Petrobras sobe 2% com “compra” de Deutsche; OSX salta 46% “só” hoje

Ainda entre os destaques, os papéis dos bancos seguiam movimento positivo da véspera em meio à expectativa do novo nome para o ministério da Fazenda

Paula Barra

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SÃO PAULO – O mercado surpreende e tem uma sessão de fortes ganhos nesta quarta-feira (19), dando continuidade ao movimento positivo de ontem, entre expectativa de um novo nome para o ministério da Fazenda e declarações positivas do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de que o Brasil terá que fazer ajuste fiscal. Entre os maiores ganhos do Ibovespa, chamava atenção as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que chegaram a disparar 5% em meio a um relatório do Deustche Bank iniciando cobertura dos papéis com recomendação de compra.

Fora do Ibovespa vale mencionar os papéis da Log-in (LOGN3, R$ 4,15, -6,53%), que nesta sessão renovam sua mínima desde 2008, com seus papéis vivendo seu terceiro pregão consecutivo de queda. Vale mencionar que a companhia divulgou seus resultados para o terceiro trimestre no dia 12 e que, no ano, a companhia acumula desvalorização de 49%.

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Petrobras (PETR3, R$ 12,18, +2,01%PETR4, R$ 12,69, +1,93%)

As ações da Petrobras tiveram uma manhã bastante volátil, tendo caído mais de 1% na hora inicial de negociação. Passado o início turbulento, os papéis começaram a ganhar força próximo às 11h em meio a um relatório do Deutsche Bank, que iniciou cobertura das ações da estatal com recomendação de compra. O banco destaca o potencial crescimento de produção da empresa e indica preço-alvo de R$ 18,50 a despeito das denúncias de corrupção e problemas de governança corporativa enfrentados pela companhia. Os analistas esperam desempenho financeiro e operacional sólido para a empresa. 

Bancos 

Os papéis dos bancos seguem movimento positivo da véspera com o mercado mais otimista com a expectativa do novo nome para o ministério da Fazenda. Crescem no mercado apostas na nomeação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para a Fazenda, enquanto Henrique Meirelles iria para o BC. Até o momento, no entanto, não há nada de concreto. Nesta sessão, destaque para os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,03, +3,96%), Bradesco (BBDC3, R$ 35,26, -0,09%; BBDC4, R$ 36,96, +1,18%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,60, +1,50%). 

Exportadoras

Entre as poucas quedas desta sessão estiveram os papéis das exportadoras, que reagem a uma queda do dólar. Hoje a moeda opera com queda de 0,58%, a R$ 2,57. Vale mencionar que as companhias são prejudicadas com o movimento, já que seus lucros são cotados na moeda norte-americana. Destaque para os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 31,02, -1,62%), Suzano (SUZB5, R$ 10,94, -1,71%) e Embraer (EMBR3, R$ 24,30, -1,94%).

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Vale (VALE3, R$ 21,92, -0,50%; VALE5, R$ 18,69, -0,74%)

Depois de abrirem em queda, as ações da Vale viraram para alta mas logo perderam força e voltaram para o campo negativo, dando sequência ao terceiro pregão de queda. Pressiona os papéis da mineradora o preço do minério de ferro, que volta a cair. Ontem, com a divulgação dos dados de moradias da China, os preços do minério de ferro tiveram uma forte queda (-4,4%), chegando a US$ 71,80 a tonelada. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 13,77, -0,58%), holding que detém ações da Vale, acompanharam o movimento e viraram para alta. 

Siderúrgicas

Seguindo o movimento da blue chip Vale, nesta sessão os papéis das siderúrgicas operam na ponta negativa do Ibovespa, em meio aos dados da China e também após declaração de Jorge Gerdau Johannpeter, que comentou que, no momento, não há condições de fixar prazos para revisão dos preços de aço neste cenário de minério de ferro em baixa e propôs um ajuste à “realidade” do momento. Gerdau evitou, no entanto, dar projeções para o próximo ano. Para ele, se ocorrerem mudanças, serão muito pequenas, apontando que metas para investimento são consequências de perspectiva de crescimento do País. Destaque para os papéis da CSN (CSNA3, R$ 6,34, -4,52%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 12,30, -0,40%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,42, +0,48%), que opera com leve queda hoje. 

