segmento de cartões. Em relatório, o Bradesco disse que o anúncio é bastante positivo para o BB. “O acordo permite ao banco destravar valor sem precisar fazer um IPO (Initial Public Offering) de sua unidade de cartões”, aponta o relatório.

Imobiliárias
As ações do setor imobiliário fechou entre as altas desta semana em meio a três dias seguidos de alta no Ibovespa. Vale mencionar que os papéis possuem um beta elevado, o que faz com que eles acompanhem a forte movimentação do Ibovespa. Aliado a isso, a queda dos contratos de DI para janeiro de 2017 também impulsionaram essas ações, em meio ao maior apetite dos investidores por ativos de risco após a China anunciar corte em suas taxas de juros. Fecharam no positivo as ações de Gafisa (GFSA3, R$ 2,65, +17,26%), Rossi (RSID3, R$ 4,54, +10,73%), PDG (PDGR3, R$ 1,16, +13,73%), MRV (MRVE3, R$ 8,51, +13,77%) e Cyrela (CYRE3, R$ 12,40, +8,30%). Para a Gafisa, esta é sua melhor semana na Bolsa desde agosto de 2012, enquanto para a MRV, esta é a melhor semana desde agosto do ano passado.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,55, +18,26%)
A companhia de energia viu seus papéis fecharem no positivo nesta semana em meio a quatro altas consecutivas no Ibovespa. Vale mencionar que nesta sexta-feira, a companhia teve sua recomendação elevada pelo BTG Pactual. O banco de investimentos revisou a recomendação das ações da elétrica para compra. Esta é a melhor semana dos papéis desde setembro do ano passado.

Para o banco, após queda de mais de 70% dos papéis de janeiro de 2012 para cá, chegou a hora de voltar a olhar para os ativos, que, em sua visão, ficou com um risco/retorno interessante. Para essa avaliação, a equipe de análise do BTG, liderada por Antonio Junqueira, a ação está em um ponto interessante quando compara-se ao momento de 2012, quando eles sinalizaram que o papel estava “caro”. Por isso, eles atribuem um preço-alvo agora de R$ 12 por ação, o que representa um potencial de valorização de 55,44% na comparação com o fechamento do último pregão.

Petrobras (PETR3, R$ 13,63, +6,65%; PETR4, R$ 14,30, +8,33%)
As ações da estatal fecharam em alta nesta semana em meio a toda a expectativa do mercado em torno do próximo nome do ministro da Fazenda, que de acordo com a Folha de S. Paulo, já está decidido com Joaquim Levy para o cargo. Vale mencionar que após a notícia desta sexta, os papéis da estatal dispararam na Bolsa, o que contribuiu para a alta dos papéis. Esta foi a melhor semana dos papéis desde agosto deste ano.

Também influenciou na semana positiva dos papéis da Petrobras, um relatório do Deutsche Bank, que iniciou cobertura das ações da estatal com recomendação de compra, na quarta-feira. O banco destacou o potencial crescimento de produção da empresa e indica preço-alvo de R$ 18,50 a despeito das denúncias de corrupção e problemas de governança corporativa enfrentados pela companhia. Os analistas esperam desempenho financeiro e operacional sólido para a empresa.

OSX (OSXB3, R$ 0,46, +130,0%)
Fora do Ibovespa, destaque também para as ações da OSX, que dispararam nesta semana, em meio a divulgação do balanço do terceiro trimestre, que demonstrou com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa. Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões. 

Confira as maiores quedas da semana:

Siderúrgicas
Nesta semana os papéis das siderúrgicas fecharam entre as quedas do Ibovespa, após declaração de Jorge Gerdau Johannpeter na quarta-feira, que comentou que, no momento, não há condições de fixar prazos para revisão dos preços de aço neste cenário de minério de ferro em baixa e propôs um ajuste à “realidade” do momento. Gerdau evitou, no entanto, dar projeções para o próximo ano. Para ele, se ocorrerem mudanças, serão muito pequenas, apontando que metas para investimento são consequências de perspectiva de crescimento do País. Destaque para os papéis da CSN (CSNA3, R$ 6,68, -5,11%), Usiminas (USIM5, R$ 5,40, -1,46%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 12,81, -2,35%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,82, -1,15%).

As ações da CSN se descolaram das outras siderúrgicas e de agosto pra cá, resgistra queda que chega a 45%. Vale mencionar que nos últimos dias a equipe do Credit Suisse divulgou relatório em que rebaixa as ações da CSN de “neutro” para “Underperform” (desempenho abaixo do mercado), equivalente à venda. O preço-alvo do papel também foi reduzido: de R$ 10,00 por ação para R$ 6,40.

Eletrobras (ELET3, R$ 6,09, +7,79%; ELET6, R$ 7,67, -4,48%)
As ações preferenciais da Eletrobras fecharam entre as principais quedas do Ibovespa nesta semana após o Bank of America Merrill Lynch cortar a recomendação da elétrica. Essa é a quarta desvalorização consecutiva do papel preferencial, que renova hoje seu menor patamar desde março de 2014. O banco revisou a recomendação da companhia de neutra para underperform (desempenho abaixo da média).

Na noite da última sexta-feira, a companhia apresentou resultado negativo de R$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre de 2014, uma alta de 203% em comparação ao prejuízo de R$ 915 milhões do terceiro trimestre de 2013. No consolidado deste ano, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,862 bilhão, contra um resultado também negativo de R$ 787 milhões no mesmo período de 2013. O Ebitda consolidado, no terceiro trimestre, foi de R$ 2,511 bilhões negativos, e a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 6,589 bilhões, um aumento de 6,6% relativo ao trimestre anterior, se forem desconsideradas a receita de venda de energia no mercado de curto prazo e as receitas de construção.

Vale mencionar ainda que em relatório, a equipe de analistas do Santander acredita que o quarto trimestre continuará mostrando fraqueza, “o que provavelmente prejudicará posição de caixa, reservas de lucro e, consequentemente, fluxo de dividendos”.

Nesta sexta, a companhia voltou a chamar atenção em meio à expectativa de que o setor elétrico também seja investigado pela Polícia Federal. Foram emitidas notícias que a companhia decidiu investir em hidrelétrica fora do País, com uma das empresas citadas na Operação Lava Jato, que investiga corrupções na Petrobras. Na semana passada, o conselho da companhia aprovou o projeto hidrelétrico Tumarín, na Nicaragua, que será tocado com a Queiroz Galvão. 

TIM (TIMP3, R$ 12,57, -3,46%) e Oi (OIBR4, R$ 1,52, +16,03%)
Fechando nos extremos desta semana, as ações da Oi fecharam entre os principais ganhos do Ibovespa, enquanto a TIM fechou na ponta negativa do índice. Vale mencionar que no noticiário de ambas companhias está a notícia da Bloomberg desta manhã, de que a Telecom Italia busca mandato para estabelecer a fusão da TIM com a Oi, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto que pediram para não serem identificadas porque as discussões são confidenciais. 

Exportadoras
Nesta semana, as ações das companhias de perfil exportador fecharam entre as quedas do Ibovespa, em meio a quedas do dólar. Vale mencionar que os papéis do setor são prejudicados pelo movimento, já que as exportadoras têm seu lucro cotado na moeda norte-americana. Na semana, a moeda fechou com queda de 3%, cotada a R$ 2,05. Fecharam no negativo as ações de Fibria (FIBR3, R$ 30,36, -4,17%), Suzano (SUZB5, R$ 10,52, -4,62%) e Embraer (EMBR3, R$ 23,67, -0,96%).