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SÃO PAULO – O empresário Eike Batista volta à cena, com o seu julgamento pelos crimes de insider trading e manipulação de mercado nesta semana, ao mesmo em que ele tenta se reeguer – pela terceira vez – no segmento farmacêutico.
Mas não é só por esses motivos que o antes homem mais rico do Brasil está em evidência. Nesta semana, está sendo lançado o livro Tudo ou Nada: Eike Batista e a verdadeira história do Grupo EBX, de Malu Gaspar, que conta a história do empresário em um momento bastante peculiar da vida dele. Malu é editora da revista Veja no Rio de Janeiro.
O livro, de 564 páginas, foi realizado com base em depoimentos inéditos, documentos e na experiência oriunda de oito anos de cobertura jornalística do grupo X e promete oferecer um um raio x da trajetória do empresário e das ações que o alçaram à posição de 7° homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, e também das operações que o levaram à derrocada.
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“Vi de muito perto o grupo X ascender ao topo do capitalismo brasileiro. Conheci seus executivos, acompanhei os momentos de tensão e glória, o surgimento das primeiras dificuldades. (…) Sempre me impressionou o tamanho da ambição e a grande quantidade de projetos e planos que suas empresas cultivavam, assim como a facilidade que tinha de convencer o mercado e o público sobre sua capacidade de executá-los. Soube, de início, mais por fontes de fora do grupo, que muitos não eram factíveis. Fiquei preocupada quando vi a bolha X se formando e logo passei a buscar as pistas de que ela estava prestes a estourar”, conta a autora.
No livro, Malu destaca ainda que a história de ascensão e da queda de Eike é a epítome de um período do capitalismo brasileiro.
E a jornalista ressalta que, com base no relato de episódios concretos e documentos, mostra-se que Eike Batista tinha ciência de estar divulgando dados “fantasiosos” sobre as suas empresas. “Deixo claro no livro que Eike sabia estar patrocinando uma mentira. O fato de ter ido à falência junto com suas empresas não o absolve, como ele costuma afirmar. Graças aos devaneios que vendeu ao mercado, ele se tornou o sétimo homem mais rico do mundo e passou a integrar a elite global dos negócios. Teve muitos lucros, colheu muitos louros e só quebrou de forma tão fragorosa porque, ao se julgar alguém iluminado e especial, cometeu erros demais”, conclui.
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O livro mostra ainda como a personalidade peculiar de Eike Batista influenciava na tomada de importantes decisões. O empresário tem um grande carisma, capacidade de liderança e um talento especial para vender seus projetos, atrair pessoas e mobilizar recursos, afirma a autora. Mas, ao mesmo tempo, vive em conflito com seus executivos, colocando uns contra os outros, subestimando as dificuldades que encontrava e sempre foi incapaz de manter o foco num único projeto, por mais complexo que ele fosse.