Imobiliárias

As ações do setor de construção civil registram um pregão positivo em meio à divulgação do IPCA-15, que ajudava a trazer alívio para a Bolsa. O índice de inflação brasileiro desacelerou para 0,38% em novembro, ante 0,42% em outubro. Destaque para as ações da Rossi (RSID3, R$ 0,79, +2,60%) e Gafisa (GFSA3, R$ 2,37, +5,80%), que figuravam entre os maiores ganhos do Ibovespa.  

Eletrobras (ELET3, R$ 5,68, +7,98%; ELET6, R$ 7,39, +5,72%)

Depois de caírem por cinco pregões seguidos, os papéis preferenciais da Eletrobras figuram entre as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira. A companhia passou a chamar atenção em meio à expectativa de que o setor elétrico também seja investigado pela Polícia Federal. Foram emitidas notícias que a companhia decidiu investir em hidrelétrica fora do País, com uma das empresas citadas na Operação Lava Jato, que investiga corrupções na Petrobras. Na semana passada, o conselho da companhia aprovou o projeto hidrelétrico Tumarín, na Nicaragua, que será tocado com a Queiroz Galvão.  

Lojas Renner (LREN3, R$ 71,35, -0,90%)

A varejista Lojas Renner anunciou na terça-feira que seu conselho de administração aprovou acordo com o Banco Indusval para exploração conjunta de atividades de emissão, gestão, oferta e vendas de cartões de crédito das bandeiras Visa e Mastercard. A parceria terá prazo mínimo de dois anos, contados do início de suas atividades, o que ocorrerá na medida em que determinadas condições forem implementadas, conforme Acordo de Parceria Comercial. 

Em relatório, analistas da Concórdia disseram que “a notícia já era aguardada pelo mercado, por conta de nova regulamentação do Banco Central, a qual estabelece que a emissão de cartões só pode ser realizada por Instituições de Pagamento autorizadas pelo BC. Dessa forma, a companhia havia antecipado que estava analisando suas alternativas: solicitação de funcionamento como instituição de pagamento ou acordo operacional com uma instituição financeira – a escolhida”. 

Oi (OIBR4, R$ 1,39, +6,92%)

Acionistas da operadora Oi aprovaram na terça-feira o grupamento de ações proposto pelo conselho de administração, sem ressalvas, segundo ata da assembleia. A proposta era agrupar a totalidade de ações ordinárias e preferenciais na razão de dez para uma, conforme fato relevante publicado em 15 de outubro. Recibos de ações da empresa negociadas em Nova York serão agrupadas na mesma proporção.

Como resultado do grupamento, as atuais 2.861.553.190 ações ordinárias e 5.723.166.910 ações preferenciais passarão a representar 286.155.319 ações ordinárias e 572.316.691 ações preferenciais, respectivamente, segundo a ata.

Estácio (ESTC3, R$ 27,13, +0,86%)

As ações da Estácio sobem pelo segundo pregão seguido em meio ao comunicado da véspera de que a empresa adquiriu o Centro de Ensino Unificado de Teresina (Ceut) por R$ 33 milhões, passando a ter presença em todos os Estados do Brasil. O negócio será pago com recursos financeiros e assunção de dívidas e obrigações em geral, disse a Estácio em fato relevante, sem dar mais detalhes.

De acordo com analistas da Concórdia, apesar dos números aparentemente modestos em relação ao consolidado da companhia, a aquisição possui um caráter estratégico relevante. “Por meio desta operação, a companhia estará presente em todos os estados, mais Distrito Federal, e consolidará presença em uma das região mais promissoras, segundo seu plano de negócios; além de obter uma base para fusões e aquisições futuras no Nordeste. Reiteramos a visão positiva para a Estácio no longo prazo”.

OSX (OSXB3, R$ 0,35, +25,00%)

Fora do Ibovespa, destaque para as ações da OSX, que voltam a disparar nesta sessão, registrando seu quarto pregão consecutivo de ganhos, período em que acumula impressionante valorização de 116%. Somente hoje os papéis saltam 46,43%, atingindo seu maior patamar desde setembro deste ano, com um volume financeiro de R$ 1,847 milhão, bem acima da média diária dos últimos 21 pregões de R$ 368 mil. 

A empresa reportou seu balanço na noite da última sexta-feira. A companhia encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa. Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões.