Petrobras cai 5% em dia de vencimento, Eletrobras desaba 9% e siderúrgicas recuam

Ainda entre os destaques estiveram as ações do Banco do Brasil, que fecharam no topo dos ganhos do Ibovespa, além das ações da Saraiva, que despencaram 34% em 10 pregões

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em meio a dia agitado na Bolsa, o Ibovespa fechou com queda de 0,91%, a 51.301 pontos. Contribuíram para a queda da principal índice de ações da Bolsa a perda da estatal Petrobras, que acentuou as perdas nesta tarde em meio ao exercício de opções, dados operacionais e teleconferência para explicar atraso na divulgação do balanço. 

Na ponta positiva do Ibovespa estiveram as ações do Banco do Brasil, que fecharam como a maior alta do índice após a Cielo informar que está em negociações para comprar a área de cartões do banco, em uma operação que pode chegar a R$ 9 bilhões, de acordo com informações da coluna Radar, da Veja.

Já na ponta negativa do índice, estiveram as ações das siderúrgicas, que tiveram dia difícil na Bolsa. Estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa, as ações da Usiminas (USIM5, R$ 5,10, -6,93%), CSN (CSNA3, R$ 6,90, -1,99%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,64, -3,18%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 12,65, -3,88%). Também na lanterna do índice estiveram as ações da Eletrobras, que fecharam o dia com forte queda em meio a corte de recomendação do BofA após divulgação de resultado.

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Fora do índice, destaque para as ações da Saraiva, que viveram hoje seu nono dia de queda em dez pregões em meio à redução do guidance para 2014, divulgação dos resultados do terceiro trimestre e a saída do diretor da companhia. Hoje, as ações renovaram sua mínima desde outubro de 2005. Ainda fora do índice, as ações da Mills (MILS3, R$ 11,38, -7,85%) também mereceram destaque, já que hoje despencaram na bolsa brasileira. No dia 6 deste mÊs, a companhia divulgou seus resultados, e viu seus papéis despencarem 17%; desde estão, o papél acumula desvalorização de 25%.

Confira os principais destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 12,13, -5,09%; PETR4, R$ 12,60, -4,55%)
As ações da Petrobras fecharam com forte queda hoje em meio à teleconferência da empresa para explicar adiamento do balanço do terceiro trimestre ainda não revisada pelos auditores. Vale mencionar que as ações intensificaram suas perdas próximas à divulgação do vencimento de opções.

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O exercício das opções sobre ações negociadas na BM&FBovespa que venceram hoje movimentou R$ 4,16 bilhões, informou agora a pouco a bolsa brasileira. Deste total, R$ 692,28 milhões vieram do exercício de opções de compra e os R$ 3,47 bilhões restantes vieram de opções de venda.Entre as cinco opções mais movimentadas, todas foram de venda de ativos preferenciais da Petrobras. Em primeiro lugar ficaram as opções de venda de PETR4 a R$ 18,66, que movimentaram R$ 206,37 milhões, seguidas pela “put” de Petrobras PN a R$ 19,41, com R$ 157,39 milhões.

A presidente da estatal, Graça Foster, iniciou a teleconferência destacando porque houve o adiamento dos resultados, citando fato marcante no dia 8 de outubro, que foram os depoimentos de Paulo Roberto da Costa e o doleiro Alberto Yousseff, que revelaram informações que podem afetar a contabilidade da companhia. Posteriormente, o diretor financeiro Almir Barbassa ressaltou que as demonstrações contábeis não revisadas justifica-se pelo dever de informar, agindo com diligência e transparência. 

Durante o final de semana, a estatal reportou que sua produção de petróleo no Brasil subiu 9% no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, a 2,09 milhões de barris por dia (bpd). Segundo o analista de investimentos Flávio Conde, os números foram positivos porém abaixo do previsto pela empresa. “A produção aumentar é bom, mas deve-se lembrar que a companhia ainda importa 300 a 400 mil barris por dia, e, pior do que importar é vender mais barato”, comentou. Ele acrescentou ainda que os números operacionais da estatal só contam uma pequena parte do desempenho da Petrobras, devendo os investidores aguardar os números financeiros. 

Cielo (CIEL3, R$ 40,10, +2,51%) e BB (BBAS3, R$ 25,08, +2,43%)
As ações da Cielo e do Banco do Brasil lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira (17) em meio às negociações da Cielo para comprar a área de cartões do banco. O negócio pode ser o maior do setor financeiro do ano e chegar ao valor de R$ 9 bilhões, segundo informações da coluna Radar, da Veja.  

Segundo a Concórdia Corretora, caso a operação se concretize, a notícia é positiva, pois agregará na diversificação de negócios e em faturamento. No entanto, temos que atentar para o impacto do volumoso montante sobre seus números e, principalmente, para o Banco do Brasil, que contará com a entrada de recursos, comentaram os analistas. 

A credenciadora de cartões confirmou nesta manhã que está em negociações com a BB Elo Cartões, subsidiária do BB, com relação à gestão das transações oriundas das operações de cartões de crédito e débito. A empresa disse, no entanto, que as negociações ainda não foram concluídas. O valor da operação não foi informado.

Eletrobras (ELET3, R$ 5,21, -7,79%; ELET6, R$ 7,30, -9,09%)
As ações da Eletrobras despencaram nesta segunda-feira após o Bank of America Merrill Lynch cortar a recomendação da elétrica. Essa é a quarta desvalorização consecutiva do papel preferencial, que renova hoje seu menor patamar desde março de 2014. O banco revisou a recomendação da companhia de neutra para underperform (desempenho abaixo da média). 

