Ibovespa Futuro tem cautela à espera de Ata do Fomc; ministérios e Petrobras no radar

Mercado segue movimento cauteloso e pré-market opera em leve queda, na expectativa de que Dilma divulgará ministérios nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra leves perdas na sessão desta quarta-feira (19), de olho no próximo ministro da Fazenda, na expectativa pela Ata do Fomc (Federal Open Market Commitee) e de olho na crise da Petrobras. Com isso, às 09h10 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento em dezembro registrava leve queda de 0,13%, a 52.525 pontos. 

O ministério da Fazenda segue em pauta: de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma Rousseff pode anunciar o nome dos novos ministros já nos próximos dias, sendo o primeiro o da Fazenda. 

Esta seria uma estratégia também para desviar um pouco a atenção em torno da crise da Petrobras e, assim, tentar diminuir o pessimismo junto aos empresários. Contudo, a avaliação do Palácio da Alvorada é de que o efeito “equipe nova” não será suficiente para abafar o escândalo. 

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Além disso, também como parte da “agenda positiva” hoje, a partir das 9h00, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, anuncia o início das atividades dos grupos de trabalho constituídos para elaborar propostas de medidas de estímulo ao setor industrial. Ontem, Dilma teve uma longa reunião com Mercadante e outros ministros. Na agenda positiva, medidas impopulares como ajuste de contas públicas e aumento de impostos “ficariam no congelador”. 

No cenário corporativo, a Petrobras ganha mais uma vez destaque em meio à pressão para que o diretor de abastecimento José Carlos Cosenza seja afastado da companhia após ser citado nas delações da Operação Lava Jato. Além disso, Petrobras (PETR3PETR4) informou na terça-feira que o contrato assinado com o estaleiro Iesa Óleo e Gás para fornecimento do Pacote III de Módulos de Replicantes foi rescindido, segundo nota enviada à Reuters. A estatal não revelou os motivos da rescisão do contrato com o Iesa, que teve executivos com prisão decretada na operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Segundo a Petrobras, a companhia e os parceiros BG e Galp, sócios para desenvolvimento da produção do Bloco BMS-11, no pré-sal da Bacia de Santos, deverão realizar oportunamente nova licitação para a contratação dos serviços.

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A operadora Oi (OIBR4) também chama a atenção, após os acionistas aprovarem na terça-feira o grupamento de ações proposto pelo conselho de administração, sem ressalvas, segundo ata da assembleia. A proposta era agrupar a totalidade de ações ordinárias e preferenciais na razão de dez para uma, conforme fato relevante publicado em 15 de outubro. Recibos de ações da empresa negociadas em Nova York serão agrupadas na mesma proporção. 

Como resultado do grupamento, as atuais 2.861.553.190 ações ordinárias e 5.723.166.910 ações preferenciais passarão a representar 286.155.319 ações ordinárias e 572.316.691 ações preferenciais, respectivamente, segundo a ata.

Bolsas mundiais 
As bolsas asiáticas fecharam em queda em sua maioria nesta quarta-feira (19), enquanto as bolsas europeias têm um dia misto. O índice Nikkei, do Japão, recuou 0,32%, para 17.288,75 pontos, realizando lucros após valorizações recentes, após o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, convocar eleições antecipadas e adiar uma alta prevista para o próximo ano no imposto sobre consumo. O mercado segue ainda na expectativa pela divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Commitee). 

Destaque ainda para a decisão do Banco do Japão, que manteve as condições monetárias nesta quarta-feira, mas em uma votação dividida, na esteira de dados mostrando que a economia entrou em recessão. Tal como se esperava, o Banco do Japão decidiu manter a sua promessa de aumentar a base monetária, ou dinheiro e depósitos na autoridade monetária, ao ritmo anual de 80 trilhões de ienes (683 bilhões dólares) por meio da compra de títulos do governo e ativos de risco.

Na China, o dia foi de queda, num ambiente de pouco entusiasmo após o início da conexão, nesta semana, entre as bolsas de Xangai e Hong Kong.

Já na Europa, o mercado ficou atento à ata da reunião do Banco da Inglaterra. Dois membros do BoE votaram novamente pelo aumento nas taxas de juros este mês, e havia uma “propagação de pontos de vista” entre os sete que optaram por manter as taxas. A ata do Comitê de Política Monetária do banco central britânico divulgada nesta quarta-feira mostrou que a maioria pensou que as fracas perspectivas para a inflação justificava manter as taxas de juro no recorde de baixa de 0,5 por cento.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.