Diretor deixa Vale; CVM rejeita acordo com acusados da OGX e CCX e balanços agitam 6ª

Eletrobras viu seu prejuízo triplicar e atingir os R$ 2,74 bilhões e José Carlos Martins deixa Vale; confira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além da Petrobras (PETR3;PETR4), o noticiário é bastante movimentado nesta sexta-feira (14), com destaque também para outra blue chip: a Vale (VALE3;VALE5). A mineradora anunciou que José Carlos Martins, atual diretor executivo de metais ferrosos, está deixando a empresa para “buscar novos desafios profissionais”. 

Em seu lugar, Peter Poppinga assume a diretoria executiva de ferrosos com efeito imediato, informou a mineradora em comunicado. No lugar de Poppinga, Jennifer Maki assume a diretoria de metais básicos.

OGX
A produção de petróleo da Óleo e Gás Participações (OGXP3) somou 519.500 barris em outubro, ante 525.251 em setembro, segundo informou a empresa nesta sexta-feira.

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A produção do campo Tubarão Martelo atingiu em outubro 426.338 barris, enquanto a do campo de Tubarão Azul somou 93.162 barris.

OGX e CCX
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou propostas de acordo no total de R$ 1,4 milhão apresentadas por administradores acusados de cometer irregularidades na OGX e na CCX (CCXC3), empresas fundadas pelo empresário Eike Batista. Nas decisões, o órgão regulador sinalizou que pretende levar os processos sancionadores abertos no caso X a julgamento, dando um posicionamento claro ao mercado de capitais.

“Diante das repercussões públicas de fatos correlatos a outras companhias do grupo empresarial de que faz parte a OGX, entende-se que o efeito paradigmático de maior relevância e visibilidade junto à sociedade e, mais especificamente, junto aos participantes do mercado de valores mobiliários, dar-se-á por meio de um posicionamento do Colegiado da autarquia em sede de julgamento”, diz o parecer do Comitê de Termo de Compromisso.

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Os termos de compromisso extinguem o processo sancionador sem presunção de culpa ou julgamento do mérito. Os processos administrativos sancionadores da CVM podem levar à pena de multa de até R$ 500 mil ou três vezes o valor da vantagem econômica obtida ou da perda evitada. Também cabem penas como inabilitação para atuar em companhias abertas e advertência.

Para tentar fugir de uma condenação, cinco administradores da OGX propuseram pagar um total de R$ 650 mil. O ex-conselheiro Aziz Bem Ammar e os executivos José Roberto Faveret, Luiz Eduardo Carneiro, Paulo Guimarães e Reinaldo Belotti – ainda diretor de produção da empresa – propuseram pagar R$ 100 mil cada. Já o ex-diretor financeiro Roberto Monteiro pretendia pagar R$ 150 mil.

Todos são acusados de terem protelado a divulgação de fato relevante sobre a alienação de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40 à estatal malaia Petronas, apesar do vazamento de informações na mídia e de intensa cobrança da autarquia no mês que antecedeu a conclusão do acordo. A venda das fatias no campo de Tubarão Martelo acabou não se concretizando.

O fundador do grupo, Eike Batista, também é acusado no processo. Ele chegou a propor um acordo no fim do ano passado, mas voltou atrás alegando que não incorreu em qualquer irregularidade e que não se sustenta a infração que lhe é imputada pela CVM: não agir para divulgar a informação relevante frente à omissão do então diretor de Relações com Investidores da companhia, Roberto Monteiro.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3;ELET6) apresentou resultado negativo de R$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre de 2014, uma alta de 203% em comparação ao prejuízo de R$ 915 milhões do terceiro trimestre de 2013. No consolidado deste ano, a Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,862 bilhão, contra um resultado também negativo de R$ 787 milhões no mesmo período de 2013. O Ebitda consolidado, no terceiro trimestre, foi de R$ 2,511 bilhões negativos, e a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 6,589 bilhões, um aumento de 6,6% relativo ao trimestre anterior, se forem desconsideradas a receita de venda de energia no mercado de curto prazo e as receitas de construção.