Na noite da última sexta-feira, a companhia apresentou resultado negativo de R$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre de 2014, uma alta de 203% em comparação ao prejuízo de R$ 915 milhões do terceiro trimestre de 2013. No consolidado deste ano, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,862 bilhão, contra um resultado também negativo de R$ 787 milhões no mesmo período de 2013. O Ebitda consolidado, no terceiro trimestre, foi de R$ 2,511 bilhões negativos, e a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 6,589 bilhões, um aumento de 6,6% relativo ao trimestre anterior, se forem desconsideradas a receita de venda de energia no mercado de curto prazo e as receitas de construção.

Vale mencionar ainda que em relatório, a equipe de analistas do Santander acredita que o quarto trimestre continuará mostrando fraqueza, “o que provavelmente prejudicará posição de caixa, reservas de lucro e, consequentemente, fluxo de dividendos”.

Educacionais
As companhias do setor de educação também caíram nesta segunda-feira, registrando perdas de 2% para mais. Figuravam no vermelho as ações da Kroton (KROT3, R$ 16,66, -2,00%), Estácio (ESTC3, R$ 26,50, -3,89%), Ser Educacional (SEER3, R$ 24,51, -3,70%) e Anima (ANIM3, R$ 33,00, -1,49%). Vale mencionar que na sexta-feira após o fechamento dos mercados, a Ser Educacional divulgou seus resultados do terceiro trimestre, que trouxeram crescimento de 122,1% no lucro líquido da companhia, a R$ 57,7 milhões. A receita líquida, no entanto, somou R$ 171 milhões no período. Os custos de bens e serviços da companhia cresceram 40,9% na mesma base de comparação, para R$ 62,2 milhões.

Marfrig (MRFG3, R$ 5,62, -1,06%) e JBS (JBSS3, R$ 11,03, -0,27%)
As ações da Marfrig fecharam com queda nesta sessão, mesmo após a China retirar embargo à carne bovina brasileira. A JBS, que chegou a subir 2%, também fechou em queda nesta segunda. Os ganhos destoam hoje da perda média de 0,3% das ações das principais companhias de carnes globais acompanhadas pela Bloomberg. Com o acordo bilateral, a expectativa do governo brasileiro é vender de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão de carne para China somente em 2015. 

TIM (TIMP3, R$ 12,88, -1,08%) e Oi (OIBR4, R$ 1,28, -2,29%)
As ações da TIM fecharam entre as quedas do Ibovespa hoje. Segundo jornal italiano Il Messaggero, a Telecom Italia pode fazer um aumento de capital para realizar a fusão entre a Oi e TIM. 

Ainda sobre a Oi, a Terra Peregrin, veículo de investimentos da empresária angolana Isabel dos Santos, notificou hoje que aceita alterar alguns pontos da OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações da Portugal Telecom. Dentre os termos, aparecem a desistência de exigir que a fusão com a Oi seja adiada e a explicação de que a opção de compra de papéis da brasileira deixa de valer apenas para ela, caso a compra seja bem-sucedida.

Saraiva (SLED4, R$ 9,06, -3,10%)
As ações da Saraiva teve hoje nona queda em dez sessões, acumulando no período perdas de 34,47%. A companhia informou hoje que reduziu seu guidance para os próximos anos. A empresa espera agora que a receita bruta consolidada do ano inteiro totalize entre R$ 2,3 a R$ 2,5 bilhões em 2014, em comparação com o guidance anterior de R$ 2,4 a R$ 2,6 bilhões.

Na semana passada, a Saraiva divulgou seu resultado do terceiro trimestre, mostrando prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões, ampliando em 30,7% as perdas de R$ 22,3 milhões de um ano antes. Na segunda-feira, a companhia informou a saída do diretor da empresa Michel Jacques Levy, que solicitou seu desligamento da empresa tendo trabalhado na Saraiva durante um ano. No dia, os papéis desabaram 12%. 

OSX Brasil (OSXB3, R$ 0,23, +15,00%)
As ações da OSX Brasil fecharam em alta pelo segundo pregão consecutivo em meio à divulgação do resultado da companhia. A empresa reportou seu balanço na noite da última sexta-feira. A companhia encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa. Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões.  

Lopes Brasil (LPSB3, R$ 7,85, -8,72%)
As ações da Lopes fecharam em queda após divulgação do balanço. A companhia registrou receita líquida de R$ 71,8 milhões no terceiro trimestre, queda de 44% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido atribuível aos acionistas da controladora após IFRS ficou em R$ 1,57 milhão, contra R$ 44,5 milhões no terceiro trimestre de 2013, queda de 96%.  

Eneva (ENEV3, R$ 0,70, +2,94%)
As ações da Eneva subiram hoje em meio à divulgação do resultado do terceiro trimestre, chegando a valorização de 10,29% em sua máxima intradiária. A companhia teve lucro líquido de 29,1 milhões de reais no terceiro trimestre, frente a prejuízo de 178 milhões de reais um ano antes, informou a empresa de energia nesta sexta-feira. Parte deste resultado teve impacto positivo da venda parcial de Pecém II, disse a companhia. Em julho, a Eneva informou a conclusão da venda de 50 por cento das ações da Pecém II para a E.ON por 400 milhões de reais.