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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (21) mais uma semana chega ao fim, com o mercado ansioso com o anúncio do novo ministro da Fazenda do próximo governo de Dilma Rousseff, que não ocorrerá hoje, como era previsto. Segunda-feira começará pautada pelas expectativas do novo ministro, mas o economista Alex Agostini, da Austin Rating, explica que este evento não deverá ser o principal driver do mercado entre os dias 24 e 28. Para ele, devemos aguardar o mercado reagindo à Operação Lava Jato.
Vale mencionar que o mercado aguarda que Dilma Rousseff escolha para o cargo de ministro da Fazenda, que deve ficar com Joaquim Levy, ex-secretário do Tesouro no governo Lula, conforme foi apurado pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. enquanto isso, Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo da Fazenda, deve ir para o Ministério do Planejamento. Porém, um motivo fez com que a presidente adiasse o anúncio oficial da equipe econômica.
No entanto, o economista da Austin Rating fala que “o anúncio do novo ministro ajuda a amenizar as dúvidas sobre nova equipe econômica de Dilma. Porém, isto pode ser neutralizado pelo que mostrar a Operação Lava Jato, já que para os mercados o que tem sido determinante é o cenário extra economia. Fora a Operação Lava Jato e divulgação do novo ministro, os drivers do mercado serão os eventos imponderáveis, como a divulgação de alguma medida importante na China, de restrição, por exemplo”.
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A semana que se encerra hoje teve bastante noticiário envolvendo a Operação Lava Jato, que trata dos escândalos com a estatal Petrobras. Na terça-feira, o juiz federal Sérgio Moro decidiu manter na prisão Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e mais cinco executivos de empreiteiras, que são acusados de envolvimento no esquema de corrupção da estatal. Os mandados expedidos determinaram ainda que as prisões temporárias fossem convertidas em preventivas.
Moro, porém, autorizou a soltura de outros 11 envolvidos, cujas prisões temporárias estavam vencendo. Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão; Valdir Lima Carreiro e Otto Garrido Sparenberg, da IESA; Walmir Pinheiro Santana e Edinaldo Alves da Silva, da UTC; Newton Prado Junior e Carlos Eduardo Strauch Albero, da Engevix; Alexandre Portela Barbosa, da OAS; Carlos Alberto da Costa, que trabalhava para empreiteiras; e o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho serão soltos.
Já na quarta-feira, era esperado depoimento de executivos ligados à empreiteira Camargo Corrêa, além de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que se entregou na terça à PF após permanecer foragido desde a última sexta-feira. Porém, seu depoimento foi adiado para esta sexta e o mercado segue no aguardo do desfecho.
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Para Agostini, “a preocupação do mercado com o Lava Jato não está nas pessoas envolvidas, mas sim em qual o tamanho do rombo e quais empresas que estão no escândalo. Mesmo que elas não estejam listadas na Bolsa, quanto mais entra empresa, maior a contaminação e isto deixa o mercado bastante temeroso e tenso. A pergunta é qual o tamanho do problema”. Ele ainda acrescenta que outra preocupação foi a não publicação dos resultados da Petrobras.
O economista explica que no curto prazo, o que importa para o mercado mesmo é todo o escândalo envolvendo a estatal Petrobras, mas que ao médio e longo prazo, o que significa para o ano que vem e os próximos três anos, o mercado continuará observando as estratégias econômicas.
Divulgação de PIB no radar
Vale mencionar ainda que entre os índices previstos para a semana que vem, os que devem ser acompanhados pelos investidores são o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil – que, de acordo com Agostini, interfere diretamente nas estratégias econômicas do governo, além do PIB dos EUA e da Inglaterra.
Para a equipe de economistas da Coinvalores, “a divulgação do PIB do terceiro trimestre deve expressar a continuidade do cenário de crescimento anual próximos de 0%. Na Zona do Euro, teremos as importantes divulgações de PIB referentes ao 3° trimestre de duas potências econômicas do bloco, a Inglaterra e Alemanha, assim como diversos indicadores de confiança consolidados do bloco”.
Para eles, “estes resultados devem ser importantes para guiar as futuras decisões do BCE (Banco Central Europeu) quanto a possíveis estímulos a região, e a princípio não há grandes expectativas em torno das divulgações”.
Outros indicadores
Além destes indicadores, outros como o IGP-M do mês de novembro também são aguardados para a semana que vem. A equipe de analistas da Rosenberg aguarda, para o IGP-M, “variação de 0,84% (3,52% em 12 meses), com a taxa apresentando contínua aceleração após a benéfica deflação no meio do ano”, de acordo com eles, isto se deve a “forte aceleração do IPA (de 0,23% para 1,10%), destacando-se a subida do IPA agropecuário, que deve passar de 0,90% para 2,91%, refletindo maior pressão em grãos e carnes”.
Já para os indicadores fiscais de outubro, a equipe espera “recordes e não usuais ocorridos em maio-setembro, em outubro, usualmente se registram fortes superávits em função da sazonalidade, ao redor de R$ 11 bilhões para o Governo Central e R$ 15 bilhões para o Setor Público Consolidado”. Porém, eles acrescentam que tendo em vista o “completo descontrole” e irresponsabilidade fiscal vigente, é quase impossível saber o que se espera para o mês de outubro.
Para a arrecadação fiscal, também de outubro, os analistas esperam que o resultado venha “sazonalmente forte, estimamos R$ 102,5 bilhões. Se confirmada, representará uma forte queda real de 4,8% em relação a outubro do ano passado, mesmo influenciada pelo Refis, especialmente IR e CSLL”.