Ibovespa registra ganhos puxada por alta de mais de 4% da Petrobras

O ministério da Fazenda segue em pauta, com Dilma podendo anunciar nome nos próximos dias; Recomendação de compra da Petrobras pelo Deutsche Bank impulsiona ações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após um início de sessão morno, o Ibovespa acelerou ganhos e registra alta de mais de 1%, à espera da ata do Fomc (Federal Open Market Commitee), de olho na crise da Petrobras, na expectativa pelo ministro da Fazenda. Além disso, o mercado repercute positivamente a fala do ministro Aloizio Mercadante de que o governo precisará fazer um ajuste fiscal, assim como o IPCA-15. Às 12h11 (horário de Brasília), o índice subia 1,64%, a 52.916 pontos. Contudo, as ações da petrolífera, após fortes quedas, voltam a ter leves ganhos, enquanto os bancos voltam a registrar expressiva alta. 

As ações da Petrobras (PETR3; R$ 12,35, +3,43%; PETR4; R$ 12,79, +2,73%) sobem forte depois que o Deustche Bank iniciou cobertura de Petrobras com recomendação de compra para as ações ordinárias da estatal e preço-alvo de R$ 18,50, a despeito das denúncias de corrupção e problemas de governança corporativa enfrentados pela companhia. O banco destaca o potencial crescimento de produção da estatal segundo informações da Agência Estado.

De acordo com o analista da Guide Investimentos, Lauro Villares, o índice passa por um movimento de correção, após as fortes quedas registradas nas sessões passadas (e que já foram amenizadas com a alta de ontem em meio aos rumores de que Henrique Meirelles poderia ser o presidente do Banco Central e Alexandre Tombini, o ministro da Fazenda). 

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O ministério da Fazenda segue em pauta: de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma Rousseff pode anunciar o nome dos novos ministros já nos próximos dias, sendo o primeiro o da Fazenda. Dentre as opções, estariam desde o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, até Henrique Meirelles, Nelson Barbosa. Além disso, segundo o blog de Kennedy Alencar, o atual ministro da Fazenda Guido Mantega faz lobby para que Tombini vá para a Fazenda. 

De acordo com notícia veiculada no jornal O Globo, o nome de Tombini vem ganhando força entre os próprios técnicos do governo. 

Anunciar o novo nome seria uma estratégia também para desviar um pouco a atenção em torno da crise da Petrobras e, assim, tentar diminuir o pessimismo junto aos empresários. Contudo, a avaliação do Palácio da Alvorada é de que o efeito “equipe nova” não será suficiente para abafar o escândalo. 

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Ontem, Dilma teve uma longa reunião com Mercadante e outros ministros. Na agenda positiva, medidas impopulares como ajuste de contas públicas e aumento de impostos “ficariam no congelador”. 

Hoje, Mercadante falou a jornalistas, e disse que o governo precisa fazer ajuste fiscal e diz que é fundamental que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei do Executivo que propõe a flexibilização da meta fiscal deste ano.

No noticiário econômico, destaque para o IPCA-15 divulgado pelo IBGE, mostrando alta de  0,38% em novembro, após subir 0,48% em outubro. O resultado, divulgado nesta quarta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,41% e 0,58%, com mediana de 0,49%. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 MRFG3 MARFRIG ON 5,82 +4,86
 OIBR4 OI PN 1,36 +4,62
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,49 +4,37
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 4,20 +4,22
 GFSA3 GAFISA ON 2,33 +4,02

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN ED 103,32 -1,97
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 10,93 -1,80
 EMBR3 EMBRAER ON 24,38 -1,61
 FIBR3 FIBRIA ON 31,15 -1,21
 CSNA3 SID NACIONAL ON 6,60 -0,60

Bolsas mundiais 
As bolsas asiáticas fecharam em queda em sua maioria nesta quarta-feira (19), enquanto as bolsas europeias têm um dia misto. O índice Nikkei, do Japão, recuou 0,32%, para 17.288,75 pontos, realizando lucros após valorizações recentes, após o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, convocar eleições antecipadas e adiar uma alta prevista para o próximo ano no imposto sobre consumo. O mercado segue ainda na expectativa pela divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Commitee). 

Destaque ainda para a decisão do Banco do Japão, que manteve as condições monetárias nesta quarta-feira, mas em uma votação dividida, na esteira de dados mostrando que a economia entrou em recessão. Tal como se esperava, o Banco do Japão decidiu manter a sua promessa de aumentar a base monetária, ou dinheiro e depósitos na autoridade monetária, ao ritmo anual de 80 trilhões de ienes (683 bilhões dólares) por meio da compra de títulos do governo e ativos de risco.

Na China, o dia foi de queda, num ambiente de pouco entusiasmo após o início da conexão, nesta semana, entre as bolsas de Xangai e Hong Kong.

Já na Europa, o mercado ficou atento à ata da reunião do Banco da Inglaterra. Dois membros do BoE votaram novamente pelo aumento nas taxas de juros este mês, e havia uma “propagação de pontos de vista” entre os sete que optaram por manter as taxas. A ata do Comitê de Política Monetária do banco central britânico divulgada nesta quarta-feira mostrou que a maioria pensou que as fracas perspectivas para a inflação justificava manter as taxas de juro no recorde de baixa de 0,5 por cento.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.