O resultado do trimestre passado foi impactado, positivamente, pela receita de suprimento na geração, que cresceu 28,7%, e pela receita de fornecimento na distribuição, ampliada em 28,6%. Também positivo foi o resultado líquido da variação cambial de R$ 349 milhões, a redução de 5,7% na conta de pessoal e a reversão de provisões de contratos onerosos de R$ 408 milhões. Tanto o aumento da receita quanto a redução da conta de pessoal e a reversão de provisões de contratos onerosos são metas do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2014-2018 da Eletrobras.

Do lado negativo, os maiores impactos vieram de fatores fora do controle da empresa, como a energia elétrica comprada para revenda, por conta das condições hidrológicas atuais, no valor de R$ 3,135 bilhões, e provisões relativas ao empréstimo compulsório, da ordem de R$ 1,341 bilhão. Além de fatores externos, ocorreu ainda o resultado negativo da participação acionária de Furnas na SPE Madeira Energia SA (UHE Santo Antonio), no valor de R$ 790 milhões, e provisões para perdas de ativos financeiros no valor de R$ 197 milhões.

Eneva
A Eneva (ENEV3) teve lucro líquido de 29,1 milhões de reais no terceiro trimestre, frente a prejuízo de 178 milhões de reais um ano antes, informou a empresa de energia nesta sexta-feira.

Parte deste resultado teve impacto positivo da venda parcial de Pecém II, disse a companhia.

Em julho, a Eneva informou a conclusão da venda de 50 por cento das ações da Pecém II para a E.ON por 400 milhões de reais.

A Eneva também citou a disponibilidade mais alta de ativos consolidados, provisão para reembolsos de indisponibilidade, redução das despesas relacionadas ao plano de opções na holding e baixa das despesas operacionais em subsidiárias.

Entre julho e setembro, a receita líquida subiu 11,5 por cento, a 353,8 milhões de reais.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 116,8 milhões de reais, ante 11 milhões de reais um ano antes.

Cesp
A geradora paulista de energia elétrica Cesp (CESP6) teve alta de mais de 90 por cento do lucro no terceiro trimestre, com avanço das receitas com venda de energia no mercado de curto prazo e melhora do resultado financeiro.

A empresa informou nesta sexta-feira que teve lucro líquido de 373,64 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 94,7 por cento ante igual período do ano passado. A previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters apontava para lucro de 272,1 milhões de reais no período.

A receita operacional líquida atingiu 939 milhões de reais, avanço de 8,3 por cento na comparação anual, enquanto as receitas com venda de energia subiram 11 por cento, a 1 bilhão de reais.

As receitas com venda de energia foram impulsionadas pela alta de 116,7 por cento do preço do mercado de curto prazo, devido ao maior Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) no trimestre, explicou a Cesp.

Já a produção de energia elétrica (sem considerar a Usina Três Irmãos) atingiu 5.925 GWh, baixa de 30,2 por cento frente ao terceiro trimestre de 2013.

“A produção atende ao comando do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), e reflete a decisão de reduzir a geração hidráulica como forma de proteção dos níveis dos reservatórios, afetados pela estiagem verificada na região Sudeste”, disse a empresa em seu relatório de resultados.

O resultado financeiro foi 58,9 milhões de reais negativo no período de julho a setembro, uma melhora frente aos 77,3 milhões de reais negativos no mesmo período do ano passado.

O resultado operacional da companhia, medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização), foi de 693,1 milhões de reais no período, alta de 38,7 por cento em igual etapa de 2013. A previsão média de analistas para essa linha era de 623,5 milhões de reais.

OSX
A OSX (OSXB3) encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa.

Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões. 

O resultado operacional da empresa foi de R$ 81,7 milhões, 21,3% superior ao registrado em igual período no ano passado (R$ 67,3 milhões). O Ebitda ficou negativo em R$ 80,9 milhões no terceiro trimestre desse ano, em relação a um resultado negativo de R$ 1,839 bilhão do mesmo período de 2013. 

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.